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Como se eu estivesse acordando de um pesadelo, puxo a respiração com força e me sento na cama abrindo os olhos de forma espantada.

- Filha - Viro meu rosto vendo papai, Raquel e Ezequiel me encarando de maneira preocupada - Como você está ?

- Sede - Foi a única coisa que consegui dizer antes do meu irmão me entregar um copo com água que estava na mesinha ao lado da minha cama.

- Eu vou chamar o médico - Raquel avisa e sai do quarto.

Só aí me dou conta de que vim parar no hospital de novo.

- Você está bem, meu amor ? - Papai pergunta me abraçando de lado.

- Acho que sim - Entrego o copo para ele e respiro fundo.

Sinceramente eu desejo que essa situação não se torne tão corriqueira.

O médico entra no quarto, seguido de Raquel.

- Bom dia, senhorita Liane - Ele me encara de maneira pensativa - Não precisamos de apresentações, já que essa é a segunda vez só nessa semana que você deu entrada no hospital com crise alta de ansiedade.

A vergonha me consumiu nessa hora.

Eu queria poder conseguir controlar isso, mas não é tão fácil e simples como algumas pessoas fazem parecer ser.

- A senhorita tomou medicação na veia novamente - Ele explica - E dessa vez eu decidi encaminhá-la para a ALA de psiquiatria do nosso hospital.

- Mas eu já faço acompanhamento com uma psicóloga - Digo confusa.

- Eu sei e isso é ótimo, continue fazendo - Ele me observa - Mas no seu caso a senhorita também precisa da ajuda profissional de um psiquiatra, e quando você começar suas consultas com ele vai entender o porque lhe encaminhei. O psiquiatra vai saber te indicar a melhor medicação para o seu caso, eu sei que você já faz uso de uma, mas ele saberá melhor qual a apropriada para você, porque pelo que estamos vendo, depois desses meses, você realmente precisa trocar de medicação.

Esse médico sabia qual remédio eu usava, a minha psicóloga recomendou e Kiara comprou. Ele conversa mais um pouco conosco e depois me libera. A ida todinha até a nossa casa foi feita em silêncio, eu queria muito saber o que aconteceu com mamãe e Levon, mas eu percebi que papai estava com medo de falar nesse assunto, provavelmente não queria que eu entrasse em crise de novo e ele até que está certo.

Ele levou meu atestado até a empresa e ordenou que eu ficasse de repouso por hoje.

- Mana! - Kiara vem com Nataniel no colo assim que me vê entrando em casa - Você está melhor?

- Estou, desculpa preocupar todo mundo.

- Imagina - Raquel segura minhas mãos - A sua saúde é importante para todos nós, e o que importa é que você melhorou.

Agradeço a todos e subo para o meu quarto, estou meia sonolenta, apesar de ter dormido a noite toda, acho que deve ser por conta da medicação. Tomo um banho e visto uma roupa leve, assim que me deito meu celular toca e vejo o nome de Marcus na tela.

- Oi princesa, bom dia - Ele diz de forma carinhosa.

- Bom dia, amor - Queria que ele estivesse aqui agora para me dar um abraço, eu me sinto tão protegida do lado dele.

- Desculpa te ligar a essa hora, você deve estar no trabalho - Ele diz e logo penso em alguma desculpa.

- Não amor, eu estou em casa, acordei com uma dor de cabeça muito forte e um pouco tonta, mas eu avisei na empresa - Digo isso, pois vou esperar ele voltar para poder contar tudo que realmente aconteceu, eu não quero fazer ele ter mais problemas na cabeça - Amor? - Pergunto depois dele ter ficado em silêncio por um longo tempo.

Querido motoqueiro ( LIVRO 1 - MULHERES QUE AMAM )Where stories live. Discover now