Duas semanas haviam se passado desde a minha última visita a Ahri, onde acabei encontrando seu aposento virado do avesso. Não só isso, como também me entreguei mais uma vez a ela e cedi minhas forças, me deleitando a sua sensualidade sobrenatural.
Agora, eu estava diante a inúmeras pilhas de documentos, todos na espera de uma revisão e da assinatura da Rainha que passara tempo demais longe das próprias atividades.
Soltando um suspiro de exaustão por estar sentada desde os primeiros raios do sol até perto do meio-dia, assinei com minha caligrafia perfeita o final de um documento requisitado por um dos fazendeiros mais promissores de Orton.
Após anexar o papel na pilha à minha direita, percebi que não suportaria mais um minuto sentada atrás daquela mesa, pois minha sanidade estava por um fio. Nesse instante, uma batida ressoou à porta, e um dos guardas, trajando sua impecável armadura, a abriu, fazendo uma reverência prolongada diante de mim.
— Vossa Majestade, o mensageiro trouxe suas correspondências. — O guarda permaneceu curvado até que fiz um gesto com a mão, sinalizando para que se aproximasse.
Com todo o respeito, ele depositou o novo montante de cartas sobre minha mesa e se retirou com palavras formais, acompanhadas de reverências ainda mais exageradas.
— Bem, parece que vou passar o dia todo aqui. — Peguei as cartas nas mãos e estava prestes a guardá-las em minha gaveta, quando a do topo chamou minha atenção. Uma caligrafia característica trazia as iniciais: "A.D."
Intrigada, apanhei a carta e delicadamente rompi o selo, abrindo o envelope com cuidado enquanto desdobrava o papel com precisão. Ao vê-lo brevemente, um suave sorriso surgiu em meus lábios ao sentir o aroma peculiar de lavanda que exalava do papel, e principalmente ao reconhecer a caligrafia minuciosa e conhecida.
"Queridíssima Loira Azeda." Soltando uma risada com cada frase a seguir no papel sedoso, balancei a cabeça e mordi o lábio levemente ao ler sua pergunta no fim do depoimento.
"O que acharia se eu me tornasse uma conselheira amorosa?" Sorri com a ideia e não precisei pensar muito para entender que Ahri seria um completo desastre nessa profissão, capaz de proporcionar aos casais motivos para se separarem.
YOU ARE READING
DEMÔNIO DE AZAHARA
Fantasy+18 | Ahri Darfin está presa em um mundo onde suas mãos estão permanentemente manchadas com sangue inocente e seus olhos perdidos a humanidade. Possuída por um príncipe-demônio de outro mundo, ela é forçada a embarcar em uma jornada dolorosa em busc...