Trinta anos te Querendo

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...

Continuação...

A sombra não se mecheu por alguns segundos, mas quando o homem desviou o olhar ela sumiu misteriosamente, no mesmo instante que voltou a olhar Irene ficou com medo dela interpretar esse silêncio como um sinal positivo das suas desconfianças. Era apaixonado por Irene, mas tinha um amor quase que doentio por Agatha que não passava, queria se entregar pra Irene de corpo, alma e principalmente coração, mas nem sempre conseguia  dizer um "eu te amo" sincero quando fazia amor com sua esposa, a mulher que estava com ele há mais de trinta anos.

— Por sua cara eu vou ter que sair pelos fundos quando a verdadeira senhora da casa chegar verdade? _ suas palavras foram tão verdadeiras, mas ela não se permitiu chorar.

— Como? _ se aproximou e tocou os braços dela com carinho _ Mas porque quer ir embora?

— Por culpa dessa morta viva da sua ex, a maldita que te deixou sozinho com o Caio e de coração partido _ o empurrou, mas logo depois se jogou em seus braços apertando forte seu marido.

— Não me deixa morena _ beijou seus lábios com intensidade e temor.

Se aquele olhar dizia mil e uma coisas, seu toque era de segurança, como se dissesse que estava ali com ela, e nada nem ninguém iriam separar aqueles dois.

— A Agatha pode ser o motivo maior das nossas brigas, mas é com você que eu sou casado Irene, não me deixe.

— Seus olhos ainda brilham quando fala dela, como eu posso me sentir segura ao seu lado?

— Porque o que vivemos é real até agora _ pegou ela pelos braços e a balançou _ vê que somos reais?

— Vejo... Eu vejo sim... _ o olhou triste _ que quando Agatha estiver entre nós tudo isso vai morrer, suas palavras vão murchar e o "nos" não vai existir.

— Irene deixa disso por favor mulher! _ tentou falar com mais firmeza.

— Mas Agatha sempre esteve entre eu e você no nosso casamento, não me surpreende nada se você ainda quiser ter ela ao seu lado _ falou em tom de acusação.

— Morena você tá deixando o ciúme falar mais alto, me escuta antes de julgar _ roçou seus dedos nos cabelos dela com certa rudeza _ eu não quero outra além de ti.

— Antônio eu não consigo deixar de ser insegura quando se trata de você e sua ex mulher _ se afastou dele rapidamente _ perdão, mas não vai dar.

— Que quer dizer com isso de não vai dar?

— Te amo, mas acho que não sou correspondida.

— São trinta anos te querendo minha morena _ falou com tranquilidade _ não tema por um futuro que nem existe, meu presente é você!

— Eu espero mesmo que eu seja o seu futuro também _ o abraçou e fungou em seu peitoral _ eu te amo Antônio La Selva.

— Eu te quero Irene La Selva _ beijou seus cabelos com carinho.

Anos Atrás... Escritório de Antônio La Selva.

Logo depois de chegar do cabeleireiro Irene precisou chamar Caio e Daniel que brincavam no jardim e estavam todos os dois sujos de lama, parou pra observar os dois tão felizes e brincalhões. O filho mais velho do marido era um amor com Daniel, o verdadeiro irmão mais velho protetor, que está presente em todo momento.

  Olha Dani _ mostrou a minhoca saindo da terra.

Momoca... _ apontou todo serelepe.

É minhoca, podemos pegar um monte da próxima vez se quiser _ foi pegando os brinquedos.

Num cabou a blincadera _ disse emburrado.

Acabou, daqui a pouco sua mãe aparece e te leva pra banhar pitico de gente _ pegou o irmão no braço e o tirou da lama.

Não... _ fez o sinal negativo com o dedo _ é sua mãezinha tabém.

— Não é pitico, mas vamo entrar logo _ levantou o rosto e deu de cara com Irene.

— Olha você e o Danielzinho todo sujo _ pegou o filho nos braços _ vai pro banho Caio, tá molhado, vai acabar adoecendo.

— Tá bom _ abaixou a cabeça e entrou em casa.

Horas depois no Escritório...

Ele estava trabalhando na nova remessa de grãos, Antônio quebrava a cabeça quando se tratava de exportação, era ele que trabalhava praticamente sozinho no negócio, mas ver os dois filhos homens fazia imaginar um futuro em que poderia contar com seus dois guris trabalhando no negócio da família. Mas Irene sentia falta daquele homem em sua cama, ao seu lado, foi ver Antônio no escritório e não sairia de mãos abanando daquele lugar.

— Vim ver meu marido, saber se ele está bem, e se vai dormir na nossa cama hoje _ trancou a porta.

— Irene hoje eu tenho muito trabalho, não posso parar agora por motivo nenhum _ seus olhos estavam nos papéis.

— Nem pra uma visita da sua mulher? _ disse de modo sensual.

— Visita? Tá maluca Irene? _ riu ainda de olhar baixo.

— Antônio olha pra mim... _ sua voz saiu sexy e mandona.

— Agora não mulher _ rejeitou o pedido.

— Antônio... Olha - pra - mim _ foi pausada nas palavras.

— Tá Irene _ olhou pra ela e se surpreendeu _ mas o que é isso morena?

A lingerie preta ainda estava por baixo da camisola vermelha e do robe de seda da mesma cor, mas a mulher fez questão de começar a tirar sua roupa lentamente sob o olhar de seu esposo.

— Que novidade é essa? Não te vejo sem roupa no claro desde o nascimento do Daniel _ levantou e deu um sorriso sacana.

— Não tava feliz com o meu corpo e agora eu faço questão de te mostrar como tá agora _ quando ela jogou a última peça no chão deu um sorriso sapeca.

— Minha nossa!!! _ ele abriu a boca impressionado.

— Gostou meu amor? _ falou com a voz carregada de desejo.

— Nem pergunta umas coisas dessa minha morena _ levantou e foi até ela tocando seus ombros com as pontas dos dedos e foi subindo por seu pescoço até tocar seus lábios.

— Amamentar o bezerrinho do seu filho me deixou assim, em forma sem trabalho nenhum _ pegou a mão dele e o fez alisar seu bumbum _ não tem ideia de como estou desejosa de você meu Ursão.

— E o que digo? Dividir você com a casa e filhos é difícil, não temos tempo _ foi puxando ela até o sofá.

— Vou dar mais atenção ao meu amor, te juro _ sorriu

— Eu vou ficar mais atento na minha morena deliciosa _ tirou a camisa e jogou no chão.

— Mais atenção pra sua morena é mais carícias _ abriu as pernas com as mãos nos joelhos e deu um sorriso safado _ vai desfrutar do paraíso mais vezes.

— Cê vai me matar um dia desses mulher _ parou de desabotoar a calça e ficou abobado, mas com tesão só de ver aquela visão de sua esposa.

— Morrer de prazer é o melhor jeito de morrer meu amado! _ falou com a voz carregada de desejo.

Coração Alado 💓Onde histórias criam vida. Descubra agora