33. Realidade

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Pérola


Arrumei meus pertences de forma discreta, afinal, não poderia contar para ninguém que eu estava partindo. Minha família jamais permitiria.

Meu plano era ir para um local distante. Eu iria passar um tempo com Camila, uma amiga querida, que estava vivendo no interior de Hézeq. Não teria como avisá-la antes de ir, mas eu tinha esperança de que ela pudesse me receber.

Deitei na cama e tentei me acalmar. Eu não estava em paz com aquela decisão, mas era isso que eu faria.

O Conselho estava certo. A princesa Helena seria uma ótima rainha. Negar aquela proposta de casamento poderia causar conflitos entre os reinos. Christian seria prejudicado. Na verdade, Hézeq ficaria vulnerável também.

Eu deveria partir, pois de certa forma Christian não estaria ferido se não tivesse me protegido. Ele estaria bem e seguro. Não conseguia suportar aquela culpa. E se aquela infecção piorasse? E se o pior acontecesse? Eu não queria, não suportaria estar ali. Não suportaria aqueles olhares nem por mais um segundo sequer.

O rei de Hézeq quase morreu para defender uma simples serva como eu. As palavras de Elza martelavam na minha mente.

-Pérola? -Minha mãe chamou baixinho.

Eu fechei os olhos e fingi estar dormindo. Se eu olhasse para ela, minha mãe saberia que havia algo errado. Então, por achar que eu estava dormindo, ouvi ela fechar a porta com delicadeza.

Logo, anoiteceu e quando estava próximo da meia-noite, eu peguei minha bolsa, deixei uma carta em cima da minha cama para minha mãe e Kiara. Fui em direção ao quarto de Christian e ele ainda estava desacordado. Peguei a carta e coloquei embaixo de seu travesseiro.

-Me perdoe. -Falei baixinho. -Por favor, acorde logo e cuide de Hézeq. -Pedi. -Adeus, Christian. Você sempre será o meu rei. -Falei enquanto enxugava uma lágrima que rolou pelo meu rosto.

Saí de lá de forma discreta, peguei um cavalo no estábulo e segui em direção à casa de Camila.

Não -Ele disse mais uma vez.

Ignorei novamente aquela Voz que eu sempre obedecia. Dessa vez seria um pouco diferente.

Eu não estava preparada para lidar com tudo aquilo.

Eu precisava ir embora.

Segurei as rédeas do cavalo, segui meu caminho deixando o Palácio de Hézeq para trás e as pessoas que eu tanto amava também.

Christian

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Christian


Uma pessoa  estava segurando a minha mão. Não abri os olhos, eu estava muito cansado. Por quê eu estava tão cansado? Então, lembranças do ataque de Ramon vieram como uma enxurrada sobre a minha cabeça. A espada. A briga. Gritos. Dor. Muita dor. Pérola chorando.

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