Meu pai é gay, e agora ?
Acidentalmente acabei descobrindo algo sobre o meu pai que nunca imaginaria. Ele é gay! Mas calma, isso não é algo para se preocupar, porque não é nenhum problema, por mais que eu não possa negar que fiquei um pouquinho choc...
Para aqueles que estão chegando pela primeira vez, sejam bem vindos as minhas histórias. De uma passadinha lá no meu perfil e também leia O Corvo E O Lobo, tenho certeza que irá gostar.
Este capítulo será narrado pelo pai da Amora, o Gustavo, quando ele ainda era jovem.
Boa Leitura
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Meu querido diário! Acho que é assim que se começa a escrever em um diário, pelo menos foi assim que vi nos filmes. Parece ser tão estranho escrever tudo que se sente em um papel, expor sentimentos que deveriam ficar guardados dentro do coração, por isso nunca me dei bem com poemas nas aulas de literatura, por mais que adore histórias e várias delas fiquem borbulhando na minha cabeça, implorando para serem escritas, mas tenho medo de escreve-las por mais que seja uma história cheia de magia e de grandes batalhas. Sempre gostei de histórias assim, com aventuras e dramas, por isso gasto todo meu tempo livre lendo histórias de grandes aventuras apenas para fugir um pouco do mundo em que vivo.
Porém há uma grande diferença entre ler histórias escritas por outras pessoas, devorando livro após o outro sem se dar conta de quantos já se acumularam e escrever suas próprias histórias, pois mesmo que sejam fictícias vividas por personagens imaginários, elas nada mais são do que reflexos do próprio escritor, sendo eles reflexos positivos ou sombrios. É isso que me assusta a escrever por mais que seja o que mais desejo fazer, porque até onde vai os pensamentos de um personagem fictício? O que eles sentem e o que pensam, para aquilo que o escritor pensa e sente? Talvez não haja separação e as duas coisas apenas se misturem em certo momento. Foi por isso que lhe ganhei diário, para que primeiro eu possa escrever aquilo que sinto, para depois escrever aquilo que meus personagens sentem; essa foi a ideia de uma amiga.
Querido diário, o senhor foi o presente de alguém muito especial para mim, o que o torna também muito especial. Portanto seguirei o conselho dela e escreverei sobre mim.
-Foi só isso que escreveu até agora? Assim vou achar que não gostou do meu presente. -Disse Clara após ler os primeiros parágrafos do meu diário. Ao qual ela havia arrancado da minha mochila durante o intervalo entre as aulas.
-E ainda bem que escrevi só isso. Afinal um diário é algo pessoal, você não pode sair por ai lendo o diário de outra pessoa quando bem entende. -Disse um pouco irritado arrancando o diário das mãos de Clara.
-Aaah! Mas foi eu que não te deu. Eu queria ler seus relatos e experiências gays. Confeso com o início foi bem sem graça, não vai conseguir prender os leitores desse jeito.
-Um diário não é para leitores. -Respondi enquanto eu escondia o diário antes que alguém o visse, afinal ele não era nem um pouco discreto assim como a Clara. Todo rosa e com frescurinhas de mulher, tem até um cadeado em forma de coração, não é por ser gay que todo o universo feminino chame minha atenção. Isso a Clara ainda não consegue entender, acho que ela ainda está muito empolgada em ter um amigo gay para perceber esse tipo de coisa.
