1 ; cabelo e olhos escuros.

302 70 59
                                    

💙

O outono havia chegado, minha estação favorita.

Eu gosto do tom alaranjado das folhas, gosto quando elas caem no meu ombro ou cabelo. Gosto do tempo frio o suficiente para você usar um suéter ou moletom quentinho, mas não tão frio para que seu queixo fique tremendo. Apenas aquele frio perfeito.

Enquanto caminhava em direção ao meu trabalho, apenas observava ansioso as árvores que em breve ganhariam uma nova coloração. Com as mãos nos bolsos do sobretudo e nos fones tocando for him. do Troye Sivan, cheguei na pequena loja de conveniência a qual eu trabalhava, já dando de cara com meu chefe, Jonhyun.

— Bom dia, TaeHyung! — ele abriu um sorriso, o qual retribuí de imediato enquanto retirava os fones de ouvido.

— Bom dia, hyung. Como você está? — desconectei os fones do celular e os coloquei no bolso do sobretudo. Eu nunca levava mochila, eu sempre comia lá e não moro tão longe.

— Estou ótimo, filho. Eu vou até o centro sacar dinheiro, pode ficar sozinho por algumas horas? — perguntou Jonhyun, já vestindo seu sobretudo de cor preta.

— Não tem problema. — dei de ombros, não seria a primeira vez que ficaria sozinho na loja. Eu até preferia ficar sozinho, na verdade.

— Aquele lámen que você tanto ama já chegou, você pode almoçar ele. Se precisar de algo, basta me ligar que venho correndo. — ele bateu nos bolsos e olhou em volta, certificando-se que não havia esquecido nada. — Até mais tarde, sim?

— Até. — acenei, Jonhyun logo sumiu do meu campo de visão e eu ouvi o sino da porta soar, indicando que ele já havia saído.

Me sentei no banco atrás do balcão do caixa e deixei o casaco por ali mesmo. Acabei decidindo continuar na playlist do Troye Sivan, e no instante que Angel Baby começou a tocar, ouvi o sino soar e alguém entrar na loja.

Permaneci de cabeça baixa e me concentrei na música, porém, senti algo estranho, aquela sensação de quando tem alguém nos encarando – e era exatamente isso. Quando ergui meu rosto devagar, dei de cara com um garoto alto parado ali, olhando para mim, com os olhos grandes e desesperados, eu diria.

— Posso te ajudar? — perguntei, achando estranho. Ele estava todo de preto e com uma máscara que estava abaixo do seu nariz.

Ele tinha o cabelo tão escuro quanto seus olhos.

— Sim, é.. hm, você sabe onde tem.. — ele engasgou, e eu continuei o encarando. Que menino estranho, eu pensei.

— Onde tem..? — o incentivei a falar.

— Absorvente. — ele falou de uma vez, e eu não consegui segurar minha risada. Saiu baixa e abafada, mas audível.

Ele permanecia petrificado ali.

Eu apenas me levantei e ele entendeu que era para me seguir, então o levei até o corredor de perfumaria, e depois, até as prateleiras de absorventes.

Se aquele garoto estava perdido antes, no momento que ele viu aquelas dezenas de marcas e tipos de absorventes, ele quase pifou.

Eu segurei uma segunda risada e estiquei a mão, pegando um dos absorventes e entregando para ele, que me olhou ainda meio confuso.

— Olha, eu não tenho um útero, mas eu trabalho aqui. Esse é o que mais vende, então sugiro que seja o melhor. — expliquei, dessa vez, ele quem riu.

— Valeu. — o rapaz agradeceu, voltamos para o balcão juntos e em silêncio.

— Quer levar um chocolate? — ofereci após passar o absorvente, ele concordou e eu bipei uma barra de chocolate.

Coração de Vidro.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