CAPÍTULO 38

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[POV Luiza Campos]

Pedimos um Uber para a casa de Valentina, afinal ambas estávamos alteradas, mesmo que ela estivesse um pouco mais alegre do que eu, não era nada aconselhável dirigirmos por aí sozinhas. Agora dentro do uber, que por sorte era uma mulher, Valentina beijava meu pescoço e me tocava de uma forma que em situações normais ela não tocaria em público.

- Dona Valentina, contenha-se. - falei mais séria, mas adorando aquele contato.

- Quem vê pensa que você é a rainha do auto controle, né? - Valentina riu. - Moça, não caía na conversa dela!

- Eu sou sim, é que existem situações que exigem meu descontrole. - rimos o resto do caminho até o apartamento de Valentina que não era tão longe assim do centro de convenções. - E essa não é uma delas.

- Obrigada. - sorri para a motorista que a essa altura ria da nossa cara e saía com o carro.

Entramos no Four Seasons e atravessamos o saguão até o elevador que não demorou a chegar, visto que já era tarde e o lugar parecia vazio.

- Eu já te disse quão gata você tá com essa roupa? - Valentina estava encostada na parede do elevador de um lado, enquanto eu estava do lado oposto. - Melhor eu nem falar o que quero fazer...

Ela me media dos pés a cabeça, seus olhos verdes e cristalinos vidrados em mim e seu cabelo levemente bagunçado conferia a ela uma postura selvagem, como se ela fosse capaz de me agarrar ali mesmo sem se importar com as consequências. E não seria uma má ideia se o fizesse.

- Por que não me mostra? - a porta do elevador se abriu no andar de Valentina. Sorri encarando-a e saí rumo ao seu apartamento antes que ela pudesse me impedir.

Após abrir a porta de forma apressada, Valentina me empurrou para dentro de seu apartamento, me colocando contra a parede sem sequer se preocupar em acender a luz. Sua língua invadiu a minha boca com urgência, fazendo meu corpo todo estremecer antes que eu pudesse retribuir seu beijo.

Suas mãos soltavam os botões de meu blazer e eu fiz questão de arrancar aquele colar e aquela regata desnecessários agora.

Nossas respirações se misturavam e ecoavam aceleradas pelo apartamento quase totalmente escuro iluminado apenas pela luz da lua que passava por uma persiana que estava parcialmente aberta.

O toque firme das mãos de Valentina em minha cintura agora me conduziam para o meio da sala enquanto nossas pernas se enrolavam no meio do caminho até que chegamos no sofá e Valentina me empurrou contra ele, deitando-se sobre mim.

Era nítido que não estávamos nem um pouco equilibradas naquele momento e descobrimos isso da pior forma possível. Valentina se sentou sobre meu quadril e por um breve instante consegui enxergar sua silhueta enquanto ela tirava seu sutiã, ficando apenas de calça e salto. Em seguida ela se curvou para voltar a me beijar, mas a gravidade a fez sua vítima. O baque do corpo de Valentina se estabacando no chão com certeza foi ouvido pelo hóspede do andar de baixo.

- Amor! - não pude conter a gargalhada. - tá tudo bem? Se machucou?

- Machuquei minha dignidade só, de resto, tudo sob controle. - Valentina tentou permanecer séria enquanto se virava de barriga pra cima. - Palhaçada. - ela riu antes de dar o comando que fez Frida abrir totalmente as persianas do ambiente deixando ele muito mais iluminado pela luz da lua cheia lá fora.

Projetei meu corpo para o lado caindo em cima Valentina sem soltar meu peso sobre ela, encaixando nossos corpos.

- Péssima... - sussurrei ainda sorrindo pouco antes de beijar seu pescoço. - Onde paramos?

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora