Capitulo 8

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Passaram-se alguns meses desde que Gaspar havia chego ao palácio. Suas investidas para com Judith não mais cessaram e mantinha-se persistente até conseguir realizar seu objetivo, sendo este fugir e casar-se com a donzela. Entretanto, Johnny já ficara um tanto desconfiado de suas saídas simultâneas e conversas demoradas. De certa forma, algumas atitudes de ambos o incomodava. Não queria meter-se nos assuntos os quais acreditava serem triviais; ocupava-se ao encarregar de manter as leis em seu reino. A moça, por outro lado, via-se farta em marés de insistência. Não sabia ao certo de seus sentimentos em relação ao primo do rei.

Seguia seus dias tentando evitar os dois homens naquele palácio, usando sempre a mesma tática da cadeira para conseguir manter a privacidade. Evitava tombar com Gaspar nos corredores e ter mais discussões com o rei durante as refeições do meio-dia. A comida lhe era entregue no quarto por Isabelle, sua fiel. E sempre tinha de conferir pela voz antes de tirar a cadeira da maçaneta da porta, visto que a tranca não fora consertada. E Gaspar, de fato, era o mais temido. Dizia estar louco de paixão todas as vezes que a encontrava distraída com as flores do jardim, o que a constrangia a todo momento.

O constraste de si com as plantas e as cascatas rendiam uma bela observação de Johnny pela janela.

Parecia estar alheia a todos os acontecimentos que a rondavam. Era óbvio que Gaspar havia se encantado por ela e te Johnny sabia perfeitamente bem disso. Ele certamente teria esquecido a outra suposta mulher em sua mente; vindo do que Johnny pensara. A fenestra enorme de vidro proporcionava-lhe uma visão, de certa forma, agradável. Judith cuidava das plantas e colhia algumas flores do jardim, além de que, o mais estranho nisso, era ela sempre aparentar estar à procura de algo. Isso intrigava o rei ao ponto de fazê-lo procrastinar no próprio tempo à procura de respostas.

Tinha certa incapacidade de adivinhar os pensamentos da moça. Nunca havia conhecido um ser humano tão alheio a tudo e todos, era como se nada mais importasse-a além do pai ferreiro e o fato de querer estar em casa. Mas até a si mesmo, ordenou-se manter pulso firme com a jovem de aparência esbelta. Era algo que não poderia negar e nem mesmo não perceber. Seria impossível. Tal beleza fazia-o ter dúvidas desconhecidas e levarem-no a ter pensamentos estranhos que o atacavam durante as madrugadas turbulentas.

No entanto, mantinha a postura robusta e a expressão maçante e desinteressada de sempre. Os braços cruzados supunham sua falta de humor, após ser analisado pelo primo, este passando ao seu lado num acaso passeio pelos corredores do palácio. Gaspar tinha as mãos seguras atrás de si, observando a observação do rei, que parecia inerte pela primeira vez com algo que deveria ser considerado tão banal para ele no ponto de vista do homem.

— Ela é realmente muito bela — proferiu Gaspar próximo ao rei, pegando-o de surpresa.

Johnny virou minimamente a cabeça, vendo que não era ninguém mais que seu primo, e voltou a olhá-la através dos vidros, à longa distância. Suspirou.

— Não a entendo.

— O que não entende?

— Só não entendo ela.

— Ah. Sei ao que se refere — Gaspar ergueu as sobrancelhas num franzir de testa. — Ela carrega uma magia dentro dela. Algo que te faz esquecer de qualquer coisa. Eu a esqueci.

— Esqueceu o que? A mulher que procurava?

Gaspar não respondeu-lhe de imediato. Ficou em silêncio por uns segundos.

— Por que o interessa saber? Tem medo de que eu me apaixone por sua prisioneira?

— Isso não é problema meu — soou rude. — O dever dela aqui é apenas pagar a dívida.

THORNS (Johnny Depp)Where stories live. Discover now