•Wildeen•

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Marilia pov

Wildeen (n): O desejo de ler a mente da pessoa amada.

Profundo. No fundo. Intenso. Dentro...fora...forte. Tira...enfia...me abrindo, invadindo.

- Oh... Maraisa. – o gemido gritante rasgou minha garganta como um raio inesperado atravessa o céu no meio de uma tempestade devastadora.

Tempestade devastadora, era o que Maraisa era naquele momento.

Minhas unhas enfiadas na carne que me invadia, que me possuía, que me torturava. Os cabelos castanhos da mulher às minhas costas, misturavam-se aos meus no embaraço deliciosamente gostoso do sexo.

- Não pare Maraisa! – implorei para ela, que segurava-me pelos seios, puxando-me contra seus dedos que encontravam meu fundo com uma intensidade enlouquecedora.”

- O que há? – meus olhos seguiram o som doce até sua origem e depararam-se com um universo paralelo colorido em castanho, que me encarava com uma curiosidade intimidante.

“O que há por trás desse olhar? O que ela está pensando?”

Os fios soltos do coque feito em descuido acompanhavam o vento, cobrindo a parte iluminada pelo sol, de seu rosto. Eu já desconfiava que tudo o que existia parecia contribuir para deixar a imagem daquela mulher mais bonita, mas naquele dia eu tive absoluta certeza de que tudo o que existia, existia apaixonadamente para Maraisa.

A luz lhe vestia o rosto, como se tivesse sido feita sob medida. Os traços de seu rosto pareciam pintados de cor crepuscular, um laranja quase vermelho, tão bonito e comovente que eu mesma teria materializado aquela cor só para pintar o mundo inteiro naquele tom. Até as sombras que suas expressões de curiosidade acabavam formando em seu rosto pareciam ter nascido com a intensão de apaixonar qualquer olhar.

Suas expressões iluminadas pelos raios tímidos do amanhecer, empurraram-me de volta às lembranças.

A mão quente e possuidora arrastou-se pela minha pele, queimando-me em desejo, até a minha nuca, agarrando-me os cabelos em total sinal de posse. Meu corpo estremeceu de cima para baixo e de baixo para cima, explodindo a sensação de invasão no meio do meu estômago quando Maraisa, mutuamente puxou-me pela nuca com alguma força e na mesma intensidade, invadiu meu sexo, pressionando seu corpo contra o meu, obrigando-me a um gemido vergonhoso de um prazer incontrolável que emanava por cada poro do meu corpo.

Eu queria mais. Eu não queria que ela parasse. Eu não queria que acabasse, mas meu sexo pulsava em um latejante desejo de sentir os dedos daquela mulher me invadirem até que eu os molhasse e a fizesse minha, assim como eu era dela. O desejo de escorrer nela e para ela inebriou meu cérebro e....

- MARAISA!”

Minha própria lembrança despertou-me para a realidade onde Maraisa olhava-me com uma seriedade tão doce que a contradição natural da sensação que seu olhar me causou, deixou-me desordenada e desviei os olhos de seu olhar.

- Há algo de errado? – Ela perguntou, mas não aparentava realmente estar preocupada. No fundo, talvez eu tivesse percebido algum humor por trás da pergunta. – Por que está vermelha?

Ela perguntou e eu, se já estava vermelha sem perceber, agora havia ficado vermelha com uma auto consciência perturbadora. A natureza, compadecida de mim, ou por mera coincidência, enviou uma onda que chegou até os nossos pés, que contribuiu para acalmar meus nervos eufóricos tanto pela lembrança, quanto pela observação de Maraisa.

- Não há nada de errado... – Falei tão logo quanto pude, embora talvez o delay tenha sido maior do que eu desejava. – Eu só estava...

- Lembrando. – Ela concluiu a minha frase com a palavra verdadeira e que com certeza não era a que eu iria usar. – De ontem à noite.

Wonderfall - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora