24 / Tocar é amar

239 25 37
                                    

Sweet — Cigarettes After Sex

°

A Mirae não sabia o quanto precisava do toque do Donghyuck até o ter verdadeiramente pela primeira vez.

Já havia recebido aqueles abraços e pequenos toques, mascarados de insignificância, durante a sua vida toda. Naqueles tempos em que o seu coração ainda traía a sua mente, ao contrário de agora que pareciam mais unidos que nunca.

Ainda custava um pouco admitir que o seu coração sempre esteve certo.

Mas desde aquele beijo ao luar, onde o fresco de uma noite fria era vítima do calor dos seus corpos, a Mirae arrependeu-se do tempo perdido que passou sem o aperto do moreno.

Tantos anos desperdiçados a contentar-se apenas com puxões de tranças e tatos mínimos, quando podia ter vivido momentos como estes mais cedo. Os lábios do Donghyuck nos seus, no seu pescoço, clavículas, peito, as mãos a aventurarem-se por todos os pontos que nunca tiveram coragem ou oportunidade de tocar. As mãos morenas eram dóceis ao mesmo tempo que eram firmes, apertando-lhe as coxas para aproximar os seus corpos ainda mais um do outro.

O Donghyuck podia tocar-lhe de todas as formas se continuasse a encarará-la daquela forma entre beijos lentos e manhosos, entre suspiros quentes e sussurros de desejo no seu ouvido.

A Mirae abriu os olhos lentamente, franzindo o sobrolho à luz do sol que batia no seu rosto. Tentou tapar a claridade com uma mão, o seu movimento súbito sendo a causa de um murmúrio sonolento ao seu lado. Virou-se para encarar o moreno ainda perdido na tranquilidade de um sono profundo, a t-shirt do mesmo visivelmente amarrotada com a descida do lençol.

A Mirae sentiu uma ansiedade estranha no peito. Não esperava que a confissão do Donghyuck fosse dar nisto, na situação que se encontravam agora. Teria sido cedo demais? Mesmo que o desespero de cada um por se tocar à tanto tempo fosse sem más intenções? Estavam perdidos no calor do momento com o segundo beijo, e o segundo tornou-se um terceiro e um quarto, até se aperceberem que queriam mais. O facto de estarem mesmo à porta de casa dela também não ajudou o quão fácil seria esquentar ainda mais a intimidade.

Estaria ele arrependido? Ou algo pior?

Sabia que o Donghyuck não era de levar estas situações a sério, namoriscava uma vez ou outra, divertia-se e seguia em frente. A única exceção tinha sido Choi Jinni.

Acordou do seu transe quando sentiu um pequeno beijo no seu ombro e um suspiro contra a sua pele. Voltou a encará-lo de imediato, vendo-o abrir os olhos na sua direção. Prendeu a respiração, não sabendo o que esperar.

O Donghyuck observou-a durante uns segundos, antes de um pequeno sorriso maroto surgir nos seus lábios. "Sou assim tão bonito que te esqueceste de respirar?"

Foi o suficiente para a Mirae se lembrar quem realmente tinha à sua frente e revirar os olhos, virando-se de costas para o moreno enquanto puxava o lençol todo para si. Fez os máximos dos máximos para impedir um sorriso seu quando ouviu aquela gargalhada rouca e matinal ao seu lado.

"Miraeeee..." ele murmurou, aproximando-se o suficiente para apoiar o queixo no seu braço.

"Não acredito que a primeira coisa que me dizesseste depois de ontem foi isso."

"Hmm... O que é que querias que te dissesse?" questionou, inclinando a cabeça para a encarar melhor. As próximas palavras foram sussurradas. "Que estou disponível para repetir?"

O lençol antes puxado apenas para si mesma agora fora atirado à cara do Donghyuck, empurrando-o para a outra ponta da cama.

"Ei, ei, ei!" o moreno resmungou entre risos, afastando o lençol e aproximando-se da loira para se deitar ao seu lado mais uma vez. "Estou a brincar! Quer dizer, por um lado não estou— Ei!"

A Mirae tentou acertar-lhe com a sua almofada, mas o Donghyuck foi mais rápido e arrancou-lhe o objeto da mão. Aproveitou para se aproximar ainda mais, puxando-a para perto e para partilharem a mesma almofada.

"Estavas demasiado pensativa. Só te queria distrair." disse ele, segurando-lhe pela cintura para que não se escapasse da conversa. "O que é que tens?"

A sua voz estava mais dócil do que à pouco, tornando o ambiente mais sério do que brincalhão, exatamente o que a Mirae precisava neste momento.

Mesmo assim, ela não conseguia encontrar as palavras certas. Todas as perguntas que lhe passavam pela cabeça pareciam demasiado diretas ou demasiado incompletas. Ainda não tinha processado bem a revelação de ontem, relembrando-se das palavras do Donghyuck antes de se entusiasmarem. Tinha tantas perguntas, mas a maioria delas não eram adequadas. Não era o momento certo.

Ouviu-se um sussurro tímido. "Queres que eu saia...?"

"Não!" a loira exclamou, agarrando o braço do rapaz por impulso. "Desculpa. Tens razão, eu estou a pensar demasiado."

Instalaram-se mais alguns segundos de silêncio até o Donghyuck suspirar. "Mirae... Se estiveres arrependida do que–"

"Não, não, Donghyuck, não. A sério." ela interrompeu-o, colocando uma mão no seu rosto. Acariciou-o com carinho, tirando-lhe a franja de cima dos olhos. "Não estou arrependida, meu Deus, eu... Eu estava com medo que tu estivesses arrependido."

O Donghyuck franziu o sobrolho, puxando o canto dos lábios para cima. "Depois de finalmente admitir que gosto de ti?"

As bochechas da loira avermelharam.

Ele gargalhou à timidez, puxando-a pela cintura para um abraço apertado. Girou-lhe o corpo para debaixo do seu, ficando por cima para engraçar ainda mais com ela. "Desde quando é que és tão tímida? Pensei que já tinhas passado essa fase."

"Donghyuck!" ela bateu-lhe no ombro antes de esconder o rosto entre as mãos. Também escondia um sorriso, completamente focada nas gargalhadas ao pé do seu ouvido.

O Donghyuck estava deliciado com a vista à sua frente, vendo o rosado na pele pálida descer-lhe do rosto até ao pescoço, onde a mesma já tinha uma pequena marca roxa deixada por ele. Sorriu ainda mais, baixando-se para encostar os lábios na mancha, arrepiando-a sem se aperceber.

A Mirae nunca foi uma pessoa de toques, mas estava completamente obcecada com a maneira que o Donghyuck demonstrava a sua carência e carinho. Aqueles lábios carnudos traçaram um caminho de pequenos beijos pelo seu pescoço, aquecendo o seu coração e corpo mais uma vez.

Se não estivessem tão perdidos entre toques marotos, poderiam ter ouvido os passos de Miran a aproximarem-se da porta do quarto.

"Mirae!"

—[][][][][]—

SAFADOS 👁 e pegos no pulo

capítulo pequenino mas vêm aí mais, mesmo que demore um pouco!

o nosso hyuck é muito touchy mesmo, não perde uma

RIVALS × Haechan/Lee DonghyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora