breu.

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— Teu love tava aqui ontem. — Foi o que Cellbit ouviu sair da boca de Forever durante o almoço na ChumeLabs.

— Ah, é! — Pac confirmou rapidamente e serviu um prato para Richarlyson, que estava todo sujo de tinta por estar brincando com Pomme e Bobby. — Ele veio justo na hora que eu tava te dando comida, nossa, fiquei com medo real dele me ver te dando comida na boquinha e me bater.

— Eu não lembro disso — o loiro franziu seu cenho com aquelas informações. Em que momento ele havia recebido a visita de Roier? E o pior, por que ele não lembrava?

— Você não lembra de nada depois do encontro com o Tio Roier, papai? — Richarlyson perguntou confuso, e obviamente o seu pai fez que não.

— Você dormiu por quase dois dias inteiros e quase tentou matar o Pac quando ele foi te acordar — Forever comentou. — Você ficou fazendo um negócio estranho com a língua também, ô coisa nojenta. A gente achou que você estava ficando maluco.

Mike tampou os ouvidos de Richarlyson e olhou para o loiro.

— Você precisa conciliar esse seu outro lado pra não respingar no nosso filho. Eu não ligo se você ainda não superou o que aconteceu, eu só não quero que você surte e machuque o Richarlyson — Mike falou em um tom tão sombrio que um sentimento ruim se instalou na mesa.

Cellbit tinha um lado sombrio. Isso não era segredo para nenhum dos brasileiros da Ilha, mas para os outros sim. É claro que todos ali carregavam um histórico problemático, uma história da qual não se orgulhavam, e Cellbit não era muito diferente. O caso é que vícios antigos não desapareciam por completo, a sua essência carregava vestígios de sua vida passada, de suas manias antigas, e estas manias apareciam justamente quando o corpo se encontrava fora de controle, quando a mente, exausta, não conseguia mais barrar os comportamentos de sobrevivência.

Por muito tempo ele tentou procurar uma maneira de impedir que esses tiques aparecessem, pois temia machucar alguém de novo — e foi por isso que ele buscou se viciar em café, embora também fosse um vício danoso para o seu organismo. Combater vício com outro vício era patético e desesperador.

— O que o Roier queria? — Cellbit tentou desconversar. Falar sobre seu passado era algo extremamente perigoso. — Ele disse algo?

— Não — Pactw respondeu.

— Sim! Eu fui brincar com o Bobby e o Tio Roier disse que queria explorar, mas tu tava dormindo aí ele foi com a Jaiden — Richarlyson explicou.

— Ô Richas, bora tomar um banho mais tarde? — Forever questionou, e o menino fez que não e se interessou na comida. — Ah, é. Cellbo, como tu ficou morto por dias seguidos, o Bad adiou a festa e deixou pra hoje. Você tá legal de ir ou não?

— Eu estou. Nossa, eu tenho tanta coisa pra fazer hoje — Cellbit penteou seu cabelo para trás enquanto suspirava exausto. Ele não conseguia ter um único dia de paz naquela ilha, todos os seus dias eram repletos de coisas para se fazer, e quando ele tentava relaxar, algo acontecia. Não era atoa que seu cabelo estava ficando grisalho mais rápido do que o esperado. — Eu tenho que falar com o Roier, fazer uma faxina no escritório, ler a carta que deixaram-

— Que carta, moço? — Pactw perguntou.

E Cellbit franziu o cenho. Não por que ele desconfiava de Pac, mas porque ele também não fazia ideia sobre o que era a carta que havia recebido na noite do ataque dos códigos. Ele tem a memória clara de pegá-la, mas não se recorda de tê-la lido. Quando sua mente recordou da ausência de uma pessoa, um frio subiu por sua espinha.

Quem estava o enviando cartas? E com que intuito? Na verdade, o intuito era claro, mas não fazia sentido algum. Apenas não fazia. Será que era um plano arquitetado dos ovos? Só eles poderiam saber sobre o caso amoroso que Cellbit mantinha com Roier. Que estranho.

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