ㅤㅤ𝟶𝟸𝟹 ─ fugir

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꒰ 🗡 ꒱ ⭒ capítulo vinte e três 𝅄 ࣪fugir

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꒰ 🗡 ꒱ ⭒ capítulo vinte e três 𝅄 ࣪
fugir

"𝖭𝗂𝗇𝗀𝗎𝖾́𝗆 𝗍𝖾 𝖾𝗇𝗌𝗂𝗇𝖺 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝖿𝖺𝗓𝖾𝗋
𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗎𝗆 𝖻𝗈𝗆 𝗁𝗈𝗆𝖾𝗆 𝗍𝖾 𝗆𝖺𝖼𝗁𝗎𝖼𝖺
𝖤 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖾 𝗈 𝗆𝖺𝖼𝗁𝗎𝖼𝗈𝗎 𝗍𝖺𝗆𝖻𝖾́𝗆"
happiness, Taylor Swift

"𝖭𝗂𝗇𝗀𝗎𝖾́𝗆 𝗍𝖾 𝖾𝗇𝗌𝗂𝗇𝖺 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝖿𝖺𝗓𝖾𝗋𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗎𝗆 𝖻𝗈𝗆 𝗁𝗈𝗆𝖾𝗆 𝗍𝖾 𝗆𝖺𝖼𝗁𝗎𝖼𝖺𝖤 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖺𝖻𝖾 𝗊𝗎𝖾 𝗈 𝗆𝖺𝖼𝗁𝗎𝖼𝗈𝗎 𝗍𝖺𝗆𝖻𝖾́𝗆"happiness, Taylor Swift

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𝘿𝙄𝘼𝙎 𝘼𝙏𝙐𝘼𝙄𝙎
𝗃𝗎𝗇𝗁𝗈 𝖽𝖾 𝟤𝟢𝟣𝟥

O dia parecia mais ensolarado que o normal, com passarinhos cantando e a grama mais verde. Todo mundo parecia mais ativo também. O trailer estava cheio e havia murmurinhos de conversas animadas, a caminho de Alexandria.

Me senti egoísta por querer que estivesse pelo menos alguém para baixo também, só para que eu não me sentisse péssima por ser a única que queria se jogar do trailer.

Quando eu não estava olhando para a janela do trailer, meus olhos percorriam pelo trailer procurando por ele. Claro que eu me decepcionava toda vez, pois Carl não estava ali — ele ia no carro que guiava o trailer, junto de Michonne, Rick e Judith. Eu voltava a procurá-lo do trailer como se esquecesse que ele não estava ali, querendo ver se ele estava tão triste quanto eu.

Meu peito apertava de arrependimento ao pensar nele triste, como o vi chorando quando estava indo embora junto de Abraham.

Mas, eu não tinha direito nenhum de reclamar sobre estar arrependida ou estar triste. Eu merecia passar por aquilo por ter tomado aquela decisão.

Quando chegamos em Alexandria, tivemos que descer do trailer para entrar. A comunidade era coberta por muros altos e havia um grande portão em nossa frente. Queria estar mais animada, mas a tristeza que eu sentia só a má impressão que eu tinha sobre tudo aquilo piorar.

Um homem abriu o portão da comunidade e hesitou em deixar nossa entrada, mas Aaron o convenceu de que éramos boas pessoas. Tivemos que passar por um tipo de entrevista com a líder da comunidade, a Deanna. Ela entrevistou cada um do grupo, incluindo eu, o que foi bem estranho. Ela me perguntou sobre como eu encontrei o grupo e como eu me sentia em relação a Alexandria, e tenho certeza que fui bastante vaga sobre tudo.

Minha desconfiança aumentou quando pegaram nossas armas. Estávamos indefesos agora. Porém, Aaron disse que teríamos duas casas enormes para nos hospedar, mas não consegui confiar mais nele por isso.

Quando a noite chegou, Rick ordenou que todos ficássemos numa casa só e todos juntos, então passamos a noite na sala daquela casa, amontoados como estávamos no celeiro.

Tomei meu primeiro banho de verdade depois de dois meses, e com água quente ainda. Me senti muito melhor sobre toda a situação depois do alívio de estar limpa.

