Tique-taque

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Oioi!

Mais uma que trago do spirit, me deu preguiça de adaptar a capa kskskskksksks mas cá está <3 Já aviso pra tirar as crianças da sala, mais de 50% é conteúdo +18, a putaria que amamos 🍑

Comentem e divirtam-se hihi

 🍑🍑🍑  

Sobre primeiras vezes 

por Line 

 🍑🍑🍑  

— Kacchan, espera.

A bolha estourou. Completamente. Ela esteve frágil a maior parte do tempo, oscilando entre ilusória consistência e concreta debilidade; um eterno estoura-não-estoura cujo fim, sabia ele, viria na forma de uma agulha invisível, bem fininha. Embora imaginário, Izuku jurava ter escutado o "pop".

O peso quente saiu de cima de seu corpo trêmulo e rígido. O fim do contato entre as peles o fez sentir um choque do início da coluna às unhas dos pés. As pernas se fecharam e os joelhos se recolheram como uma fortaleza. Izuku cobria o rosto, covarde. Sempre o fazia, embora seus dedos, dormentes e elétricos após longos passeios por um corpo suado e árduas sessões servindo de pirulito a uma língua devassa, estivessem meio... nojentos? É, um pouco. Mas preferia mil vezes isso a encará-lo.

Um toque reconfortante e não mais malicioso se fez presente em seus cabelos; afagos oriundos dos vértices das unhas, do jeito que ele sempre fazia e que Izuku sempre gostou. Mas não agora. Não... naquele momento. Uma vontade imensa de chorar se apoderou dele, mas refreou-a com afinco. Caso chorasse, aí sim o show de humilhação estaria completo.

A cama se elevou quando um dos pesos desapareceu. A música lenta escolhida para simbolizar o que era para ser — ou melhor, estar sendo — a primeira vez deles morreu quando o aparelho foi desligado. Os passos voltaram e o colchão afundou de novo. O indivíduo cobriu a nudez de Izuku com um lençol fino de algodão, e seus tremeliques diminuíram consideravelmente. Seus ombros tensos atenuaram-se, e odiou-se por saber que tudo isso, esse "relaxamento", originou-se de um sentimento chamado alívio.

Na opinião de Izuku, um eufemismo para covardia.

A voz de Kacchan cortou o silêncio do quarto escuro.

— Tudo bem, Deku.

Izuku não tirou as mãos do rosto.

— Eu... eu achei que rolaria, achei que estava pronto, achei de verdade que desta vez...

— Deku. — Ele pousou a mão acima das suas, e uma pequena pressão foi suficiente para tirá-las dali. Olhos verdes e aguados se encontraram com os vermelhos gentis. Kacchan repetiu: — Tudo bem.

Não, não estava tudo bem. Não para Izuku. Não para sua autoestima, dignidade, orgulho, ego e seja lá o que tivesse a ver com sentir-se bem consigo mesmo. O que havia de errado com ele? Por que sempre dava para trás? Por que sempre amarelava? Por que, na hora H, um tsunami de medo o invadia e ele sentia como se fosse morrer? Por Deus, era Kacchan, seu namorado, o amor de sua vida! Ele nunca o machucaria, nunca o faria nenhum mal, Izuku sabia disso desde muito antes de começarem a namorar. Então... por quê?

Ridículo. Por que ficar se questionando se a resposta estava óbvia?

Ou melhor: o problema.

— Sou eu — murmurou, baixando os olhos. — O problema tá em mim, não em você.

Sobre primeiras vezes | BakudekuWhere stories live. Discover now