Parte 17 - No limite da razão

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Marcela se aconchegou ao peito de Christian de uma forma que ele não teve outra opção senão apoiar sua mão nas costas dela. A advogada o puxou para falar com algumas pessoas que estavam chegando. Era quase uma reunião política. Advogados, promotores e até um dos juízes da comarca de Manhattan havia comparecido. Era muito mais que um jantar de aniversário, eram contatos importantes para se estabelecer e fazer com que Christian vencesse a indicação como melhor advogado da Ordem daquele ano.

Christian falou com um e outro. Bebeu várias doses de uísque e nem por um instante perdeu Brianna de vista. Ela estava incrivelmente sedutora naquele vestido e não tinha um só homem naquele recinto que não estivesse impressionado com ela, a maioria deles na verdade, encantados e ávidos para trocarem umas palavras e tentar uma aproximação. Clint fez um bom trabalho em mantê-la sorrindo e sempre enturmada. Os rapazes mais jovens pareciam disputar a atenção dela e isso enfureceu Christian.

Marcela fingia que não via que o único interesse de Christian se resumia em acompanhar a porcaria da assassina do padrasto para onde quer que ela fosse. Maldito Clint, estragou tudo trazendo a menina idiota para seu jantar. Christian mal se concentrava nos assuntos em volta do salão, só tinha olhos para Brianna.

Brianna percebeu que estava sendo claramente ignorada pelo seu advogado. Ele ia e vinha, conversava com um e outro e embora estivesse com olhos sempre atentos à ela e ao Clint, não veio nenhuma vez falar com ela. Era constrangedor, para se dizer o mínimo. A menina queria desesperadamente ir embora, mas para isso teria que privar Clint do aniversário do irmão. Assim, para não atrapalhar a noite do seu amigo querido, ela estava se esforçando. Sorria e  era educada com todos que se aproximavam dela, mas seu coração estava apertado.

A irmã dele, que graças a Deus estava sozinha, foi gentil e prestativa e ficou por perto, mas nada fazia com que ela se sentisse a vontade. Definitivamente não devia estar ali, ele não a queria entre seus amigos.

O jantar foi anunciado e eles tomaram lugar em uma das diversas mesas que havia espalhado pelo salão. Brianna ficou entre Chloe e Clint e agradeceu mentalmente aos dois por ajudá-la nessa situação indesejada.

Christian sentou-se de frente com ela, ao lado do pai e da Marcela que portava-se como a namorada perfeita. Brianna estava para ficar doente com aquela encenação. Ela o tocava o tempo todo, segurava a sua mão, enlaçava a cintura dele com frequência, arrumava a gravata e grudou nele como chiclete onde quer que ele estivesse.

Os olhos dela se cruzaram com os do advogado várias vezes durante o jantar. A conversa era toda sobre assuntos que ela não fazia idéia do que se tratava. Clint se curvou sobre ela.

-Ou esses caras falam grego, ou eu estou ficando louco, mas não entendo nada do que está sendo dito aqui.

-Fico aliviada, já estava preocupada achando que havia algo de errado com o meu intelecto.

Os amigos riram alto e as atenções se voltaram para eles.  Marcela cutucou o cozinheiro com intenção de provocar.

-Nossa, mas agora ficamos curiosos para saber o que foi tão engraçado? Ou é um assunto particular?

Clint tomou um gole do seu aperitivo e sorriu falsamente encantador para a advogada classuda.

-Ah, nada demais. Eu estava dizendo para a Bri que ela está tão bonita hoje que até o Christian não tirou os olhos dela um só minuto durante todo o jantar, mas ela é modesta demais para concordar comigo.

Marcela ficou muito corada, claramente sem jeito com o comentário dele. Christian parecia que ia pular na garganta do irmão e Brianna estava embasbacada com a ousadia de Clint em falar aquilo tão abertamente arriscando-se a causar um mal estar entre sua família. Mas, para espanto da menina, o pessoal da mesa, alheio aos fatos, riram divertidos.

A Assassina - 3o.Coligado aos "Agentes do BSS"Donde viven las historias. Descúbrelo ahora