28. Retorno

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Pérola

Havia chegado o dia de voltar para casa. Eu retornaria com a outra parte do Exército.

Os últimos dias em Mishpaha haviam sido pacíficos. Eu podia ver a mudança no comportamento do rei Conrado e o povo estava satisfeito, pois as plantações começavam a dar frutos e a alimentação no Palácio havia mudado sobremaneira.

Eu imaginava o quanto Christian deveria estar ansioso, assim como a minha família. Todos sabiam que hoje completava 3 meses e que eu voltaria naquela data, mas eles não sabiam se eu voltaria sozinha ou com o Exército. Com certeza, isso deveria estar deixando todos com grande expectativa.

Eu queria presenciar a reação de cada um deles. Eu não podia negar o quanto estava sentindo falta de todos, principalmente da minha mãe, de Kiara e de... Christian. Bom, eu precisava admitir que ele fazia falta nos meus dias.

-Pérola? -Joana chamou.

-Sim?

-Eu estou aqui para te ajudar a arrumar seus pertences.

-Ah, eu não tenho quase nada. Na verdade, não imaginava que ficaria tanto tempo aqui.

-Sim, às vezes me esqueço disso...Ainda bem que você ficou. Eu sei que foi difícil, mas você me ensinou tanto com a sua fé. -Ela disse segurando as minhas mãos.-Você confiou em Deus. Você acreditou e glorificou o nome DEle, Pérola. -Ela disse. - Se eu tivesse uma filha, queria que ela fosse como você.

-Eu que agradeço por ter cuidado de mim com tanto amor e dedicação.  Seu cuidado foi como um unguento nos dias de dificuldade. Obrigada.  -Eu disse abraçando-a.

-Por favor, Pérola. Prometa que me convidará para o seu casamento com o rei de Hézeq. -Ela pediu.

-Ah, senhora Joana! De novo com essas insinuações? -Perguntei corando.

-Eu sei do que estou falando, menina! E ele seria um tolo se deixasse uma mulher de Deus como você escapar! -Ela falou convencida.

- Aí, meu Deus! Parece que estou ouvindo a minha irmã falando! -Exclamei.

-Ah, sua irmã também sabe das coisas. Eu não estou em devaneios. -Ela constatou.

-Senhorita Pérola? -O servo Felipe disse.

-Estou aqui.

-O rei Conrado pediu para avisar que o Exército está pronto e que ele está aguardando a senhorita na entrada do Palácio.

-Sim, estou indo agora mesmo. -Respondi e ele se retirou rapidamente.

-Então, vamos nos apressar e não deixar o rei esperando. -Joana aconselhou.

Quando chegamos na entrada do Palácio, a outra metade do Exército estava aguardando em formação. Meu sorriso tomou conta do meu rosto. O acordo estava sendo cumprido. Hézeq seria protegido.

-Pérola, tem certeza de que não pode ficar? -O rei Conrado perguntou.

-Me perdoe, majestade, mas preciso voltar para a minha casa. -Falei com gentileza.

-Sim, eu sei que Hézeq é a sua casa. Você ama aquele Reino e por isso lutou tão bravamente e confiou plenamente em Deus até quando tudo parecia perdido. -Ele explicou. -Pérola, como rei de Mishpaha, eu quero te agradecer. Obrigada por ter lutado pelo bem do meu Reino mesmo quando todos te desprezaram, até mesmo eu. Eu quero pedir o seu perdão pelas palavras duras e pelo tratamento frio que você recebeu de mim. Eu vou lutar para nunca mais ser aquele homem, afinal, Jesus transforma o nosso interior.

A MajestadeWhere stories live. Discover now