A REALIDADE DÓI...

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Luísa pov.

Acordei atrasada, sai correndo pra faculdade, eu estava com a mesma roupa de ontem, então só coloquei uma jaqueta e fui, assim que entrei na sala vi Marcelo se beijando com Débora, senti um pouco de raiva, afinal eu não podia mostrar a minha felicidade aos outros, me sentei e fiquei prestando atenção na aula, e era surpreendente como Otto continuava com o mesmo olhar de sempre, tão natural, como se nada tivesse acontecido, meu coração se apertava e eu ficava me odiando, queria saber o que se passava na cabeça de Otto, se ele estava sendo atormentado da mesma forma que eu, essa incerteza estava me deixando louca, meus olhos se encheram de lagrimas e sai correndo da sala, eu pensava que conseguiria passar por tudo isso, se ao menos Otto sorrisse pra mim, eu ao menos saberia que ele estava me vendo, mas o jeito dele só me entristecia, lavei meu rosto e quando fui voltar pra sala dei de cara com Roger, ele era professor de ed. Física e ficava me dando mole, nunca entendi como alguém como ele tinha olhos pra mim, se eu não fosse apaixonada por Otto com certeza eu ficaria com ele, ele olhou pra mim sorrindo e disse: — você não deveria estar na aula do Otto?

— sim, me senti mal e vim ao banheiro

— então vamos a enfermaria?

— não, Roger... Eu vou ficar bem

— Luísa, que tal a gente sair e tomar um sorvete? Ouvi dizer que você e o Marcelo terminaram

— é terminamos, acho que foi bom pra ele

— pode ser bom pra você também, que tal um sorvete? 

— você é um professor não se esqueça disso 

— você não é minha aluna, não se esqueça disso. 

Ele foi pra quadra e eu voltei pra sala de aula, mas alguém me puxou pelo braço, era Otto que disse: — o que foi aquilo com o Roger? 

— estávamos conversando, e você com isso? 

— Roger é um professor, não pode ficar com essas intimidades com um professor 

— olha quem fala, o professor que me levou pra cama — o empurrei e continuei — se senti ciumes fala, não faça essa besteira novamente — falei voltando pra sala e todos ficaram me olhando assustados, me sentei e Otto voltou com umas folhas, que ótimo um questionário pra entrar semana q vem, comecei a responder e no intervalo encontrei Joana gritando e disse: — o que faz aqui? 

— eu vou estudar aqui a partir de hoje 

— que maravilha amiga 

— agora me conta, quem é o professor gostoso que vc esta afim? 

— ele acabou de mudar de cidade e foi embora — tive que mentir pra ela, eu não poderia dizer a verdade, dizer que o professor que amo é o tio dela. 

— nossa amiga, sinto muito... Mas daqui a pouco aparece outro — disse ela sorrindo e no mesmo instante o sinal tocou

Voltei pra sala, como tinha me metido nesse rolo com Joana e Otto, se alguém descobrir é o fim da carreira dele e sera meu fim também, as aulas passaram rápidas e arrumei minhas coisas, Otto se sentou na mesa e disse que todos estavam liberados mas que precisava falar com a senhorita D'Ávila, eu o encarei com medo, não sei o porque deste sentimento, mas foi isso q senti, medo. Me aproximei e diss e: — o que o sr quer?

— você me deve nota, acho que vou aceitar aquele trabalho, se lembra? 

Meu coração estava apertado e meus olhos cheios de lágrimas, então eu disse: — sim, eu trago amanhã 

— tudo bem.. 

Eu me virei e ele segurou meu pulso e disse: — Luísa... Eu só fui atras de você aquela hora porque eu estava preocupado 

— tudo bem professor. 

— porque saiu daquela forma? 

— não consegui aguentar a sua indiferença 

— não estou sendo indiferente, só estou tentado ser natural

— eu sei disso, mas é difícil — me soltei de sua mão e sai, peguei meu carro e fui pra casa chorar e lamentar.

Otto pov.

Ver Luísa ali e não pode tocar ou ama-lá era uma tormenta, mas tinha que me controlar, passei muito tempo fazendo isso e agora tenho que continuar assim, sendo frio, vi Luísa sair correndo da sala e aquilo me preocupou, queria correr atras dela, mas acho que se fizesse isso todos iam perceber, dei a desculpa de que ia pegar uns exercícios e sai, mas a encontrei no corredor conversando com Roger, aquele professor era bem soltinho pro lado de Luísa e aquilo de alguma forma me irritou, confesso ter ficado com ciúmes, ela estava voltando pra sala e eu a puxei pelo braço, queria uma satisfação dela, mas não foi a coisa certa a fazer, falei e fiz coisas que eu não devia, e isso me fez pensar na nossa situação, Roger não era professor dela e queria ficar com ela, eu era professor dela e tinha levado ela pra cama, acho que minha situação era um pouco pior, ela voltou pra sala e logo depois eu também, não demorou muito e o sinal tocou, vi Luísa e Joana no intervalo e aquilo só piorava, alem de eu ser professor dela eu era tio da melhor amiga, e minha sobrinha só veio pra piorar e atrapalhar as coisas, o destino parecia não estar ao nosso favor, e aquilo me deixou um pouco mais bravo, como vou dar continuidade a nossa história assim? Voltei pra dar aula mas minha cabeça só estava em Luisa, fiquei olhando o diário da sala dela até que me lembrei que ela estava me devendo nota, assim que o sinal tocou avisei que queria falar com ela e avisar que ela me devia nota, mas ela foi fria comigo, tudo que eu queria era beijar ela ali, mas me faltou coragem... 

Continua... 

O PROFESSOR Where stories live. Discover now