death love - Clarena

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Helena

Andamos até o carro dela enquanto ela me explicava as regras, nem estava prestando atenção, não iria manter essa mentira por muito tempo, vou ser a pior funcionaria que ela ja viu, em menos de um mês ela me demite.

Ela havia explicado uma porrada de regras e muitas delas envolvendo seu escritório, onde ninguém podia entrar a menos que ela chamasse, o que de tão importante tem lá pra ser extremamente proibido?

- Chegamos, esse é meu carro - ela diz apertando o botão da chave para abrir - Se ficou alguma dúvida em relação às regras, vou esclarecendo ao longo do percurso, entendido?

- Sim senhorita Bastos - Respondi - E se atente melhor aos horários, não deveria estar aqui tão tarde - Ela diz e eu apenas concordo com a cabeça - Você já começa amanhã bem cedo

Vejo-a ir embora, pelo que ela havia me explicado, eu seria sua assistente, buscaria café, imprimiria papelada, e essas coisas de assistente. Que chatice.

Chego em casa, já é tarde, tomo um longo banho quente e coloco meu pijama, assim que deito em minha cama, minha gata, Amora, aconchega-se junto a mim, e não demora muito para eu pegar no sono.

Acordo no dia seguinte com a ligação do meu chefe, quando vou atender vejo o horário e estou muito atrasada, mas eu não ligo, atendo a ligação enquanto me arrumo com tranquilidade.

-Alô?

-Helena? - Ele pergunta do outro lado da linha

-Sim, chefe

-Onde estão os arquivos que eu te pedi? - Ele diz com um tom furioso

-Estão no pendive, entregarei para o senhor mais tarde. Ocorreu um imprevisto e eu fui pega no flagra pela diretora da Sede, tive que inventar uma mentira e disse que era a nova funcionária, então por enquanto eu vou ter que trabalhar lá - Falo um pouco constrangida

-Quanto tempo você pretende manter isso?

-Por menos de um mês, vou ser a pior assistente que conseguir, não vai demorar muito pra ela me demitir, acho que a "Senhorita" não foi com a minha cara - Digo com um tom sarcástico

-Acho bom, preciso de você presente na agência, mas agora preciso ir , está chegando nova mercadoria, quero esse pendrive em minhas mãos até às 21 - Ele nem espera pela minha resposta e apenas desliga

Já havia me arrumado e colocado aquele uniforme horroroso, que era apenas uma calça azul marinho, uma camisa branca e um blazer da mesma cor da calça, agora estava a caminho de lá, não estava trânsito, então não demorei para chegar, estava uns 30 minutos atrasada, mas isso pouco me importava. Quando ia entrar os seguranças me barraram.

-Mas eu trabalho aqui - Explico

-Sinto muito senhorita, sem crachá não entra - Eles dizem bloqueando minha passagem

-Está tudo bem meninos - Diz uma voz feminina vindo de trás deles, então quando eles se afastam, vejo a Senhorita Bastos - Está aqui o crachá dela, siga-me Helena

Ela me entrega o cartão, eu prendo em minha camisa e sigo-a até seu escritório, chegando lá ela pede para que eu sente na cadeira, enquanto fazia o mesmo.

-Está atrasada - Ela diz mais calma do que eu esperava

-Eu sei - Respondo curta e grossa

-Não se vai justificar? - Pergunta, estressada

-Ah, eu dormi demais - meu tom está normal, tranquilo

-E você acha isso profissional para estar tão calma? - Ela pergunta e eu dou de ombro

-Você é muito mal educada, parece até que não quer esse emprego, acho melhor arrumar essa sua postura, se não vai ficar desempregada rapidinho - Ela fala de maneira grossa

-Beleza -Digo saindo de sua sala.

Clara

Assim que a mulher sai da sala eu levanto e me jogo no sofá  que havia lá, enquanto bufava, quem aquela chatinha pensa que é pra falar comigo daquele jeito, afinal eu sou a chefe dela. Fico um tempo pensando, mais tarde precisarei falar com o Simas para saber onde ele arranjou essa funcionária.

Passo um tempo deitada no sofá enquanto espero autorizarem minha solicitação para novas armas, depois volto para a cadeira e continuo a trabalhar. Já passou do meu horário de almoço, mas ainda tenho que terminar alguns requerimentos, então apenas peço para minha assistente trazer um café.

-Helena - Chamo-a e ela demora para aparecer na porta - Traga um café para mim, por favor

-Claro, senhorita Bastos - Ela diz com um tom de ironia, meu deus, essa garota está testando minha paciência

Ela sai para buscar meu café, e quando ela se vira meu olhar desce até...
"não, não, não" digo para mim mesma piscando rapidamente e desviando o olhar ao perceber qual parte do corpo da moça eu estava admirando, não é do meu feitio fazer isso, não sei o que deu em mim. Mas enfim, já estou cansada de esperar pela imprestável daquela mulher, quando ela finalmente entra com o meu café.

-Aqui senhorita - Ela diz vindo em minha direção e quando está perto da minha mesa ela tropeça e derruba o café em cima de mim - Ai meu deus, me desculpa

Ela não parece nada convincente, ela fez de propósito, não é possível. Eu vestia uma camisa branca então o líquido do café havia deixado ela transparente, para minha sorte a bebida não estava tão quente.

-Aqui, deixa eu ajudar - Ela diz chegando mais perto com papel-toalha e ajudando-me a limpar, confesso que estremeci ao receber o toque de Helena no colo do meu peito, ela ficou um tempo tentando tirar o excesso, e eu tentava manter a calma enquanto ela tocava e pressionava aquela região, não sei porque estava me sentindo assim, não era normal, acho que é abstinência de meu marido (ex-marido, ainda não me acostumei) estava carente com sua ausência, é isso, por isso estou desse jeito.

Eu respirava fundo, com toda aquela situação podia sentir minhas pernas fraquejarem, não sei o porquê.

-Não tem jeito - Ela diz se afastando e eu respirei de alívio.

Ela foi até a cortina e fechou, indo para a porta logo em seguida e trancando-a, fiquei confusa com toda aquela situação então resolvi perguntar

- O que diabos você está fazendo? - pergunto totalmente perdida

-Estou te dando privacidade, você vai ter que tirar essa blusa