01.

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"Você se importa se eu fumar?

Acharemos as noites com a luz da Lua estranhamente vazias

Porque quando você chamar o meu nome através dela

Não haverá resposta."

- Cigarettes out the Window, tv girl                

                                 

O barulho irritante do despertador de Minho soava no quarto escuro, com pequenas frestas da luz do amanhecer rasgando as cortinas. O garoto acordou assustado, tentando assimilar o que estava acontecendo, logo pegando o seu telefone, desligando a música incômoda e suspirando em seguida, fazendo com que alguns fios de seu cabelo desgrenhado balançassem devido à lufada de ar repentina. Era uma segunda-feira: o terror de todo estudante.

Minho não era considerado um mau aluno, porém não era um dos melhores, ele só era... normal. Seus dias eram sempre os mesmos e os estudos ocupavam a maioria de seu tempo, fazendo com que o garoto se sentisse frustrado por sempre seguir a mesma rotina monótona. Porém, em meio a todo aquele caos de estudantes loucos havia uma pequena e rebelde distração que deixava o Lee com os cabelos em pé: Jisung – o garoto que personificava tudo o que Minho detestava.

O Lee era um garoto simples e levava a vida com tranquilidade, mas quando se tratava de Jisung o seu sangue fervia e a raiva era quase instantânea. Ele não sabia muito bem quando aquele ódio todo havia florescido, só sabia que ele se encontrava ali, cravado no fundo do seu peito desde que havia conhecido o Han. Minho apenas não gostava daquele tipo.

Talvez fosse o jeito rebelde de Jisung, as tatuagens que adornavam sua pele, os piercings que enfeitavam seu rosto, ou talvez o fato de ele dominar uma guitarra como se fosse uma extensão de si mesmo. Mas o que realmente tinha impulsionado a aversão de Minho era o cigarro.

Minho odiava cigarros. Para ele, aquele cheiro amargo e a fumaça sufocante eram como a personificação de tudo o que estava errado no mundo. E havia Jisung, o fumante em série, sempre cercado por uma nuvem de fumaça e acompanhado por outros jovens igualmente rebeldes. Era o bastante para fazer o sangue de Minho ferver a cada vez que passava pelo garoto de cabelos azuis.

Ele se levantou da cama e começou a se preparar para mais um dia na boca do inferno, - segundo as palavras do próprio Lee - logo ficando pronto e seguindo o seu caminho com seus inseparáveis fones de ouvido, conectando-os ao telefone e logo conseguindo ouvir a melodia agradável.


♪¸¸.•*¨*•.


Após quinze minutos de caminhada e muitas reclamações em sua mente, Minho finalmente havia chegado em sua faculdade, sendo essa uma grande estrutura com vários pŕedios e diversos espaços diferentes, indo de uma sala de música até um grande gramado verde para os jogos de futebol.

O garoto se dirigiu até seu armário para pegar os materiais necessários para mais um dia de estudos. Ao fechar a porta, fazendo com que um pequeno barulho de metal ecoasse no corredor, a primeira coisa que seus olhos capturaram foram os fios azuis escuros. Han se encontrava com uma das mãos apoiada nos armários, enquanto a outra repousava em sua cintura, não deixando de possuir aquele sorriso sacana no rosto.

"Tão típico", Minho proferiu em sua mente.

— Bom dia, gracinha.--- Jisung cumprimentou o Lee com o mesmo sorriso sarcástico de sempre. — Como foi o fim de semana?

Jisung era alguém que, na visão de Minho, era um rebelde sem causa que só ligava para status e garotas. Era o típico "bad boy" que todo filme americano tem. E o Lee tinha repulsa disso, ele não gostava de jeito nenhum, ele desdenhava dos clichês e tentava ao máximo possível se manter longe deles. E, bem, o Han era um típico tipo de clichê, e, ainda, com um bônus: o cigarro.

Já Han não entendia muito bem o ódio do Lee, porque apesar dos pesares, nunca tinha feito nada de mal para o acastanhado, não que ele se lembrasse. A única coisa que lhe vinha à memória era que, quando tentou puxar assunto com o garoto pela primeira vez , levou uma baita patada. A partir daquele acontecimento, Jisung só começou a retribuir o sentimento de repulsa. Ou era pelo menos o que ele fingia, sempre provocando o acastanhado pelos cantos e arrumando briguinhas bestas, o que fazia o rancor de Minho quadruplicar.

— Não enche, Han. — Minho devolveu seco, já sentindo seu bom humor se esvair só de ouvir o outro garoto dirigindo a palavra a ele. — Eu não tô afim de escutar suas piadinhas sem graça, então, por favor, tenha o mínimo de senso e me deixa em paz. — O de cabelos castanhos falava à medida que ia para a sua sala, não deixando de virar e lançar um olhar debochado ao Han.

— Poxa gracinha, assim você machuca o meu pobre coraçãozinho! — O azulado gritou no corredor com a intenção de envergonhar o outro, o que deu certo, tendo em vista que Minho se encontrava com as orelhas vermelhas enquanto alguns estudantes lhe dirigiam um olhar curioso.

Seria um longo dia. 

 

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MY ONLY EXCEPTION | minsungWhere stories live. Discover now