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Os barulhos dos sapatos amassando as folhas secas do outono era a única coisa ouvida dos adolescentes pelo caminho.

Jason desistiu de protestar a decisão de Ava assim que viu a mesma atordoada e desesperada, o rapaz sabia que a irmã estava se sentindo culpada por ter arrastado todos para a bagunça.

Jason também sabia que não deveria ter coagido sua irmã e as outras a participarem do feitiço, o menino sabia que Ava era insegura sobre seu próprio lado sobrenatural, sem falar que a mesma já era conhecida por seu histórico de descontrole emocional. E a coisa mais importante, nenhum deles estavam prontos para executar um feitiço que requeria tanta magia.

Com um suspiro fundo Jason relaxou os ossos do corpo, e desacelerou os passos.

— Me desculpem — Jason pediu abaixando a cabeça, seus olhos vagando sobre o chão.

As palavras dele foi uma surpresa para todos. O rapaz era conhecido pelo seu forte temperamento, fardo que carregava por ser uma Hale - desculpas raramente eram ouvidas vindo do adolescente.

— Suas desculpas não vão mudar nada, então as guarde para você — Cheryl rebateu, ainda caminhando sem virar para encarando o Hale — Seus pais o alertou sobre não fazer feitiços acima de sua capacidade — lembrou parando bruscamente os passos.

Cheryl girou os calcanhares e encarou Jason, o menino apenas abaixou a cabeça e ouviu tudo em silêncio.

O Hale não podia se defender, e nem queria, por que no final tudo era verdade

— Você acha que o mundo gira em torno de você e seus problemas banais, mas as coisas não são bem assim. As pessoas tem vidas, e diferente do que você acha, elas também tem problemas para resolver e merdas para consertar — gritou, Cheryl fuzilava ele com um olhar sério.

A tensão no ambiente era algo já sentido na pele de tão pesada que estava.

— Inferno, você pode calar a porra da boca por um segundo, Cheryl — Ava gritou, a Hale girou o corpo para poder encarar a namorada de sua irmã — Não tente jogar toda culpa em Jason — protestou, tombando a cabeça para o lado, seus olhos percorrendo o caminho a frente — Jason não tem culpa de nada, ninguém tem. Eles estavam indo bem no feitiço — comentou com a voz rouca, Ava não conseguia controlar as emoções que estavam a invadindo, então deixou as lágrimas grossas rolarem em seu rosto — E-Eu... . . eu fiquei com medo e acabei perdendo o controle. Jason poderia ter morrido pelo meu deslize, todas poderiam, mas mesmo assim não me culparam — as palavras era arrastadas, junto com o soluço do choro.

Depois da prévia confissão, o silêncio recaiu sobre as adolescentes por alguns minutos, até Bella se pronunciar.

— Olha é bem legal que tudo tenha sido esclarecido, mas infelizmente o problema ainda não foi solucionado, e tragicamente pessoas ainda estão desaparecidas — Lizzie soltou tudo de uma vez, logo em seguida tomando o caminho de novo.

A garota foi seguida pelas outras, que o restante do trajeto não abriram mais a boca.

Quando chegaram na frente da mansão dos Hale, um espanto as abalou. A casa estava totalmente destruída, a única coisa capaz de se ver era os escombros das paredes acinzentadas.

Era como se tudo estivesse sido consumido pelo fogo, as telhas caidas em um ar decadente, a única porta ainda visível se encontrava no chão toda quebrada. O lugar que antes ficava o hall de entrada, agora era um buraco na parede.

A varanda que antes era complementada com flores, enfeites e um enorme banco branco, agora era apenas caos e destruição.

— O que aconteceu? — Josie gritou, seu rosto ainda estava em choque pela imagem da casa toda queimada.

As outras garotas não estavam diferente, seus olhos ainda confusos por toda extensão destruída.

— Jason, esse feitiço não foi tão forte para causa tanto estragos, então me diga, o que está acontecendo? — exclamou Cheryl, a ruiva arrastou os pés até subir no primeiro degrau da escada toda partida em madeira podre — Olha, eu tenho a plena consciência de que quando eu fugi junto com a sua irmã da reunião da casa de seus pais, a casa ainda estava em pé e em ótimas condições — falou junto de uma risada desesperadora.

Cheryl soltou todo ar preso em seus pulmões, logo em seguida se distanciou da casa .

— Onde está nossos pais? — Sabrina perguntou, a garota torceu os joelhos e se ajoelhou na terra seca, seus olhos perdidos entre a casa .

— Ótima pergunta — Jason disse soando friamente, o garoto encarava a entrada da casa com seu olhar sério — Aparentemente essa casa foi queimada a muito tempo — constatou fechando as mãos em um aperto.

Ava que estava na esquerda do irmão suspirou exausta.

— O que isso significa ? — exigiu Cheryl, se aproximando do Hale com passos rígidos, foi no automático, Jason prendeu a respiração e petrificando o corpo.

— P-Passamos por... ..... algum tipo de portal — Jason soltou com dificuldade as palavras, seu rosto enterrado com a culpa que sentia — Acho que voltamos no passado — murmurou, mordendo os lábios para contrair a voz, os olhos verdes do garoto eram uma mistura de angústia e medo.

— Eu juro que se conseguimos sair dessa situação, a primeira pessoa que eu vou matar e você, e logo em seguida a Ava e depois todas que ajudaram — gritou Cheryl, sua atenção revisava entre o menino e as outras meninas que estavam junto quando o feitiço foi feito.

— Eu não tenho estrutura para passar por isso — admitiu Sabrina, se levantando, logo em seguida passando as mão pelo cabelo para tentar conter o nervosismo que crescia em seu corpo.

— E você acha que eu tenho? — murmurou Jason, as fala saindo duras e ásperas.

Com a única força que tinha em seu corpo, o menino se distanciou e começou a andar em direção da trilha de mato.

— Para onde está indo? — perguntou Hope, gritando para ele escutar.

— Eu vou procurar meu avô, ele vai saber onde nossos pais estão — disse, sem se importar em virar para encarar — Talvez ele possa chamar eles — terminou, tomando os passos voltando para o caminho de novo.

— Mas se realmente estivermos no passado, ele não vai nos reconhecer, é até capaz dele internar a gente na casa Eicho — diz Lizzie, a garota parecia realmente preocupa com a possibilidade de ser internada na casa dos horrores.

— Eu não ligo — praguejou Jason, a garota forçou os pés e continuo o caminho .

Se eles realmente estavam no passado era melhor pedir ajuda para quem eles conhecesem pelo menos no futuro.

Near future ( filhos do Futuro)Where stories live. Discover now