Capítulo 1

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O tempo é um enigma que desafia a humanidade em sua constante busca por controle

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O tempo é um enigma que desafia a humanidade em sua constante busca por controle. É volátil e imprevisível, uma força inexorável que escapa das mãos dos seres humanos. Enquanto eles lutam para dominar o mundo ao seu redor, o tempo permanece como um guardião implacável, lembrando-os de sua própria finitude. Seria o tempo o inimigo invisível da humanidade, observando silenciosamente enquanto tentam desvendar os mistérios da vida?

E se fosse possível fazer do tempo o aliado da humanidade? Muitas possibilidades surgiriam, mas a maior delas seria a obtenção de mais tempo. Os seres humanos constantemente anseiam por horas adicionais, mais minutos e segundos. Pode-se afirmar com convicção que, em certos momentos, a morte pareceria uma opção preferível, no entanto, ao enfrentá-la, a primeira reflexão que surge é a escassez de tempo. Com o apocalipse iminente, os sobreviventes ansiavam para que o tempo se movesse mais rapidamente, uma ironia extrema. No desfecho, a humanidade suplicou por clemência à Terra, buscando uma transição sem sofrimento para a morte.

Como sabemos, só temos conhecimento daquilo que nos foi transmitido; de outra forma, estaríamos completamente perdidos. Como podemos ter certeza da veracidade do que nos foi contado? Quando somos considerados ninguém, nossas indagações e incertezas se tornam meros "sussurros de tolos". Para uma determinada pessoa, não era necessário saber muito, pois ela já reconhecia sua própria ingenuidade, no entanto, persistia em busca de algo que lhe foi retirado - ou pelo menos acreditava nisso.

Passaram-se novecentos e setenta e oito anos desde o fim do mundo. Após a catástrofe global, a humanidade precisou de três séculos para se reerguer, reconstruindo não apenas cidades, mas também sua estrutura social e política. A terra, por sua vez, levou mais cinco séculos para mostrar sinais visíveis de recuperação, com a flora e fauna lentamente se recuperando.

Nesse novo mundo, quatro cidades-estado emergiram como centros de poder e prosperidade. Cada uma delas era protegida por muralhas feitas de titânio, um material resistente e durável. Essas muralhas possuíam um composto especial que conferia a elas uma aparência única: pareciam fluidas, em constante movimento e brilho iridescente sob a luz do sol. Os habitantes das cidades viam essas muralhas não apenas como barreiras de proteção, mas como obras de arte vivas e imponentes que simbolizavam a resiliência e a criatividade da “nova sociedade”.

Um dos elementos distintivos das cidades era a presença de imponentes cúpulas esféricas. Feitas de materiais translúcidos e resistentes, essas cúpulas eram verdadeiras maravilhas arquitetônicas, permitindo que a luz do sol filtrasse de forma harmoniosa e criasse um espetáculo de reflexos e sombras em constante mutação. As cidades-estado eram subdivididas em três áreas distintas, cada uma cercada por muros de altura inferior às muralhas principais.

No coração da cidade, havia a capital, dividida em dois níveis. No subsolo, viviam os criadores, enquanto no andar superior residiam os pesquisadores, médicos, arquitetos, construtores e aqueles que se destacavam no teste de nascimento - um exame aplicado em crianças de dez anos para identificar seus talentos, QI e a área em que melhor se encaixariam. O teste de nascimento era infalível.

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