Capítulo 24

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ALFONSO

Anahí parecia decididamente desanimada quando chegamos ao campo de pouso privado de Arena y Sol Village.

O helicóptero estava pronto e esperando por nós. Um comissário passa um fone de ouvido para cada um de nós, e somos conduzidos a bordo, baixando as cabeças ao passar sob as lâminas giratórias.

— Um helicóptero, Alfonso? — Anahí reclama, sua voz estalando em meus ouvidos, enquanto tirava o lenço da cabeça.

— Querida, qual é a graça de ser uma bilionária se não pode ir de um helicóptero para um baile?

Ela ajeita a saia do vestido de maneira recatada.

— Diga que não vamos pousar no telhado do hotel.

Eu sorrio.

— Vamos pousar a dez minutos do evento e um carro estará esperando por nós. Ninguém saberá que era "Anahí Portilla" contornando o trânsito desta noite, não se preocupe.

Nós decolamos, saindo do solo em um desafio à gravidade, e em segundos já sobrevoamos a baía.

Anahí está colada à janela. Até os bilionários podiam parar um momento para apreciar as águas azuis à medida que o sol afunda no horizonte.

— Obrigada por isso, Alfonso — ela diz baixinho, a voz soando pelos fones no meu ouvido.

Estendo a mão e pego a dela.

Ela não se afastou da janela, nem puxou a mão de volta. E também não arrancou minha cabeça com uma mordida.

É uma vitória muito pequena, porém muito satisfatória.

***

O Baile de Gala do Hospital Infantil Forsythe-Lowenstein é realizado no elegante Club Indigo Hotel. A entrada do hotel foi montada como um tapete vermelho de Hollywood, porque se os ricos de Miami iam aparecer e abrir os seus talões de cheques, obviamente queriam ser fotografados fazendo isso.

Meus dedos coçam para furtar uma carteira ou bugiganga brilhante. Só por diversão. Só para me lembrar que eu poderia.

Anahí se inclina ao meu lado no banco de trás da limusine.

— Nem pense em bater a carteira de alguém, Herrera.

Leitora de mentes. Elame conhecia muito bem.

— Estou surpreso e arrasado por você pensar assim — provoco.

— Hã-hã. — A resposta dela soa como um ronronar.

A limusine avança o espaço de mais um carro.

— Está pronta para ser romanticamente ambígua? — pergunto, mudando de assunto.

— Não vai usar isso como desculpa para apalpar a minha bunda, vai?

Eu não precisava de desculpa. Eu precisava de uma abertura clara e direta dela. Até que eu recebesse tal mensagem, em alto e bom som, meu flerte seria inteiramente de palavras e olhares longos e ardentes.

— Não, mas você apertar uma das minhas nádegas perfeitas não faria mal. Lembre-se da dinâmica de poder, amor. Você é a chefe. Você está no comando. É você quem está sendo adorada.

— E aquela que apalpa. — Ela parecia absolutamente alegre com isso. — Tem certeza de que espalhar boatos de que estamos envolvidos é a melhor estratégia?

— Absoluta.

A limusine chega à frente da fila e somos expulsos para um rico tapete dourado repleto de fotógrafos e blogueiros de fofoca. Anahí impressionava com o vestido preto elegante.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Where stories live. Discover now