chapter 49

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O sol forte do verão já dava suas caras e exatamente por tal acontecimento que Carol estava estirada em sua toalha de banho, enquanto tomava sol. Ela usava seus óculos de sol e um biquíni vermelho. Seus olhos estavam fechados enquanto ela desfrutava da sensação de um domingo tranquilo.

Sua namorada estava na água, brincando de guerra de água com sua mais nova amiga Roberta. Haviam ido juntas à praia e combinaram com o restante dos amigos de Caroline, que logo estariam ali.

Rosamaria havia começado a frequentar diversos cursos.
Ela estava determinada a realmente começar a escrever livros e não abandonaria seu sonho. Roberta frequentava as aulas de um desses cursos e assim se conheceram.

A garota era linda, sexy, educada e lésbica. Tinha todos os requisitos para Carol poder se remoer de ciúmes.
Mas não acontecia isso. Pelo contrário, ela confiava na garota. Ela era respeitosa e jamais faltou com respeito a Rosamaria ou sequer a olhou de forma diferente. Caroline estava bem com isso e por isso não se preocupava em sua namorada estar usando um biquíni preto sexy e estar se divertindo com outra.

- Amor. - Rosamaria chamou, se jogando molhada em cima de Carol. A menor arfava por ter corrido desde a água até a areia, que é onde Carol estava.

- Oi. - Caroline disse, se sentando.

- Roberta disse que mandou uma cópia dos dois primeiros capítulos que escrevi para uma editora e eles querem que eu mande o material completo três meses.
- Rosamaria disse e Carol sorriu animada.

- Acha que consegue? - Carol perguntou e Rosamaria assentiu, se ajeitando no colo de Caroline.

- Estou tão orgulhosa. - Caroline disse abraçando o corpo molhado sobre si. - Me deixa ler? Não acredito que deixou Roberta ler. - Carol disse rindo.

- Sou prioridade no mundo literário, Carol. Aceite. - A garota disse rindo, se jogando na areia.

- É sobre um casal que se conhece na prisão. - Rosamaria disse. - Mas as cenas de amor eu faço todas pensando em você. - Rosamaria disse e Caroline sorriu.

- Quero ler. - Carol disse, deixando um bico dengoso invadir seu rosto.

-Vou deixar só porque sou muito, muito boazinha, está bem? - Rosamaria perguntou e Caroline sorriu assentindo.

- Está mais do que bem. - Carol disse, sentindo
Rosamaria lhe dar um selinho.

- Mas então, Rô, você viu só que minha namorada está ficando com marquinha do biquíni? - Rosamaria perguntou e a outra olhou.

- Vi, mas sinceramente aquela garota gostosa se aproximando chama mais a minha atenção. - Ela disse, tendo a atenção presa em alguém.

- Boa sorte. - Caroline disse baixinho ao ver de quem se tratava. - Ela está conosco e se chama Camila.

- E aí, doida. - Thaísa disse se jogando na areia. - Cadê as breias?

- A Pri vai buscar, não vai? - Caroline pediu piscando os olhinhos e o garoto suspirou.

- Só se me disser quem que é essa morena linda do seu lado. - Ela disse sorrindo e Caroline riu.

- Roberta, amiga da Rosamaria. - a morena disse esticando um dos braços e com um sorriso simpático -

- Se importa de me ajudar a pegar as cervejas?! - Priscila perguntou com um sorriso convidativo -

- Desculpa, mas acabei de voltar do mar, estou cansada. - deu de ombros voltando a se sentar na areia -

- Estou adorando essa marquinha. - Rosamaria sussurrou no ouvido de Carol e a maior mordeu o lábio inferior.

- Em casa eu tiro o biquíni para você ver ela melhor. -
Caroline sussurrou de volta e Rosamaria suspirou.

- Acabou a praia. É hora de irmos. - Rosamaria disse e
Caroline riu alto.

- Não, senhorita. Saiba esperar. - Carol disse e Rosamaria assentiu desanimada. Carol, de repente, estranhou o fato de Camila estar conversando animadamente com Rô, que acabara de conhecer, enquanto Thaísa estava sentando ao lado de Carol quieta. - Não estavam ficando? - Caroline sussurrou para sua amiga.

- Não mais. Vou me juntar com a Pri e vamos virar strippers. Vamos dar mais que chuchu na cerca.

-Vocês têm sérios problemas. - Rosamaria disse e ela assentiu sorrindo, se deitando na toalha que havia estendido após retirar a camisa.

- Ei, princesa.. - Carol chamou, ganhando a atenção de Rosamaria para si. - Seu aniversário é em poucos dias.

- Sim. Vou ter idade para ir para as baladas com você e beber enquanto a gente se pega no meio da pista de dança. - Rosamaria disse enlaçando seus braços pelo pescoço de Caroline.

- Você anda lendo muitos livros. - Carol disse e
Rosamaria assentiu. - O que quer ganhar de presente?

- Pode ser um ursinho chamado Léo que seja considerado nosso filho? Ah não, espere! Já tenho esse. - Rosamaria brincou e logo sorriu. - Eu não preciso de nada, Line. Eu já tenho você na minha vida, o curso que eu quero, meu livro tem grandes chances de ser publicado..

- Mas não tem nada que queira? - Caroline perguntou e
Rosamaria pensou um pouco.

- Na verdade tem.

- O quê?

- Você na minha vida até ficarmos bem velhinhas.
Rosamaria disse e Carol fitou como o reflexo do Sol
atingia os olhos verdes.

- Pois eu também quero isso e se depender de mim vai ser assim mesmo.

- E dois ou três filhos para eu poder contar histórias igual você fez comigo.

-Oh, vai roubar minhas histórias? - Carol perguntou fingindo aborrecimento.

- Não, vou criar as nossas. - A maior suspirou e abraçou a cintura de sua namorada, apoiando a queixo um pouco acima de seu busto.

- Amor você me ensinou tantas coisas, sabia? - Caroline perguntou e Rosamaria a olhou compenetradamente. -
Aprendi a me conhecer; descobri que, apesar de desastrada, consigo lidar com situações que exigem equilíbrio emocional; Aprendi a ser mais paciente;
percebi que ter memória ruim me serviu para confundir os quartos e entrar no vinte e três. - Carol disse rindo ao se lembrar daquilo.

- Engraçado que você é ruim de memória, mas nunca esqueceu o número do quarto que eu estava. - Rosamaria disse brincalhona e Carol sorriu abertamente.

- A gente nunca esquece o número do bilhete premiado que tem como recompensa o amor da nossa vida. - Rosamaria sentiu milhares de flores crescerem em seu interior ao ouvir aquilo.

- Tem razão. - Rosamaria respondeu. - Eu nunca esqueci da sua voz ecoando na minha cabeça quando eu sequer havia acordado ainda. Talvez os quatorze anos em coma, de alguma forma, foram meu bilhete premiado, porque me fizeram chegar até você. - Rosamaria disse e Caroline sentiu seu coração bater loucamente em seu peito. - Aliás, te trouxeram até mim.

- E o que vento nos trouxe ninguém mais leva de volta.
- Carol disse e Rosamaria sorriu, sentindo o vento da maresia esvoaçar seus cabelos, mas não importa a bagunça que estivesse por fora, por dentro tudo estava intacto. Era como se o interior de sua alma fosse um museu, completamente dedicado à Caroline de Oliveira Saad Gattaz.

Em um piscar de olhos Where stories live. Discover now