chapter 21

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A campainha tocou naquele dia frio, fazendo
Rosamaria empurrar a cadeira de rodas até a porta e abrir a mesma. Uma semana depois que havia deixado o hospital fizeram seus braços já conseguirem empurrar seu próprio peso, porém ainda era difícil e extremamente desgastante para a garota.

- Encomenda para a princesinha mais linda do mundo. - Caroline disse, erguendo duas caixas de pizza e abrindo um sorriso imenso.

A semana havia sido corrida e, apesar de ela ter visto Rosamaria durante todos os dias, nunca teve tempo de realmente aproveitar um tempo com ela.

- Entra. - Rosamaria disse, vendo Carol chacoalhar a neve de seu corpo e entrar na casa quentinha.

A maior retirou suas roupas grossas e as pendurou no cabideiro que se localizava perto da porta.

-Posso levar isso até a cozinha? - Carol perguntou e Rosamaria assentiu, vendo a garota se locomover até lá. - Sua mãe me ligou e vim assim que pude. - Informou assim que voltou com dois copos cheios de refrigerante e os colocou no porta copos sobre a mesa de centro.

- Ela teve que fazer algo importante, mas não sei o quê. - Rosamaria disse, dando de ombros. -
Você sabia que as mitocôndrias sempre virão da sua mãe? - Rosamaria perguntou de supetão. - Se você fosse garoto, sinto muito, você nunca passaria suas mitocôndrias para ninguém, mas você é uma menina, então você passará suas mitocôndrias para seus filhos. - Disse sorrindo, fazendo Caroline franzir o cenho.

- Sabia, mas isso não é muito avançado para estar aprendendo? - Carol perguntou e Rosamaria assentiu.

- A professora deixou o livro de ciências do ano inteiro aqui. - Ela falou. - E eu não tenho nada para fazer, então eu li ele todinho. - Caroline arregalou os olhos surpresa.

-Você realmente gosta de ler, uhm? -
Perguntou, indo até a cozinha apenas para pegar uma das caixas de pizza.

- Eu amo. - Ela disse animada. - A mamãe disse que compraria um celular para mim, mas eu não tenho com quem falar. Não estudei em uma escola, então não tenho amigos.

- Heyy, e quanto a mim? - Carol perguntou, vendo Rosamaria sorrir.

-Eu poderia conversar com você pelo telefone?
- Ela perguntou, vendo Carol lhe colocar no sofá ao seu lado.

- Claro.

-Quando eu quisesse? - Indagou, vendo Carol lhe servir.

- Quando você quisesse. - Respondeu.

- Acho que eu vou falar para a mamãe comprar um para mim. - Ela disse, vendo Caroline sorrir e assentir. - Era para eu ler só uma página do livro e fazer os exercícios, mas eu gostei e li tudo. Aí pulei para o de história e agora estou no de geografia. Não gostei de geografia. - Rosamaria disse em uma careta e Carol riu.

- Você é um prodígio. - Caroline disse, mordendo um pedaço de pizza no momento seguinte.

- Eu terminei quatro filmes de romance ontem e um de comédia. - Rosamaria disse. - Eu sinto que tenho tanto para recuperar. Eu sinto que tenho tanto para aprender. - Disse suspirando. -
Carol, eu li por uma hora o dicionário ontem.

- Meu amor, ninguém lê o dicionário assim. É chato. - Caroline disse rindo, limpando o canto da boca com a língua.

- E para que serve então? - Rosamaria perguntou confusa.

-Você geralmente usa quando vai ler algum livro mais formal, para descobrir os significados das palavras que não entendeu. - Explicou. - Ou aleatoriamente procurar por alguma palavra sozinha, porém hoje em dia a maioria das pessoas usam o Google.

Em um piscar de olhos Where stories live. Discover now