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Elisa

Eu juro que vou ficar louca, Meu chefe é insuportável. Não sei como não enlouqueci ainda.

Sabe o que ele fez agora? Ele só me fez ir comprar um café do outro lado da rua da empresa 10 vezes. Eu subi e desci as escadas dez vezes por cauda de um maldito café que não o agradava.

Encosto minhas costas na minha cadeira. Finalmente, depois de dez viagens, o café tinha lhe agradado.

Eu estou aqui a mais de 5 meses e nesses cinco meses ele implica comigo por tudo, absolutamente tudo. Tudo para ele tá mal feito, mal organizado, café ruim, horário atrasado. Resumindo, para ele eu sou uma incompetente.

Eu não penso em sair daqui, mesmo que eu o odeio com todo meu coração, eu mão posso sair daqui. Eu preciso desse emprego. Minha mãe luta contra o câncer a mais ou menos 1 mês e eu preciso do dinheiro para a quimioterapia, mas ainda não tenho o suficiente. Isso vem tirando meu sono.

Eu venho pensando nisso a muito tempo. Oque eu faria se não conseguisse o dinheiro suficiente?

Sempre foi eu e a minha mãe, oque eu faria se ela se fosse? Fecho meus olhos e balanço a cabeça. Não posso pensar nisso, tenho que focar no meu trabalho para conseguir o dinheiro.

O telefone toca e eu rapidamente atendo.

— Empresa Hernande'z em que posso ajudar? - perguntei com a voz mais amigável possível.

— Oi, eu quero falar com o Théo - escuto uma voz feminina e eu já posso pensar o porquê.

— No momento ele não está disponível. Já coloco o telefone um pouco mais longe, esperando ela gritar falando que é mulher dele.

— A qual é quebra? essa para mim? Eu sou Jade, Jade Hernandez, irmã dele. Volto o telefone na minha orelha aliviada.

— Só um momento - falei me levantando e ajeitando minha saia.

Em cima dos meus saltos eu caminho até a sala do chefão e bato três vezes na porta. Não obtive resposta como sempre, então abro a porta.

Ele estava de óculos enquanto olhava alguns papéis.

Ele levanta o olhar para mim, esperando eu falar. Seu olhar me causa arrepios desde que cheguei aqui. Ele parece me olhar intensamente, pensando em uma forma de me demitir. Certeza.

— Sua irmã está na linha - falei já fechando a porta, já que o vi pegar o seu telefone.

Caminhei até a minha mesa e tranferi a ligação para a sua linha.

Peguei meu celular vendo uma mensagem da minha mãe.

Sem pensar muito, me sento e já abro a mensagem.

"A mamãe tá levando aí para você, meu amor "

"Ah, mãe, você sabe que não precisa. Não quero você se esforçando"

" E eu não quero minha bebê com fome nesse frio, Querida, você pegou seu casaco? "

" Peguei, mãe, não se preucupe"

" já estou chegando"

" estou descendo, mãe"

Desliguei meu celular e deixei em cima da minha mesa. Ah, o senhor Hernandez nem vai perceber se eu sair uns cinco minutinhos.

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