04 | Fase II: Raiva

1.1K 108 11
                                    

💢 leiam as notas finais. 💢

Boa leitura.

— Domingo, 07 de janeiro de 2023, Madrid, Espanha 10:30 —

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Domingo, 07 de janeiro de 2023, Madrid, Espanha 10:30 —

Sinto que o universo tramou algo contra mim, que foi injusto... Que eu não merecia aquilo.

Eu estava aos nervos, não queria aceitar que aquilo havia acontecido logo comigo, que sempre me dediquei à ser uma pessoa excelente. Mas, pelo visto, aconteceu.

E à única culpada disso tudo, sou eu mesma.

Sim, eu mesma.

Talvez se eu não tivesse me apaixonado; amado com tanta intensidade ao ponto de querer me casar; construir uma família, tudo ainda ainda estaria normal.

Essa não foi à vida que imaginei para mim daqui à dez anos. Eu pensava seria totalmente ao contrário do que sou hoje, mas pelo visto, me tornei nada menos que uma mulher fútil.

Passando pelos corredores, que devem ser carregados de memórias, mas ao mesmo tempo, tão vazios para mim... Posso apenas deixar minhas lágrimas de raiva caírem sobre meu rosto.

Nada disso parece ser real. Não deveria ser!

Como posso uma boa esposa? Uma boa mãe? Se nem sei quem eu sou, ou quem eu fui para eles. Tudo que eu sentia era à raiva da culpa sobre mim mesma.

Eu sentia que o mundo foi injusto comigo, mas ao mesmo tempo, que eu merecia aquilo. Ou talvez, seria algo para me fazer abrir os olhos de uma vez por todas.

Seja qual for, eu merecia ao menos lembra-me de mim mesma. Não me julguem, mas não sinto nem um pingo de remorso de Phillips e Catherine, e sim de mim.

Pois, eu acredito que tudo bem sobreviver se quem você ama não se lembrar de ti. – Você ainda lembra dela. Agora, o foda mesmo é quando você não se recorda de si mesmo.

No fundo, eu sentia que isso aconteceria comigo uma hora ou outra. Afinal de contas, falta de aviso de meus pais não foi.

Assim como minha mãe teve que cair no esquecimento, eu também teria que temer à este futuro sombrio. Acho que eu pensava nisso, como uma forma de amenizar à dor da sua perda.

Eu era muito nova quando mamãe morreu, acho que tinha entre meus cinco à seis anos. não sabia o que aconteceria direito, só fui saber que ela morreu depois dos dez anos.

E ainda me recordo daquela dor como se fosse ontem, eu sentia culpa. Eu sentia que poderia ter feito mais, mas não podia. Eu era apenas uma criança, que perdeu sua mãe.

Isso não era justo!

Porém, acho que o que me deixa mais irritada de toda essa situação, é o fato que poderia ter acontecido o mesmo com meus filhos como aconteceu comigo, quando criança.

Lembre-se De NósWhere stories live. Discover now