Trisal | +18 | Romance Real
E se você acordasse um dia e não se recordasse de absolutamente nada?
Isabella tinha trinta e três anos quando sua vida foi virada de ponta à cabeça, à mesma se vê completamente perdida ao acordar em uma cama de hospital...
Ninguém disse que era fácil, Ninguém jamais disse Que seria tão difícil Eu quero voltar ao início. - The Scientist, Coldplay.
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- Segunda-feira, 01 de janeiro de 2023, Madrid, Espanha 21:00 -
Seis meses.
Exatamente fazem cinco meses, vinte e três dias hoje desde que você se foi. Seis torturantes meses sem escutar sua voz, sentir o seu toque vivo, e muito menos, sentir o seu amor por mim.
Agora... Tudo parece vazio. À sala de estar que você gostava de assistir desenhos com nossos filhos, está mais quieta que o normal; O jardim já não sente à vibração de você correndo atrás do nossos cachorros; O povo já não grita seu nome enlouquecido enquanto você passa; nossa cama parece mais fria que o normal.
Eu sinto tanta saudade de você, meu amor. O medo de te perder da noite pro dia, ainda corre em minhas veias e me deixa apavorada. Acredite, eu estou quase em coma junto contigo.
Sem você, não sinto mais vontade de fazer absolutamente nada. Estou completamente acabada, destruída, sem forças nenhuma para me levantar, tomar banho, ou até mesmo me alimentar.
Phillips anda preocupado comigo, sei que ele parece forte por dentro. Mas, estava tão destruído quanto à mim desde daquele dia. E eu, confesso que também estou.
Não me recordo da última vez que me sentei para brincar com nossos filhos, e pelo o que sei de ti, estaria tão decepcionada quanto eu estou. Às crianças, tentam vir até mim, mas tudo que vêem é uma mulher assustadora, que não se parece mais com à mãe deles.
Sei bem que prometi para você, em um dia qualquer de fim de primavera, que jamais me abalaria se você me deixasse. Mas, menti. Eu me abalei, não deveria ter sido assim! Não dessa forma. Foi tão repentino, estávamos tão felizes... Planejamento nosso próximo bebê, e isso acontece... Parece até praga, juro.
Nos primeiros meses, eu ainda conseguia ir te ver. Mas, desde da última vez, que você estava só pele e osso, totalmente sem vida mais, eu simplesmente travei. Não consegui mais ir, me desculpa...
Imagino que me odeie, Isabella. E eu entendo isso, juro que entendo. Às vezes, até eu me odeio por ser tão fraca à esse ponto. Mas, não suporto de ver daquela forma.
Não suporto ver à mulher que tanto amei, e ainda amo, que tinha tanta alegria no coração e transmitia isso por onde passava, que era uma pessoa, mãe e esposa extraordinária... Tão vazia. Sem cor, sem expressão, sem vida.
Pois, apesar dos seus batimentos cardíacos, apesar de crer que você ainda está lá em algum lugar. Você não está presente em seu corpo, está vaga. Sua alma, sua verdadeira essência, minha amada Isabella, não reside mais ali. Não dessa forma.
Houve um tempo, que eu ainda tinha esperanças de você acordar. Mas, admito depois de meses, não sei se tenho mais. Especialmente nessa semana, que será à última antes de desligarem os aparelhos que lhe mantém "viva".
