Capítulo 11

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🔥Reegan🔥

O sangue mancha o chão de vermelho, a ardência percorre meu braço enquanto a água escorre pelo meu corpo. Os pontos que remendam minha pele mais uma vez, deixarão uma nova cicatriz. Nunca gostei de ostentá-las, mas é impossível não tê-las sendo Don da maior máfia italiana.

Enrolo a toalha na cintura e caminho em direção ao quarto, onde Ártemis me espera. Me sento sobre os lençóis da cama, os dedos finos tocam o ferimento com o algodão embebido em álcool e engulo a dose de uísque, sufocando o resmungo de dor que quer escapar. Assim que termina o curativo, as mãos de Ártemis vão para o meu ombro em uma massagem deliciosa.

- Posso fazer companhia para você, Don? - sussurra, mordiscando minha orelha.

- Você sabe que não, veio aqui para ajudar Catarina com o casamento amanhã - afasto suas mãos.

- Prometo ficar quietinha - insiste.

- Não vou desrespeitar minha família assim, Ártemis. Você sabe perfeitamente o que é - quero encerrar a conversa de uma vez por todas.

- Sim, Don, eu sei perfeitamente o que sou e para quem trabalho - resmunga, visivelmente magoada.

- Não comece a agir como se fosse vítima da situação, Ártemis. Nunca forcei nenhuma mulher a ficar comigo, com você não é diferente e você sabe muito bem - me levanto e me aproximo da garrafa de uísque, enchendo meu copo novamente, com os olhos da mulher queimando em minhas costas.

- Nunca serei o suficiente, não é, Don? - cospe meu título como se fosse veneno.

- Não, Ártemis. Uma coisa é você ser uma prostituta muito bem paga para fazer seu trabalho, outra é querer algo mais com alguém que nunca lhe pertencerá - analiso o olhar raivoso da mulher à minha frente.

Ela abre a boca para retrucar e eu elevo o dedo, silenciando-a na hora.

- Se eu fosse você, tomaria cuidado com as próximas palavras. Estou aguentando até demais sua petulância - aviso, vendo-a fechar a boca e balançar a cabeça em afirmativa.

Respiro fundo, observando a mulher sair pela porta como um furacão. Caminho até a poltrona de frente para a janela e me sento, o céu acinzentado é iluminado por raios de luz, acompanhado pelo estrondo da trovoada. Parece que Deus está prevendo os caminhos que a 'Ndrangheta percorrerá, eles serão sombrios e barulhentos, assim como a chuva que cai lá fora.

Fecho meus olhos pensando no casamento de amanhã, optei por antecipar a união de Kaden Petrillo e Catarina Lucchese, garantindo a aliança com a Cosa Nostra, caso a guerra se estabeleça entre 'Ndrangheta e a Bratva.

Yan Montenero, capo da Camorra, também foi convidado para o casamento, usarei a oportunidade para uma reunião informal com os capos da connected. Mas minha preocupação é a presença de Arto Vesken, capo da Sacra Corona Unita. Mesmo juramentado com a 'Ndrangheta, optou por se manter afastado todo esse tempo, decidindo voltar somente agora para nosso território, no exato momento em que tudo pode explodir em uma guerra sangrenta.

Puxo um cigarro do maço de cima da mesa e acendo, inalando as toxinas que ajudam meu cérebro a silenciar. Elevo a cabeça, soltando uma espiral de fumaça. As linhas cinzentas dançam diante dos meus olhos e posso jurar diante de Jesus Cristo que vejo um par de olhos puxados desvanecendo na fumaça.

O Código da CalábriaWhere stories live. Discover now