3 | Dona Lua

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Leiam os avisos

Mais um capítulo chegou e admito que esse eu estava muito ansiosa de postar.
No primeiro tivemos o ponto de vista do jota, no segundo o ponto de vista do guinho, isso para vocês se familiarizarem com o jeitinho de cada um.
Agora nossa história começa e vai ser em terceira pessoa, espero que vocês gostem, depois me digam o que acharam.

Boa leitura e leiam as notas finais ♡

🌙

Jungkook estava cansado, exausto, completamente esgotado, sentia que aquela semana passou da forma mais lenta possível.

Sua rotina foi a mesma de sempre, furou alguns sinais vermelhos, ignorou algumas placas, trabalhou pesado nas entregas ali na região.

Quando marcava a hora de começar a organizar o restaurante, colocava um funk no rádio, já que não tinham mais clientes por ali, ria quando Dona Lu puxava sua orelha, de forma literal no caso, mas logo a chamava pra fazer alguns passinhos, enquanto ouvia a senhora falar que ele tinha sorte por ela o considerar um neto.

Quando seu horário chegava ao fim, Jungkook corria para casa, apenas para tomar um banho rápido, dar um beijo e pedir a benção para Dona Jani, logo já saia em direção a zona sul.

Trabalhava até tarde como garçom em um restaurante japonês, óbvio que só o aceitaram por conta de seus traços asiáticos, sem nem se importar de fato com sua descendência.

Jungkook ignorava os olhares feios que recebia, os comentários maldosos que ouvia, além de toda grosseria que os clientes depositavam em si, sem remorso algum, afinal, existem pessoas que acham que status, conta bancária, ou apenas o fato de estarem um local onde serão atendidos, é o suficiente para desrespeitarem o próximo.

Jungkook infelizmente já estava acostumado com aquilo, agia apenas no piloto automático, sorria sem mostrar os dentes, se curvava e seguia o caminho para a cozinha, mas antes de retornar com o pedido, apoiava as mãos na parede, abaixava a cabeça e respirava fundo, contando até dez, em uma tentativa de se acalmar.

Precisava daquele extra, precisava de dinheiro.

Naquele sábado, ele estava no limite, achava que só queria ir pra casa dormir até ouvir seu despertador tocar no dia seguinte, mas a cada hora que passava, a cada mesa que atendia, a cada olhar de reprovação pelo seu jeito, que mesmo tentando disfarçar, era perceptível que ele não era pertencente àquele lugar, Jungkook entendia que seu cansaço não era só físico, era mental.

Quando finalmente terminou de levantar as cadeiras, depois de organizar o fechamento do restaurante, seguiu para os fundos, respirava pesado, os passos em direção a moto foram rápidos e fortes.

Ele só queria respirar.

Antes de abrir o cadeado que a prendia no fundo do restaurante, Jungkook pode ouvir o som das ondas quebrando, o restaurante que trabalhava era de frente à praia de Copacabana.

Jungkook sorriu ao ouvir o som do mar, mesmo em meio ao barulho de alguns carros que passavam ali naquele horário, mesmo se misturando com os sons da noite carioca, o som do mar o acalmou, pelo menos um pouco.

Sem pensar, Jungkook deixou a moto ali e seguiu para atravessar a rua, quem sabe uma caminhada na praia o ajudaria a respirar um pouco.

Conexão Incomum | yoonkookWhere stories live. Discover now