bestfriend | vegaspete

2. i like you

"maybe you're right
maybe this is all that I can be
but what if it's you, and it wasn't me?
what do you want from me?"
w.d.y.w.f.m? — the neighborhood.

— Pete? What the fucking hell, man! — o Phongsakorn escutou seu nome ao longe se misturando com o barulho das ondas quebrando naquele início de noite. A brisa fresca de verão acariciando sua pele em um delicioso e acolhedor abraço. — Pete — o tom de voz que ele usava sempre que estava bravo presente, mas aquilo não o assustava mais, na verdade, Pete tinha os mais perigosos pensamentos.

— O que foi? — manteve os olhos fechados fingindo que não havia fugido. O outro se manteve calado. — O gato comeu a sua língua?

— Pete — esbravejou, certo, ele estava com raiva e não havia espaço para gracinhas.

Pete abriu os olhos e teve Vegas apenas com uma blusa social branca e gravata frouxa em seu campo de visão, uma imagem um tanto quanto pecaminosa. Os olhares se encontraram, alguns minutos em silêncio foram o suficiente para Pete sentir as próprias bochechas ruborizadas, ele odiava o fato de ficar tímido sob o olhar avaliativo do melhor amigo. Odiava todas as sensações bizarras que o outro lhe proporcionava e ele já havia provado de tudo: ciúmes, raiva, tristeza, paixão, desejo, amor.

— O que foi? — ele repetiu a pergunta. Sim, sabia que só estava adiando o inevitável, mas queria primeiramente ouvir o que o outro tinha a dizer.

— Você não estava na cerimônia? — continha um tom de incredulidade na sua voz.

— Não — foi sincero.

— Porquê?

Pete olhou para Vegas sob os grandes cílios, ele finalmente estava lhe perguntando sobre algo relacionado aos seus sentimentos, finalmente poderia se libertar das correntes que o mesmo tinha posto nos próprios pés por anos.

Poderia?

Então, Pete pensou duas vezes antes de falar algo. Ele queria cuspir para fora toda aquela merda que estava engolindo por tanto tempo, mas que diabos, ele ainda tinha uma ponta de esperança que o melhor amigo fosse sorrir pra ele, o abraçar e dizer que eles poderiam ficar juntos sim. Que merda ele estava pensando? Vegas tinha acabado de se casar, a porra da aliança em ouro maciço e brilhante estava rodeando o dedo dele como uma coleira no pescoço de um animal.

Ele riu. Não, ele gargalhou. A risada alta ecoando na praia vazia, longe dos convidados.

— Porquê? Você quer saber mesmo?

— É claro que sim, Pee. Tudo que se refere a você eu quero saber. O que está acontecendo? — Vegas se aproximou tentando tocar-lhe o rosto.

— Para — Pete deu um tapa em sua mão, algo um pouco inesperado até para o próprio. — Só... volte para o seu noivo... marido. Eu não sei, só volte para o homem que você acabou de dizer o maldito sim, Vegas. E não me chame assim, não aqui, não agora e não nessa situação.

— Pete? — ele estava um pouco assustado, é claro, o resto de bom senso e autocontrole que ainda restava dentro de Pete rompeu naquele momento.

Ele não aguentava mais sorrir e dizer que estava tudo bem, mesmo que tivesse conseguido a felicidade em diversos pontos de sua vida, o amor ainda era o que mais machucava e levava embora toda a fortaleza que ele achava que havia conseguido construir.

— Vegas, não vamos falar sobre isso aqui. Eu não quero falar sobre isso aqui, só preciso de um momento sozinho e logo volto ao normal, eu prometo. Me deixe sozinho, por favor, por favor, por favor — ele literalmente implorou enquanto fechava os olhos. Pete sentia o ar fugindo dos pulmões, precisava se acalmar, precisava pensar com clareza novamente e só conseguiria desde que Vegas estivesse há metros de distância.