28 / A conversa, Parte I

61 11 11
                                    

O Hendery andava a evitá-la, o que não a ajudava nada a ganhar coragem para falar com ele. Embora, pelo menos, tivesse um pouquinho de mais tempo para pensar bem no que lhe iria dizer.

Não queria ir com um discurso preparado a cada palavra, mas também não queria dizer a coisa errada. Não podia magoá-lo ainda mais. Talvez tudo fosse correr bem se lhe explicasse com calma.

Os dias foram passando e a Mirae ficava cada vez mais ansiosa. O Donghyuck tentava acalmá-la e a Kazuha também, dentro do pouco que sabia sobre a futura conversa. Mas a Mirae só conseguia pensar no quão idiota tinha sido este tempo todo apenas por não conseguir admitir os seus verdadeiros sentimentos para si mesma.

Porém, hoje estava determinada. Acordou com vontade de pôr um fim a esta parvoíce e era exatamente isso que ia fazer. Mandou mensagem ao Hendery a perguntar se se podiam encontrar depois das aulas para falarem sobre o que se passa. Ele demorou bastante tempo até responder que podiam. Escusado será dizer que a Mirae passou o resto das aulas irrequieta.

Ficou parada à saída da escola assim que as aulas acabaram, despedindo-se dos seus amigos com uma desculpa esfarrapada que só o Donghyuck pareceu perceber o que se ia passar. O moreno encarou-a dois segundos a mais que os seus amigos, o seu olhar com tanta coisa por dizer. Tentou não se preocupar muito, sabendo que pelo menos iam estar juntos mais tarde. Ia jantar lá em casa.

A Mirae ficou à espera, balançando os pés no chão, até finalmente ver o chinês a aproximar-se com incerteza.

"Hendery." cumprimentou-o, mantendo uma distância agradável entre os dois.

"Olá, Mirae." o seu tom era monótono e o seu olhar muito menos intenso que anteriormente.

Apesar do constrangimento doloroso, a Mirae fez um esforço para lhe oferecer um pequeno sorriso.

"Queres... ir para algum lugar específico? Para falarmos?"

Ele olhou em volta, por momentos. "Podemos ir só caminhando."

A Mirae assentiu de imediato, uma pausa tremenda entre os dois até ela lhe fazer um sinal com a cabeça e começarem a andar sem destino, um ao lado do outro. O silêncio era torturante, mas não o podia culpar por isso. Era ela quem o tinha chamado e era ela que tinha algo para dizer.

"Obrigada por... estares aqui." ela começou, baixinho e de cabeça baixa. "Sei que não mereço sequer que me respondas às mensagens, mas tinha mesmo de falar contigo."

O Hendery assentiu, um olhar distante nos olhos.

A Mirae limpou a garganta rapidamente. "Eu... nem sei muito bem por onde começar, mas" parou de andar, nervosa. Ele fez o mesmo, virando-se para ela. "Lamento, Hendery. Peço imensas desculpas pelo que anda a acontecer, por tudo." engoliu seco. "Tenho tantas coisas para te dizer, mas o mais importante que devias saber é que me arrependo imenso de como te andei a tratar por ser uma tola que não sabe admitir o que verdadeiramente sente. Eu acho que tu és um rapaz incrível, tão atencioso e preocupado e tu mereces bem melhor do que o que eu te posso dar."

"Eu sei, Mirae." ele suspirou, um expressão tensa no seu rosto. "Eu sei, apesar de só ter percebido isso como deve ser recentemente. Acho que somos dois tolos."

Por momentos, a Mirae pensou se devia mesmo contar-lhe sobre a aposta inicial ridícula que fez com o Donghyuck, sobre namorar com alguém aleatório. Mas pensando melhor no assunto, não iria acrescentar nada à conversa a não ser magoá-lo ainda mais. Ela teve, sim, uma crush nele. Até porque continuou a ir a encontros mesmo depois da aposta mudar.

"Não, não. Não és tolo nenhum. Eu estava mesmo interessada em ti quando começámos a falar. Juro-te. Eu gosto de ir sair e conversar contigo, isso nunca estará em causa. O meu problema é que eu demorei imenso para perceber que quero sim a tua companhia, mas apenas como... amigo."

RIVALS × Haechan/Lee DonghyuckWhere stories live. Discover now