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Capítulo 29

     Wang Yibo

      — Meu Deus! — gritei. Vi Xiao Zhan em cima de Daí Kun, esmurrando sem parar o rosto dele. Seu olhar era duro, frio, tanto quanto o de Daí Kun.

— Xiao Zhan— chamei, caminhando até ele. Daí Kun estava quase inconsciente, mas ele não parava. Não conseguia parar.

— Xiao Zhan — falei mais alto, tentando interromper o movimento do seu braço. Sua rapidez me fez tropeçar, e quando ele me viu, parou. O peito dele subia e descia, e eu conseguia distinguir a fúria em seus olhos.

      Cheguei perto dele devagar e coloquei as mãos em seu rosto.

— Acabou. Acabou.

      Volta pra mim.

      Observei sua respiração desacelerar enquanto ele saía de cima de Daí Kun e olhava para as mãos sujas de sangue.



      — Merda — xingou, rastejando para longe .

      Finalmente, ele se levantou e, quando estendi minha mão, ele recuou. Seus olhos eram ferozes, indomáveis, e eu conseguia ver o quão longe de mim ele estava.

      O que Daí Kun fez com você?

      Quando me voltei para Daí Kun, me senti mal por pensar que tudo aquilo era de alguma maneira culpa dele. Xiao Zhan quase acabou com o rosto dele, e meus instintos estavam divididos entre a culpa e a incerteza.



Xiao Zhan saiu agitado, sem nem ao menos olhar para trás, para mim.

      — Céus — murmurou Daí Kun. Haiukan se apressou em ajudá-lo.

— Estou bem — disse ficando de pé.

— O que você... — Minha voz era trêmula.

— O que você disse a ele?

      Haiukan franziu a testa.

      — Sério, Yibo?

      — Eu só... nunca o vi se descontrolar dessa forma. Ele não iria simplesmente atacar Daí Kun. O que você disse a ele?

      Ele bufou sarcasticamente e cuspiu sangue.

      — Caralho, inacreditável! Eu mal consigo abrir os olhos e você está me perguntando o que eu disse a ele?

      Senti um nó na garganta, e as lágrimas brotaram em meus olhos.

      — Desculpe, mas ele não é de surtar assim.

      — Mas ele não te empurrou de uma ladeira, Yibo?

      — Eu já te expliquei: foi um acidente. Eu tropecei. Ele nunca iria me machucar.

      Como ele podia pensar isso? Xiao Zhan o ajudou quando ele precisou! Como ele podia se virar contra ele com tanta facilidade?

Todos estavam a nossa volta, amedrontados. Todos os ômegas do clube do livro chamavam Xiao Zhan de monstro. Todos me julgavam por amar um animal.

      — Sim. Com certeza, isso também foi um acidente — respondeu Daí Kun, apontando o próprio rosto machucado.

— Ele é um monstro, Yibo. Um perigo. É só uma questão de tempo antes que ele surte com você ou, pior, com XuanLu. Eu vou te mostrar. Vou descobrir os segredos desse cara e contar a verdade sobre ele pra você, Yibo. Talvez assim você confie em mim.

      Suspirei.

      — Tenho que ir.

      — Ir? Pra onde? — perguntou Daí Kun.

      Encontrá-lo.

      Descobrir o que aconteceu.

      Ter certeza de que ele está bem.

      — Tenho que ir.

(...)

O ar que ele respira Where stories live. Discover now