ㅤㅤ𝟶𝟶𝟿 ─ o fim.

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꒰ 🗡 ꒱ ⭒capítulo nove 𝅄 ࣪o fim

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꒰ 🗡 ꒱ ⭒capítulo nove 𝅄 ࣪
o fim

" 𝖤𝗎 𝖾 𝖽𝖾𝗆𝗈̂𝗇𝗂𝗈, 𝖺𝗇𝖽𝖺𝗆𝗈𝗌 𝗅𝖺𝖽𝗈 𝖺 𝗅𝖺𝖽𝗈 "
Me and the Devil, Soap&Skin

" 𝖤𝗎 𝖾 𝖽𝖾𝗆𝗈̂𝗇𝗂𝗈, 𝖺𝗇𝖽𝖺𝗆𝗈𝗌 𝗅𝖺𝖽𝗈 𝖺 𝗅𝖺𝖽𝗈 "Me and the Devil, Soap&Skin

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𝘿𝙄𝘼𝙎 𝘼𝙏𝙐𝘼𝙄𝙎
𝖯𝗋𝗂𝗌𝖺̃𝗈, 𝖺𝖻𝗋𝗂𝗅 𝖽𝖾 𝟤𝟢𝟣𝟥

Foi a primeira coisa que eu disse a ele depois de nove meses. Oi, pai.

Mesmo depois de tanto tempo, meu pai continuava o mesmo. Ele ainda me olhava com desprezo. O tipo de olhar que me causaram arrepios que eu gostaria muito de não ter relembrado de como eram.

A arma de Mica ainda estava em minhas mãos, e eu a mirava para ele.

━ E então? ─ meu pai perguntou pela primeira vez ─ Você vai me matar, filha? Vá em frente. Termine com isso de uma vez.

Filha. Ele disse essa palavra pouquíssimas vezes. Era doloroso ouvir aquela palavra, mas eu queria tanto escutar isso dele. Mas, é esse o problema, meu pai sabe que eu o que eu quero ouvir.

━ Eu faço isso do meu jeito, e no meu tempo ─ respondi rispidamente, mas não soou da maneira que eu queria. Eu estava tremendo e minha voz estava errada. Mesmo que eu tente mostrar que ele não me abalava, não ia dar certo.

O Governador bufou, impaciente. Ele mexeu a cabeça, e então sorriu.

━ Você não consegue ─ afirmou, olhando para o chão ─ Está tentando parecer forte, e eu entendo, mas não vai dar certo, Coraline.

Meus lábios se contraíram. Eu dei um passo a frente, mantendo a arma em minha frente.

━ Você não me conhece o suficiente para saber o que eu consigo fazer ou não ─ soltei o que estava engasgado dentro de mim. Minha garganta doía e meus olhos ameaçavam a se encherem de água.

E meu pai riu, como se eu fosse uma piada.

━ Ah, querida, é sério? Eu te conheço muito bem. Eu conheço o seu tipo de gente ─ ele se aproximou arriscadamente, mas eu não me mexi. Eu fui estúpida o suficiente para ficar parada e ouvir o que ele tinha a me dizer ─ Você sempre foi assim, Coraline. Se vitimizando, chorando pelos cantos, nunca estava feliz com nada. Ah, me poupe. Não me diga que eu não te conheço, pois se tem alguém que eu conheço bem, esse alguém é você.

Meu rosto já estava molhado, claro. Eu nunca consigo segurar o choro quando ele me trata assim. Já faz tanto tempo que eu estava desacostumada.

━ Coraline ─ ele me chamou, estando bem mais perto que antes ─ Você é fraca. E não vai conseguir me matar.
Você é fraca.

Após tudo o que eu tive que passar, o que eu ouço é: "Você é fraca"?.

Não. Não, não, não.

Eu sempre tive medo de Philip. Ele me agrediu verbalmente e fisicamente por anos, não davap para sentir nada além de medo por alguém assim. Mas, eu não estava com medo dele agora. 

Doía muito as suas palavras, mas dizer que eu sou fraca trouxe algo ardente em meu rosto. Eu fiquei com raiva.

━ Fraca? Eu? ─ agora sim, minha voz saiu rispida e dura ─ Não. Eu posso ser tudo, pai, mas eu não sou fraca. E você quer saber? A única pessoa fraca aqui é você.

Ele não respondeu, mas por sua expressão eu pude saber que ele também ficou com raiva.

━ Você é fraco. Você não pode lidar com a morte da minha mãe e descontou em mim, como se fosse minha culpa. E quando a Penny morreu, você me torturou, como se fosse minha culpa, mas... ─ a cada palavra que saia de mim, meu pai contraia o pulso. Eu podia ver as veias de sua testa aparecendo e seu rosto ficando vermelho ─... Pai, você sabe muito bem que você matou ela. Você matou a Penny.

Em Woodbury, Philip teve a brilhante ideia de fazer uma espécie de evento com os zumbis para o entretenimento da comunidade. Todo mundo juntos zumbis e e os levaram para a arena. Se ele não tivesse botado essa ideia em prática, Penny estaria viva. E ele sabia disso.

Toda minha angústia foi liberada naquela frase  Philip estava paralisado de raiva, e eu só estava esperando que ele me atacasse. E foi o que ele fez.

Meu dedo apertou o gatilho. A bala rasgou o ar e acertou seu abdômen.

Eu posso ser bem estúpida quando estou com raiva, mas meu pai consegue ser mais.

Philip caiu. O tiro foi o suficiente para que ele morresse. Foi fácil. Sangue saiu de sua boca, e quando eu mal percebi, ele tinha desmaiado.

Eu manti a mesma posição, mirando a arma para o corpo morto de meu pai, com as mãos trêmulas. Quando ele não se mexeu, definitivamente, eu chorei.

Não importa o que meu pai tenha feito comigo, eu queria tanto que ele mudasse. Se ele tivesse me perdido perdão, eu teria estupidamente aceitado.

A garotinha que gostava de brincar na mangueira, que chorava quando o pai chegava em casa e que sonhava em viajar o mundo só queria um pai. E essa garota mora dentro de mim até hoje. Não era a Coraline atual que chorava pelo pai morto, era a versão passada dessa garota.

A pistola caiu da minha mão. Meus joelhos se declinaram, e eu cai, soluçando em frente ao corpo dele.

━ Eu sinto muito, papai... ─ a garotinha soluçou, piscou e voltou a si.

Eu me levantei, puxando a pistola comigo. Mirei a arma para a cabeça de Philip e destravei, porém hesitei.

Meu pai merecia um algo muito ruim pelas coisas que ele fez. Pela minha mãe, minha irmã, pelo Milton, pela Andrea, e pelo Hershel. Por todas as pessoas que confiaram dele e morreram. E por mim.

Eu corri para a floresta. Os zumbis já estavam tomando conta da prisão, agora totalmente destruída.

Philip já deve ter se transformado e se juntado a manada a este ponto.

Agora eu mesma posso garantir que ele será mais um problema.

𝐂𝐎𝐑𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, carl grimesWhere stories live. Discover now