Oito

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O dia havia chegado e ele não havia pensado em nada mais pessoal do que chocolates. Eram mágicos, sim - alguns mudavam de sabor à medida que eram consumidos, e um em que ele tinha um interesse particular afirmava adicionar uma hora ao dia, mas no final eram chocolates e ele se sentia como se estivesse falhando em um teste de relacionamento muito básico.

Ele não queria ter que vê-la abri-los e por isso depositou o pacote na pia onde ela deixou suas missivas e começou a se vestir para o dia. Ele duvidava que o jantar de Potter fosse uma ocasião formal, e ele queria passar a manhã no quarto de Longbottom, fazendo uma verificação final da saúde do presente de Pomona, então ele se vestiu com simplicidade. Francamente, não era muito diferente de estar em Hogwarts no Natal. O feriado não tinha nenhum significado especial para ele há anos; ele não tinha família ou amigos para visitar. Foi simplesmente mais um dia de trabalho, pontuado por um grande jantar de peru.

Então ele ficou surpreso quando ouviu Granger entrando no banheiro. Ela pegou seu presente em um braço e carregou o dele sob o outro. Ela estava vestida com uma grande camisa rosa que usava para dormir e havia chinelos nos pés. O cabelo dela era um ninho mutilado por ter dormido, e Snape se perguntou se isso significava que havia algo profundamente perturbado nele que achava a visão de seu cabelo emaranhado tão erótico.

— Eu estava planejando descer ao primeiro andar... — ele começou antes de ver o rosto dela.

De repente, ele percebeu que este era o primeiro Natal dela sem os pais. Ela veio em busca de alguma aparência de tradição, de um pequeno prazer na ocasião, e ele se sentou na cama abruptamente. — Feliz Natal —, disse ele. Esta não era uma frase que ele costumava pronunciar, e ele esperava que não soasse tão estranho quanto parecia.

— Feliz Natal —, disse ela, e seu sorriso era corajoso. — Eu tenho algo para você. — Ela estendeu um pequeno pacote.

— Eu temo que as tradições do feriado não sejam o meu forte — disse Snape. Seria inútil tentar fingir o contrário, e o fato de ele não ter experiência em tais assuntos não era um indicador de que ele não estava disposto a tentar, um fato que ela já deveria saber. — Se houver algum ritual para realizar, você terá que me informar sobre isso.

Ela olhou para ele estranhamente. — Não. Nenhum ritual. Vejo que você também me trouxe algo - a menos que algum outro homem tenha começado a me deixar presentes na pia.

Snape deu a ela um olhar de consternação. — Espero que não.

— Bem, então —, ela disse, — o lógico parece ser abri-los.

Por que ela estava tornando isso tão difícil? Snape se perguntou irritado. Ele estava tentando satisfazer a necessidade dela por este pequeno cenário; não havia necessidade de fazê-lo se sentir um idiota. — Eu estava simplesmente me perguntando se... — Ele olhou para ela e viu que seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas.

— Eu sei. Eu só... agora que estou aqui, percebo que não posso recriar nada. É bobagem.

— Eu não estou tentando fazer você se sentir tola.

Ela assentiu rapidamente e enxugou os olhos, que transbordavam. — Eu sei que você não está. Espero não estar fazendo você se sentir mal. Oh, inferno. — Ela cobriu o rosto com as mãos. — Não acredito que estou chorando no seu quarto. Me desculpe.

Snape estava perdido. Ele pensou na manhã da Assembléia de Governadores, uma situação na qual ele não tinha sido útil. Ele não tinha habilidade para essas coisas. Ele sabia como oferecer conselhos - soluções, talvez; uma admoestação revigorante para continuar - mas não havia resposta para isso. Nada a fazer. Não que ele não entendesse que deveria confortá-la, mas não tinha experiência em palavras tranquilizadoras, nem ideia de como começar. Havia algum tipo de manual que ele de alguma forma não conseguiu receber?

Killing Time | SevmioneDonde viven las historias. Descúbrelo ahora