Era minha vez de escovar os dentes, logo depois de Michonne — que passou mais de dez minutos no banheiro só escovando os dentes. Quando estava terminando, Carl apareceu na porta do banheiro.

Minha reação imediata foi olhar para a direção contrária dele e fingir que não havia o visto.

━ Ah, oi ─ sua voz soou da porta do banheiro. Fui obrigada a olhá-lo, com a boca toda ensaboada ─ Pensei que fosse minha vez.

Desviei o olhar para a pia. Cuspi a pasta e limpei minha boca com a água.

━ Eu já terminei ─ murmuro, limpando a minha escova e indo para a porta.

Quando apressei o passo para sair dali, o ouvir me chamar.

Eu não sabia o que exatamente eu estava evitando. Acho que não queria o ver triste por minha causa, ou a dor de não conseguir contar o que sinto para meu melhor amigo era demais.

Eu parei mas não me virei, então Carl foi até mim e ficou em minha frente.

━ Olha… ─ ele começou, não conseguindo me olhar no olhos ─ Eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós.

Não consegui expressar nenhuma feição que ele conseguisse decifrar.

━ Já estão estranhas ─ respondi e me arrependi logo depois, querendo ter pensando em algo diferente para responder.

Carl recuou, me encarando pela primeira vez depois de ontem. Ele pareceu pensar enquanto me encarava. Sua expressão mudou quando pareceu chegar em uma conclusão.

━ Você ja sabia que eu gostava de você, não é? ─ perguntou ele. Não conseguia saber o que ele estava sentindo ─ Por isso me tratou mal nessas últimas semanas. Foi por isso que queria ir embora da igreja. Você andou fugindo disso desde que descobriu.

Seu tom pareceu com uma certa revolva, mas não tanta assim. Já foi o suficiente para eu ficar sem palavras.

━ Eu… ─ gaguejei, desviando o olhar dele ─ Carl, eu nunca quis… Eu não quero magoar você.

Quando o olhei novamente, sua testa estava franzida.

━ Certo ─ ele respondeu ─ Bem, Coraline, para quem não quer me magoar, você anda me magoando bastante ultimamente.

Eu já sabia disso, mas o ouvir confessar em voz alta doía como se eu tivesse acabado de descobrir.

━ Carl ─ comecei mesmo com minha garganta querendo atrapalhar minhas falas ─ Eu tentei te afastar porque não queria que você falasse e estragasse tudo. Eu queria ser apenas sua melhor amiga, assim como éramos há dois meses.

Eu tentei melhorar a situação, mas parece que só havia piorado tudo. Agora eu conseguia ver que ele estava bravo.

Bravo, contrariado, chateado.

━ Eu estraguei tudo? ─ ele repetiu o que eu disse ─ Eu não queria guardar o que eu sinto para mim, Coraline, eu queria te contar para soltar isso de mim! E… Eu… Quer saber? Eu não fugi. Pelo menos eu encarei e estou tentando encarar tudo isso. Você, pelo contrario, está fugindo de tudo.

A coisa que mais dói é a verdade, ainda mais quando é dita por alguém que você se importa tanto, ou quando uma pessoa que você teme.

As palavras de Carl soaram tão parecidas das que sairam da boca do meu pai naquele sonho que parecia um deva-ju.

Aquela era a verdade. Eu estava fugindo e estragando tudo aos poucos. E eu ia fugir de novo.

━ É ─ concordei enquanto segurava meu choro ─ Quando eu fugia, a nossa amizade estava em pé. Agora que você resolveu contar o que sentia, não está mais.

Ele ergueu as sombrancelhas.

━ Não está? ─ ele disse ─ Não somos mais amigos, então?

Pisquei algumas vezes, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto sem minha autorização.

━ Não foi o que eu disse.

━ Você disse que eu estraguei tudo ─ Carl falou por cima de mim ─ E talvez eu tenha mesmo. Talvez não sejamos mais melhores amigos, nem amigos, nem nada.

Meu coração batia tão forte que estava doendo. Minha cabeça girava, então pensei que estivesse ouvindo errado.

━ Do que você está falando, Carl?

━ Eu estou dizendo que não somos amigos.

Ele passou por mim, entrando no banheiro e batendo a porta.

𝐂𝐎𝐑𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, carl grimesWhere stories live. Discover now