VII

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O ambiente estava extremamente barulhento. Luzes vermelhas e azuis piscavam de forma contínua.

Taehyung não mentiu quando disse que não estava acostumado a lugares muito barulhentos e cheios — apesar de estarem numa área vip, reservada apenas para as sete pessoas.

Um princípio de confusão começou logo na entrada — Jungkook estava estacionando quando Taehyung e Hwasa foram em direção ao segurança. Apesar dos traços nitidamente asiáticos, o homem de terno preto se negou a deixar o Kim entrar.

— As políticas da boate não permitem estrangeiros. Dê o fora.

Fora o que o homem disse. Hwasa tentou argumentar — dizendo o quanto aquilo era extremamente preconceituoso e sem noção.

O Kim bufou, de certo modo, estava aliviado. Era o tipo de homem que não gostava de boates, festas até tarde e ambientes apertados. Achou que a amiga desistiria e ele finalmente poderia ir para casa, se enrolar nos lençóis e terminar o último capítulo de My Name — tinha que admitir — as produções asiáticas estavam dando de 10 a 0 das norte americanas.

— Ele está comigo! — Jungkook se aproximou com um cigarro nos lábios. Ainda apagado. Usava uma calça cargo preta. Camisa branca com a marca da Calvin Klein e coturnos pesados. Estava extremamente bonito. Os cabelos negros ainda molhados, penteados para trás.

O conjunto de roupas e penteado davam um ar mais jovial ao homem.

— Senhor Jeon. — O segurança arregalou os olhos. — Me perdoe. Ele não se identificou como seu acompanhante.

O homem fez uma breve reverência. Voltando a posição inicial apenas quando Jungkook ordenou.

— Olhe bem para este rosto, Lee. Ele está comigo e será cliente frequente. Diga a Irene que conversarei com ela em outra ocasião. Sua chefe anda extrapolando alguns limites.

Sem esperar respostas, Jungkook segurou a cintura do Kim e puxou Hwasa pelo pulso — delicadamente. E, após isso, Taehyung se arrependeu amargamente de ter topado aquela saída repentina.

A área vip era composta por poltronas e sofás negros, mesas de centro de vidro e pés de madeira maciça.

Um grande bar adornava os fundos do local. Três Bartender's trabalhavam para servir o melhor aos presentes. Jungkook optou por beber whisky — sem gelo ou água de coco.
Taehyung foi na onda de Hwasa e Jimin, tomando um coquetel contendo vinho, morangos e leite condensado. O sabor era incrível, docinho e forte.

Seu garoto está mesmo enfiando o pé na jaca. — Yoongi encarou Jungkook, servindo-lhe um shot de tequila. — Acha que ele é confiável o suficiente para levá-lo à sua casa?

A língua de Yoongi serpenteava o lábio inferior. O sorriso debochado não abandonava a face.

O homem de pele mais pálida tinha um olhar analítico. Algo passava em seus pensamentos e isso não era nada bom.

Jungkook não tinha o costume de levar transas casuais ao seu apartamento. Sempre escolhia bons motéis ou hotéis luxuosos. Sua casa era um local sagrado. Cheio de recordações e detalhes que só interessavam a ele manter em destaque. Além do mais, dividia o conforto de sua casa com um adolescente.

Soobin passava a maior parte dos dias na escola, concluindo seu último ano — além de revezar entre a academia do cartel.

Assim como Jungkook, Soobin escolheu ser praticante de Jiu-Jitsu. A arte era suave mas muito precisa. Ao completar 10 anos, o garoto demonstrou interesse nas artes marciais. Praticou taekwondo e judô — não sentindo emoção alguma. Aos 15, começou a praticar box — a frustração em saber que seu professor aliviava para o seu lado por causa de sua posição no cartel — então, ao chegar na academia da Razer e ver Jungkook levando um "atropelo" de seu mestre, Soobin soube que havia encontrado a arte perfeita para si.

Blood, Sweat & TearsWhere stories live. Discover now