About Time

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Boa leitura rs

9 - About Time

Desde os primórdios, Stuart tinha apenas uma regra, que eles precisavam seguir, acima de todas as outras.

"Não fazer besteiras."

Parecia ser uma regra bem simples, mas ela foi precisando ser lapidada ao longo do tempo. Significava muitas coisas. Não se expor. Não deixe os instintos te controlarem. Não agredir humanos.

E o mais importante:

Nunca pedir conselhos a Neil.

Ele era oficialmente a última pessoa a ser procurada, sempre. Ele sentia vontade de reclamar sobre essa regra em particular, mas sabia que não podia. Não quando todas as ações que tomava por si eram tão desastrosas.

Ele sabia que estava ferrando com todas as regras ao se manter próximo de Andrew, e deixar ele pegar suas verdades uma a uma. Era inevitável.

Mas ele não queria os expor mais do que já estava fazendo, então voltou para casa assim que deixou Andrew seguro.

Foi direto a Stuart, caótico ao entrar dentro do escritório dele sem bater ou dizer qualquer coisa, vendo ele suspirar e erguer os olhos do notebook onde estava digitando.

– O que você fez agora, Neil?

A pergunta veio alta, e também ecoava em seus pensamentos. A primeira coisa que se passou, automaticamente, foi Andrew. Stuart não tinha fé no autocontrole de Neil, e ele sabia disso. Estava todos os dias esperando quando apareceria com o corpo morto de Andrew nos braços, pedindo ajuda para...

– Ele está perfeitamente seguro – Interrompeu aquele raciocínio, sem conseguir se sentir ofendido.

Stuart concordou com um aceno simples de cabeça, fechando a tela e encarou Neil.

– No entanto, você ainda me olha como alguém que fez uma besteira.

– Tenho uma lista de humanos que precisam morrer.

– Neil, não podemos matar pessoas só por jogarem mal. Isso não é discutível, lembra?

Neil mal conseguia lembrar da época que assistia jogos de Exy na TV e sua única preocupação por semanas era dizer o quanto eram miseráveis e não mereciam viver.

– Não. É diferente dessa vez. Monstros. Monstros de verdade.

– Matt me disse que tentaram atacar Andrew. É disso que se trata? – Questionou, e Neil concordou rapidamente. Facilitava o trabalho. Se precisasse explicar o ataque e o que previa dele, iria perder a cabeça outra vez.

– Eu quase perdi o controle. Queria... eu mesmo cuidar disso, mas...

– Mas aprendeu a controlar seus instintos?

– Não queria assustar Andrew – Admitiu, porque era a única razão que o fez respirar fundo. Garantir que seu humano ficasse seguro e protegido, era sua prioridade.

Andrew era o humano de Neil agora.

– É claro – Stuart não pareceu surpreso, e Neil viu porque. Matt havia avisado isso também.

"Neil está descontrolado correndo pelas ruas da cidade porque atacaram Andrew"

– Matt me contou que tipo de pessoa são. Estou procurando uma maneira de identificar, de qualquer forma. Não apenas por Andrew. Não podemos simplesmente... não fazer nada – Ele garantiu, e Neil assentiu devagar, se esticando para pegar um pedaço de papel e uma caneta.

Havia prestado atenção em cada palavra de Andrew após o ataque, e nas entrelinhas delas.

Apenas rabiscou o nome que havia no arquivo, do irmão adotivo dele, e o nome que Andrew havia fornecido.

Canção da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora