Capítulo 23

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ANAHÍ

Cath percorre em Arena y Sol Village a quase vinte quilômetros acima do limite de velocidade. O tráfego hoje estava ainda pior do que o normal. Era como se todos os motoristas sem carteira da cidade tivessem enchido o tanque de suas latas velhas não regularizadas e colocado todas na estrada, estacionando um veículo em duas vagas e cortando os motoristas cumpridores da lei sem dar a mínima.

Minha mãe vai me matar. Ela me ligou quatro vezes hoje, extraindo minha promessa em cada uma delas de que eu iria ao baile e chegaria no horário.

A insanidade do tráfego aparentemente se infiltrou no enclave. Nós passamos pelo portão de segurança apenas para frear bruscamente quando o carrinho de golfe da senhora Montecito desvia na nossa frente. Ela tinha o velho hábito de começar o happy hour mais cedo, e parecia que hoje era um dia de "duas margaritas por uma" no bar da praia de Arena y Sol Village.

— Tudo bem, posso tomar banho, me vestir em dois minutos, fazer o cabelo e metade da maquiagem no carro — decido, recalculando minha lista.

— Você quase perdeu um olho da última vez que se maquiou no carro — Cath diz. — Segura aí, chefe.

Eu agarro a alça de teto e aperto os olhos enquanto Cath passa por cima do meio-fio e acelera pela trilha de carrinho de golfe. Folhas de palmeira e flores perfumadas chicoteiam a lateral do Range Rover.

Íamos ser presas e eu não sabia quem ficaria mais bravo. Minha mãe ou Alfonso.

Cath desvia novamente, achatando uma palmeira ao voltar para a pista, deixando o carrinho de golfe da senhora Montecito ziguezagueando atrás de nós.

— Cath!

— Estou dirigindo como todo mundo em Miami. — ela retruca.

— Você vai fazer com que nos expulse de Arena y Sol — Solto a mão da alça e tento massagear os dedos para fazer a circulação voltar.

Ela bufa.

Você é a dona do lugar. Pode expulsar todo mundo se reclamarem demais.

Eu temo a próxima assembleia.

Cath freia bruscamente na garagem, atirando uma nuvem de conchas esmagadas na estratosfera.

Eu pulo para fora e corro para a porta. Foi um dia agitado, garanti a todos que eu me sentia ótima e acompanhei todas as tarefas que Alfonso jogou para cima dos outros membros da equipe.

Depois de me servir o almoço na minha mesa, ele saiu para cuidar das coisas em seu próprio escritório com a promessa de que me pegaria prontamente às... Oh, inferno. Agora.

— Chá e Bolinhos chegará aqui a qualquer momento — Cath grita atrás de mim enquanto eu entrava pela porta da frente.

— Enrole ele! — devolvo por cima do ombro e corro para o meu banheiro.

Meu telefone toca. É a minha mãe.

— Mãe, não posso falar agora — digo, abrindo a torneira do chuveiro.

Chuto os sapatos pelo caminho. Um pousou no pufe em forma de margarida. O outro, entre as penteadeiras. Graças a Deus eu tinha pessoas muito boas e organizadas que limpavam tudo para mim, caso contrário, nunca mais encontraria os dois.

Já está pronta? Quero uma foto do seu vestido.

— Não estou pronta ainda — rosno, tirando a camisa pela cabeça e atirando-a na direção dos meus sapatos.

Merda. Eu estava sem sabonete líquido. Está na minha lista de compras.

O que quer dizer com ainda não está pronta? Você deve estar aqui em uma hora! — Ela fazia parecer que eu estava atrasada para uma cirurgia que salvaria a minha vida.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora