CAPÍTULO 31

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            POV LAUREN JAUREGUI

Uma semana.

Foi o único tempo que eu consegui "ganhar" com a Verônica.

Uma semana totalmente torturante e desesperadora. Tentei de todos os jeitos possíveis achar um caminho que não destruísse o amor da minha vida, que não me destruísse. Mas eu fracassei.

Flashback on

– Eu preciso de no mínimo uma semana — pedi prendendo o choro. Não tinha o que fazer a não ser ceder a sua chantagem tão escrota.

– Não — Verônica disse imediatamente.

– Por favor — pedi com um ódio descomunal — uma semana — praticamente implorei.

Flashback off

Eu sabia que essa era uma das semanas mais importantes para Camila. Última semana de provas do semestre e eu não podia terminar tudo com ela no meio disso, não sabendo que iria prejudicá-la mais que tudo, afinal, é o que eu venho tentando evitar que aconteça, não é? Não quero prejudicá-la em nada. Ela não merece isso de mim. Não mesmo.

Passei a semana toda introspectiva, tentando apenas disfarçar para não afetá-la. Normani tentou tirar algo de mim durante todos esses dias, mas eu fugi. Sei que ela me forçaria a bater de frente com tudo isso, mas eu não posso.

Quero dizer, eu já sou uma mulher formada, profissionalmente bem estabelecida. Camila está começando a caminhada dela, como posso deixar que algo envolvendo nós duas destrua o seu futuro tão promissor? Como posso deixar que julguem-à como vão julgar? Como posso deixar que manchem as oportunidades que ela com certeza vai conseguir? Não posso. Não com ela.

É pelo seu bem, meu amor. Me perdoa..

Kenea tentou de todas as formas achar alguma brecha na cláusula da Universidade, mas não havia uma se quer.

Eu sabia, desde o início eu sabia que não era o certo, que era algo terrivelmente proibido. Mas eu não consegui dizer não a um sentimento tão forte e tão único. Me apaixonei perdidamente por Camila e não vou permitir que ela sofra às consequências de tudo isso.

Me enganei ao achar que conseguiríamos viver em paz até ela se formar e finalmente podermos nos libertar de qualquer amarra. Acreditei que essa utopia poderia se tornar real, que tudo daria certo...

– Estou te achando tão abatida, filha! — minha mãe exclamou enquanto eu remexia na comida no prato.

O sábado chegou como uma bomba na minha vida. Era o fim do prazo. Já havia recebido mensagens e ligações da Verônica me alertando sobre o que aconteceria às 00:00. Eu sabia o que precisava fazer mas não tinha a mínima coragem.

Ontem foi a última prova de Camila e, durante uma chamada de vídeo, não consegui não sorrir ao ver toda a sua empolgação por finalmente estar de férias. Suas notas haviam sido excelentes, o que não me espanta já que ela é talentosa e muito dedicada. Passei a porra da ligação toda prendendo o choro para que ela não percebesse nada.

Marquei de ir até a sua casa hoje para conversamos, mas eu não tenho coragem de fazer o que preciso fazer. Eu não vou aguentar ver o seu olhar de sofrimento causado por mim.

É desesperador e angustiante demais.

– Impressão sua, mãe — sorri fraco para ela — só tô cansada do plantão — menti

– Vou fingir que acredito — ouvi o suspiro da minha mãe seguido de um beijo no topo da minha cabeça — você não precisa carregar o mundo nas costas, filha — me aconselhou antes de voltar para os seus afazeres.

Doutora! Where stories live. Discover now