Parte 5 - Novos Caminhos

5.9K 526 21
                                    

Brianna estava no quarto com Ceci e ouvia os risos melosos da mãe na sala. Estava inconformada que ela tivesse em apenas duas semanas trazido um homem para dentro de casa.

Cecily estava distraída com seus desenhos enquanto a irmã mais velha assistia televisão. Brianna estava agradecida por ela não poder ouvir porque sinceramente, era no mínimo constrangedor o comportamento da mãe.

A menina se levantou e abriu a porta, Brianna foi rápida em detê-la e perguntou onde iria. A pequena respondeu que estava com sede. A moça disse que ela também, que ia descer para beber água e que trazia um copo para ela.

Ceci voltou a desenhar e Brianna desceu as escadas devagar. Estava no último degrau quando viu a mãe debruçada sobre um carreira de pó aspirando até a última migalha enquanto o acompanhante dela acertava com o cabo da colher uma outra carreira pra ele mesmo.

Brianna odiava ver a mãe se drogando. Ela fingiu que eles não estavam ali. Passou direto para a cozinha, encheu o copo e já estava alcançando a escada novamente quando o grandalhão fechou a passagem dela.

-Nossa Amy, não me disse que tinha uma coisinha dessas em casa.

A mulher que já estava totalmente alterada pela química, mal se deu conta do que ele falou. Brianna inspirou nervosa.

-Com licença.

O homem estendeu a mão e pegou um cacho dela entre os dedos. Brianna deu um passo pra trás. A mãe fungou e fungou vezes seguidas e depois advertiu o rapaz.

-Deixe-a ir. Não é para o seu bico.

-Gostosinha.

Brianna bufou e passou por ele, mas sentiu uma mão que a agarrou por trás. Ela jogou a água na cara dele e o homem se enfureceu. Ele avançou sobre ela e a jogou na escada. A menina bateu o rosto no degrau e gemeu de dor. Ceci apareceu no pé da escada e desceu os degraus correndo quando viu a irmã caída. Amy veio cambaleante até o homem e o segurou fracamente.

-O último que afrontou essa dai, levou um tiro pelas costas.

O grandalhão deu dois passos para trás e olhou a menina desconfiado.

-Foi mal. Foi mal. Eu tô cheirado. Foi mal.

Ceci se agachou perto da irmã com expressão aterrorizada. Ela olhou para mãe em um pedido mudo de socorro e Brianna sentiu muita pena. A última coisa que ela podia esperar era que a mãe lhe estendesse a mão.

-Estou bem Ceci.

A moça se levantou e olhou com ódio pra mãe e para o desconhecido. Voltou pra cozinha e pegou outro copo de água e subiu as escadas de mãos dadas com Ceci.

Cecily dormiu pouco depois, mas Brianna não conseguiu pegar no sono. Sua cabeça estava doendo por causa da queda e por mais que tentasse, não conseguia deixar de sentir raiva da mãe. Já era quase de manhã quando ela adormeceu pensando que sua vida era ruim, mas com certeza havia pessoas em situações piores.

A campainha tocou as sete da manhã na quarta-feira. Brianna já tinha feito o café e esperava Ceci acordar para servir as torradas. Ela já sabia quem era e fechou os olhos vencida. Abriu a porta e tentou sorrir embora estivesse muito tensa.

-Bom dia doutor Christian.

-Como vai Brianna?

-Tudo bem. Aceita um café? Acabei de passar um fresco.

-Não obrigado, mas podemos conversar na cozinha se estiver terminando seu café da manhã.

-Ah, quanto a isso tudo bem. Não costumo comer nada tão cedo.

A Assassina - 3o.Coligado aos "Agentes do BSS"Onde histórias criam vida. Descubra agora