Sinfonia do Destino

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Boa tarde!Obrigada a todos que estão acompanhando a história!Espero que gostem, embora esse começo seja um pouco chato por estar apenas ambientando vocês na história!Hoje vamos entender o título da história, rsAtt dedicada para Deb! Te amo!Boa leitura!


2 – Sinfonia do Destino

Neil gostava de exatas.

Eram as únicas disciplinas que, mesmo já sabendo todas as respostas, ele fazia questão de participar. Fazia os exercícios, resolvia as questões, mesmo que fosse um ato repetido de quem já estava fazendo o ensino médio há muito tempo.

Biologia não era uma de suas coisas favoritas, mas pela primeira vez se sentia animado para essa aula, porque estava usando um mistério para encobrir o completo tédio que sentia.

Isso o fez seguir caminhando para a sala de aula, agora quase completamente cheia. Sorriu e acenou para Matt, que já estava ali sentado. Haviam se separado quando ele foi perder os habituais cinco minutos beijando e sendo ridículo com Dan, antes de longos períodos de aulas afastados.

Ele estava fazendo exclusivamente biologia com Neil, embora fosse do segundo ano, porque havia ficado retido naquela matéria. Depois de tantos anos cursando a escola repetidamente, a maioria deles tinha preguiça dos estudos. Matt fraquejou no ano anterior e estava condenado a fazer aulas de biologia com o primeiro ano.

Neil estava cruzando a porta, quando sentiu um impacto no próprio ombro e se virou. Alguém havia tropeçado na soleira sobressalente da porta. Por uma fração de segundos, ele soube que era o aluno novo. Todos os outros já conheciam as falhas do chão da escola.

Se virou, apenas para confirmar o que pensou e seu olhar se chocou com as esferas frias e inexpressivas.

Elas poderiam ter o impacto de um soco, se o cheiro de Andrew não houvesse golpeado Neil primeiro.

Em um segundo mínimo, entre o esbarrão e o olhar, a cabeça de Neil explodiu internamente, e ele sentiu o corpo inteiro queimar. Sua garganta se apertou e relaxou, enquanto aquele cheiro invadia seus pulmões com força, e suas narinas se expandiam para poder captar melhor aquele odor maravilhoso.

Neil nunca fora um fã de doces, em sua vida humana. Mas aquele cheiro doce era incomparável. A coisa mais suculenta e deliciosa que poderia existir no mundo, completamente reunida em um só corpo e blindada por olhos hostis... A mente dele se perdeu.

Haviam no mínimo vinte alunos dentro da sala. Se chutasse a porta e os trancasse ali dentro seriam... apenas vinte. Apenas vinte alunos, e o professor. Se chutasse a porta, estaria ali fechado naquele ambiente. Precisava apenas ser rápido antes que percebessem o que estava acontecendo e começassem a gritar.

Não conseguia ver os alunos. Apenas sentia aquele cheiro e enxergava aqueles olhos.

A essência do gosto dele estava atrás de sua língua. Neil precisava. Precisava agarrar o pescoço dele e... Apenas a imagem de sua boca encontrando a pele dele, rompendo em busca daquele mel tão extraordinário...

Matt estava ali dentro, Neil se lembrou. Ele ajudaria com as testemunhas.

Já precisaram lidar com testemunhas outra vez. Não gostavam, mas às vezes era preciso. Nunca foram vinte, é claro. Apenas duas.

Eles se alimentavam de animais, não eram monstros...

Mas Neil não tinha como receber esse privilégio. Não com aquele cheiro estonteante. Sua boca já estava repleta de saliva, e ele não havia conseguido desviar os olhos de Andrew.

Ele encarava de volta, firme. Não era do tipo que se acovardava diante de olhares de assassinos. Neil queria saber o que ele estaria pensando, mas...Não importava.

Canção da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora