Capítulo VII - "Mil Horas" Parte 2

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Tincho: La otra noche te esperé bajo la lluvia dos horas!~♪

Lulu: Mil horas!♪Como um pêeerro!~ ♪

Tincho: Y cuando llegaste, me miraste, me dijiste...

Lulu: "loko! Cê' tá morrado! Já no te quiero!"

Tincho: Ah~ ah, ah!~ ♪

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    Por mais que a cantoria de Luciano fosse o "portunhol" mais estranho que poderia ter pronunciado em toda sua vida, ele conseguiu fazer tudo certo no ritmo da música, obviamente que Martín as vezes deixava escapar algumas risadas e isso fazia de suas bochechas rosarem fácil, fácil. O moreno se contentava com os pequenos detalhes. A risada suave, o jeito um pouco desengonçado do argentino após recuperar-se da gargalhada genuína, a voz tênue que por mais desajustada voltasse quando ria, permanecia maravilhosamente harmônica; tudo. Aquilo derreteu o coração de Luciano como o mais puro ouro na fornalha, aquele homem nunca sentiu-se tão eufórico na vida quanto aqueles pequenos momentos que olhava para o lado e lá estava Hernandez, dando seu melhor para sua voz sair suave, determinada no microfone. Era uma sintonia quase divina para o português.

Os melhores momentos eram quando em uma sincronia quase espiritual ambos se entreolhavam no mesmo segundo, sorrindo, mostrando que por mais aquela competição fosse birra de ambos para ver quem se sairia melhor, obviamente se divertiam cantando, se admirando. Os sorrisos deles eram largo, como crianças a verem doces; Martín enquanto esperava o playback terminar, tentava recuperar seu fôlego e por conta disso sua respiração saía falha, claro, porém do ponto de vista de Luciano era extremamente, atraente, vê-lo ofegante. Seus pensamentos estavam sendo fajutos consigo mesmo, o brasileiro passou a mão no rosto por um momento rindo nervoso; não era para focar em coisas muito específicas como aquela, pensou enquanto aproveitava para também esconder a face corada, consequência do misto de sensações.

A música finalmente acabou, o argentino saiu do palco completamente envergonhado por ver aqueles olhares lhe seguirem, Martín levou a sério a competição por isso a platéia estava impressionada daquela forma, Luciano tinha que admitir que sim a voz do loirinho tinha sido incrivelmente satisfatória, por isso logo estava seguindo tal, querendo pegar em seu pé.

— Dsde de quando você canta tão bem assim?

— Yo? —Revirou os olhos enquanto dava os ombros, parecia não se importar muito, mesmo que no fundo ficasse leigo com o elogio— No canto taaan bien...

— Cê' sabe que canta bem só não quer admitir né? Saquei, quer ser elogiado de graça kkk —Lulu passou seu braço pelo pescoço do menor, o puxando para perto então dando-lhe um cafuné tanto quanto agressivo nos cabelos. O argentino tentou soltar-se porém ele se rendeu quando começou a rir pela ação— claro que tu foi bem, quero dizer, não sei falar espanhol direito, AINDA, mas se um dia eu for fluente com certeza vou cantar que nem o Michael Jackson. Aí todo mundo vai jogar flores pra mim da próxima vez

— Uau, que sonhador —Martín respondeu num tom irônico, o moreno ergueu uma sombrancelha

— O quêee? seu cara de bunda, Proibido sonhar agora?

— Jajaja... No, claro que não. —afastou-se de Luciano, pondo ambas mãos dentro dos bolsos de seu moletom, a forma como seu corpo se expressava era extremamente satisfatória, parecia estabelecer uma certa superioridade sobre Brasil, sorrindo ladino pro mesmo por superá-lo, não apenas na cantoria— Porém se você quer algo é bom focar em agir, e não em fantasiar. Quem sabe assim você consegue a taça em 2026, hm?

Virando (mais que) Um Amigoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن