𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗻𝗼𝘃𝗲

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𝐀 noite já havia caído e Jisung ainda ouvia, com atenção, Minho ler outra magnífica história em um dos livros deixados por Jeongin

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𝐀 noite já havia caído e Jisung ainda ouvia, com atenção, Minho ler outra magnífica história em um dos livros deixados por Jeongin. O garoto estava tão fascinado pela narrativa do livro que quase se esquecia das dores e desconfortos causados pela pneumonia.

Quase…

O pobre rapaz tentava de todas as formas ignorar a sensação de enjoo que tomaram seu corpo após comer tanto e se arrependia amargamente por ter cedido aos olhinhos pidões do maior implorando que comesse mais e mais.

Até que não conseguiu aguentar por muito mais tempo... Sua cabeça doía, a boca salivava em excesso e o mal-estar revirando seu estômago estava tão evidente que suava frio respirando fundo para amenizar aquela tormenta... No entanto, era inevitável, ele iria vomitar.

— Min-... — foi a única coisa que pode pronunciar antes de despejar todo o lanche sobre os lençóis, sujando a si mesmo e também o pijama emprestado que vestia. — Oh não... Eu eu... não queria... me perdoe…

Minho larga o livro imediatamente e se apressa em socorrer o novo amigo que começa a soluçar por desespero murmurando palavras desconexas.

— Hey, Ji, calma... Não tem problema. — conforta apanhando alguns lencinhos na cômoda. — Hey anjo, olhe para mim. — pede erguendo o queixo de Jisung, o garoto estava desolado. — Não tem problema. — ele repete desta vez olhando no fundo dos seus olhos oceânicos. — Vamos limpar isso e tudo vai ficar bem. Não tem com o que se preocupar…

Jisung balança a cabeça assentindo e Minho toma como sua deixa para começar seu trabalho. Ele retira os lençóis sujos da cama, os embolando de qualquer jeito num canto e anda em direção ao garoto ainda deitado, pronto para pegá-lo em seus braços e levá-lo ao banheiro, porém Jisung recusa, se afastando de Minho.

— Você vai acabar todo sujo se tocar em mim… — o garoto explica sem jeito.

— Deixe disso Ji. — repreendeu ignorando a fala do outro o suspendendo no colo. — Se eu me sujar, tem água e sabão no banheiro…

— Eu sinto tanto... juro que eu tentei segurar… — disse abaixando a cabeça mais uma vez, Minho o coloca sentadinho no balcão da pia e põe a banheira para encher com uma água morninha. — Espero que me perdoe por isso…

— Não vamos mais discutir... Foi um acidente, não há o que perdoar. — Minho declarou começando a desabotoar os botões da roupa do garoto que se sentia tão mal por aquela situação humilhante que nem questionara sobre um estranho o ajudar a se despir. — Se tem alguém aqui que precisa pedir perdão, essa pessoa sou eu... sinto muito por ter te forçado a comer…

— Não foi sua culpa, Sr.Lee. — murmurou quando Minho o amparou em seus braços mais uma vez para pô-lo na banheira. — Eu acho que fui amaldiçoado por ser uma pessoa ruim.

— Você não é ruim, Jisung. — rebateu esfregando, com cuidado, uma esponja cheia de espuma nas costas do jovem. — De onde tirou esse absurdo?

— Algum tempo atrás eu... eu... roubei uma confeitaria... — ele responde envergonhado ao mesmo tempo que Minho congela seus movimentos. — Não é o que você está pensando... não peguei um centavo sequer deles... eu só estava muito faminto... eu sei… isso não justifica o meu ato, mas aqueles docinhos pareciam estar me chamando… — ele explica encarando o nada e não podendo ver o rosto de Minho, Jisung, não notou as lágrimas gordinhas e silenciosas que escorriam por suas bochechas. — Agora eu entendo, toda essa situação é apenas um castigo do universo... Eu roubei comida e eu não posso mais desfrutar dela sem passar mal... Só espero que um dia o dono da confeitaria me perdoe pelo que fiz…

Minho, estando sem palavras diante daquela confissão tão inesperada, se levanta do banquinho em que estava sentado e deixa o cômodo de cabeça baixa, deixando Jisung um tanto decepcionado pela reação dele.

Porém, alguns segundos depois, Minho reaparece trazendo algo em suas mãos e se ajoelhando ao lado da banheira.

— Nós perdoamos você desde o primeiro bilhete, pequeno. — Minho expressa um sorriso entendendo a tão familiar e surrada caderneta de desenhos para Jisung. — Por favor, não se torture mais com essa história, não vale a pena...

𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗺𝗼𝘂𝘀𝗲 ▸ 𝗆𝗂𝗇𝗌𝗎𝗇𝗀Onde histórias criam vida. Descubra agora