Os Hashiras da Água

Ciúme

Acordei com um barulho na minha janela, era meu corvo, avisando que Shinazugawa havia acordado. Levantei e fui até o quarto do Tomioka, sentei na cama e o acordei devagar e com cuidado, ele não tinha boas reações ao ser acordado de forma brusca. Toquei seu braço e o sacudi devagar, ele abriu os olhos e apertou o rosto contra o travesseiro.

(Saori) - Ele acordou, eu quero ir lá. Vai comigo?
(Tomioka) - Acho que eu não sou capaz de negar nada que você me peça aqui.
(Saori) - Aqui?
(Tomioka) - Na minha cama.

Ele me puxou pela cintura e eu caí deitada na cama, ele veio para cima de mim e tocou os lábios no meu pescoço, me encolhi e ele fez de novo. Antes que as coisas saíssem do controle, o empurrei e rolei para o lado.

(Saori) - Você joga sujo para um Hashira.
(Tomioka) - Vai aprendendo pra quando for você. Eu vou me arrumar e saímos.

Quando chegamos, corri pelos corredores da Mansão Borboleta até chegar na porta, Kanao, Shinobu e Tengen estavam no quarto, Tomioka entrou junto e se pôs ao lado de Tengen. Shinazugawa estava sentado na cama, aparentemente bem, fui até a cama, me sentei e o abracei. Sentia os olhares de todos em cima de nós, mas ele era meu amigo apesar do que havia acontecido entre nós.

(Shinazugawa) - Não me aperta tanto.
(Saori) - Eu fiquei preocupada.
(Shinazugawa) - Precisa mais que isso pra me derrubar. Eu tô bem.
(Saori) - Ele tá bem?
(Shinobu) - Só precisa descansar, mas vai se recuperar.
(Shinazugawa) - Viu, deixa de ser mole. Já disse que tô bem.
(Saori) - Vou ficar com você.
(Shinazugawa) - Você deve ter mais o que fazer...
(Saori) - Cala boca, vou ficar.

Tengen levou Tomioka para fora e ficamos nós dois lá, ele me contou o que havia acontecido, do que ele lembrava pelo menos.

(Shinazugawa) - Como estão as coisas entre vocês dois?
(Saori) - Meio que dando certo, eu diria, mas estamos indo com calma.
(Shinazugawa) - Só pra eu saber o que dizer caso ele pergunte de novo, ele sabe do que rolou entre nós?
(Saori) - Não, isso não. Talvez ele desconfie, mas nunca perguntou diretamente e não pretendo contar. Somos amigos.
(Shinazugawa) - Quem mais tá aqui? Alguém se machucou?
(Saori) - Todo mundo voltou meio esfolado, mas só você inconsciente. O Genya...
(Shinazugawa) - O que aconteceu com ele?
(Saori) - Calma, ele tá bem. Só tá preocupado com você. Vocês deviam...
(Shinazugawa) - Não continua. Chega de falar dele.
(Saori) - Engraçado que ficou todo preocupado de saber que ele tá aqui. Se você não tivesse aí quase morto eu batia em você.
(Shinazugawa) - Vai ficar aqui comigo mesmo? O Giyuu, não vai ficar com ciúmes?
(Saori) - Eu vou ficar. Se ele quiser ficar com ciúmes, é porque é idiota. Ele tava preocupado também, só não quer dar o braço a torcer.

Passei o dia inteiro no quarto com ele, ele parecia bem, um pouco dolorido, meio tonto, mas só de não estar inconsciente já era um alívio. Tomioka apareceu na porta, dizendo que o sol ia se por e que era melhor irmos antes de escurecer, Tengen com a sombrancelha levantada atrás dele olhando para mim sentada na cama encostada ao Shinazugawa.
Quando estávamos do lado de fora, Inosuke e Zenitsu chegaram, corri até eles e Inosuke me abraçou, os abraços dele sempre eram entusiasmados demais, me deu um beijo no rosto e me soltou.

(Inosuke) - Tá fazendo o que aqui?
(Saori) - Shinazugawa acordou, passei o dia todo com ele.
(Inosuke) - Já tá indo?
(Saori) - Sim, antes que o sol se ponha.
(Inosuke) - Você saindo e eu chegando, que pena.

Ele passou a mão no meu cabelo e me abraçou mais uma vez me tirando do chão. Rimos e ele me soltou. Tomioka colocou a mão no meu ombro e fez sinal com a cabeça para irmos, me despedi dos dois e o segui. Ele foi o caminho todo em silêncio, quando chegamos, ele foi tomar banho, e depois foi para o quarto. Comi, tomei banho e fiquei parada na porta o olhando.