15 dias para o dia da luz
Michael, um jovem detetive, de Chicago, está agora em Nova Iorque. Foi visitar a mãe. Aproveitou a visita para verificar o passado de John. Ao observar os relatórios de John, ficou mais preocupado do que já estava. "Tenho que fazer algo, pela Maggie", pensou. Ele adora Maggie, mais do que admiração, é uma paixão secreta, um amor que guarda apenas para si, mas profundamente intenso.
Michael encontra-se com o já aposentado Detetive David, na casa deste. A moradia de David era um reflexo do homem: antiga, sólida, um tanto desgastada pelos anos, mas ainda resistente e com alma. As paredes estavam cobertas de recortes de jornal e fotografias de casos passados, uma linha do tempo sombria da sua carreira. Um abajur, com uma base preta e branca, lançava uma luz suave e acolhedora na sala, e o aroma de café recém preparado impregnava o ar.
— Admiro John, uma criança que sofreu o que sofreu e conseguiu avançar na vida — disse David.
— Não acha que tantas mortes, podem ter afetado John emocionalmente? — questionou Michael.
— Todos somos afetados pelo passado, mas John soube lidar com isso.
— Por vezes o passado manifesta-se de formas obscuras, e quando se mostra já é tarde para intervir. — disse, Michael visivelmente preocupado.
— Ele meteu-se em alguma encrenca?
— Não, não. Mas sinto que a Maggie, a esposa dele, e minha amiga, pode estar em perigo, sendo apenas uma conversa informal.
— Ora, por amor de Deus, John é incapaz de fazer mal a uma mulher. Eu, segui a vida de John e se há alguém bom neste mundo é ele. Conflitos entre casados pode haver, mas por John coloco as mãos no fogo.
— Todos escondemos algo, detetive. Podemos ter um lado mau, que se manifesta apenas dentro de paredes. A violência doméstica é silenciosa.
— Todos temos um lado mau e um lado bom. Mas acredite quando lhe digo que esse rapaz, alimenta o seu lado bom e não o mau... e olhe que sei do que falo.
— Dito assim até parece um santo, se o fosse não fazia o que faz?
— O que ele fez?
— Anda a trair Maggie.
— Quem lhe disse?
— A própria.
— Ela pode se divorciar, certo?
— Ela gosta dele, já vi muitas vítimas que tentam manter o casamento, na esperança de dias melhores. Depois acabam por se afundar, como se estivessem em areias movediças, sem forças para pedir ajuda e sair da situação.
— Confirme essa história, não disse que Maggie era a melhor na sua profissão?
— Disse, sim e confirmo.
— Como o detetive disse há pouco, todos temos um lado bom e um lado mau. Veja se o lado mau não está na sua paixão?
— Que paixão? O senhor, não pensa que eu... — responde o detetive Michael, claramente envergonhado, por a sua paixão de alguma forma estar visível.
— John é um homem bom, passou por muitas mortes na infância, talvez seja por isso que dá mais valor à vida. Conhece o Yin e o Yang?
Enquanto falava, os olhos de David deslizaram para o lado, pousando sobre um livro antigo que repousava sobre a mesa de centro. Era um volume de capa dura com desgastes nas bordas, que revelavam um uso frequente. A capa mostrava dois símbolos entrelaçados, um branco e um preto, claramente representando o Yin e o Yang. O título dourado na capa, desbotado pelo tempo, ainda era legível: "O Equilíbrio do Yin e Yang: A Dualidade da Vida".
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Pacto de Sangue
Mystery / ThrillerA escuridão pode brotar da ausência de emoção, ou somos meramente incompreendidos em nossa profunda complexidade? Surgindo de um vazio de emoções, John coexiste com uma entidade interior que ele chama de Escuridão. Esta é a sua batalha: uma dança c...