008. ❛ 𝐋𝐔𝐙 𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐀 ❜

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O tempo lançou um feitiço sobre você, mas você não vai me esquecer. Eu poderia ter te amado, mas você não deixou. Você nunca vai fugir do som da mulher que te ama. (Fleetwood Mac)

— Não vou obrigar a você a fazer nada que não queira. — Irene disse assim que fechou a porta do quarto dela.

Seulgi olhou ao redor e percebeu como o quarto da vampira tinha o tamanho da casa dela com os comandantes. É claro que a casa dos três não era enorme, afinal eles moravam dentro de uma enorme vila na montanha, mas o quarto de Irene poderia caber três casas.

Ela ainda não tinha visto o castelo de fora, mas não duvidava que poderia parecer uma segunda Casa Branca ou o verdadeiro Palácio de Buckingham.

Irene sumiu e Seulgi aproveitou para explorar o quarto, existia uma enorme cama e vários quadros em branco, um piano no canto, uma parede que parecia uma estante de livros. E do outro lado do quarto existia um caixão vermelho — da cor do sangue — de madeira aberto coberto de almofadas.

Tinha uma mesa no centro com um vaso de porcelana retangular, com rosas mortas dentro dele.

Parecia um perfeito cenário de filme hollywoodiano, mas Seulgi não tocou em nada. Ela olhou para trás, onde Irene a encarava com um sorriso nos lábios que fizeram as pernas de Seulgi tremer.

A vampira vestia um robe preto transparente, expondo o corpo nu por completo e era quase desnecessário ela usar algo por cima. Seulgi se sentiu como um padre orando para não cometer algum pecado.

Não... — Seulgi disse, tentando formular uma frase. — Tenho certeza de que não se veste assim.

— O conceito de nudismo para os vampiros é totalmente diferente dos humanos. Vocês levam algo mais para a conotação sexual, nós levamos para a arte.

— Não acredito nisso. — Seulgi desviou o olhar, tentando não prestar atenção em cada detalhe do corpo de Irene.

— Não estou pedindo para acreditar. — Irene se aproximou de Seulgi e desamarrou o nó que prendia o robe. — E nem que se renda a mim.

— O que você quer que eu faça, então? — Seulgi continuou sem olhar para Irene.

— Quero que faça o que quer.

Não posso.

Mas Irene não especificou o que deveria ser feito. Ela poderia fazer o que quisesse, mas por que Seulgi estava levando para o duplo sentido?

— E por que não? Isso é o que você realmente pensa ou que foi levada a pensar? Eu estou aqui de frente para você, totalmente indefesa. — Irene lentamente foi descendo o robe do ombro. — Você tem a chance de tentar me matar ou você pode se entregar para mim de corpo e alma, da mesma maneira como estou me entregando para você.

— Não. — Seulgi se afastou e esbarrou na mesa com flores mortas. O barulho da porcelana se encontrando no chão fez com que Seulgi se sentisse fora de um encanto. — Merda...

Ela se agachou e viu que estava tudo estilhaçado. Sem pensar muito bem, ela pegou tudo com rapidez e força botando na mesa sem ao menos encarar a rainha que ainda estava parada sem mexer um músculo. Ela se levantou com as flores mortas nas mãos e percebeu que seus dedos estavam sangrando com o contato brusco da porcelana.

Os dedos tremiam e começou a sentir uma ardência neles. Assoprou os dedos e queria urgentemente um curativo para aquelas feridas.

Assustada, ela olhou para Irene que não parecia nem um pouco afetada com o cheiro ferroso do sangue. Ela precisava sair dali o quanto antes.

ESSÊNCIA † SEULRENEDonde viven las historias. Descúbrelo ahora