Minho odiava cigarros e, principalmente, Jisung, o garoto que vivia fumando nos fundos da faculdade. No entanto, Lee se vê indo contra seus próprios princípios quando percebe que está apaixonado pelo menino de cabelos azuis.
❝Eu odeio cigarros, mas...
— Galera, a gente já tá bem adiantado e minhas costas já estão doendo, vocês querem sei lá, dar uma pausa? — Seungmin falou depois de quatro horas em silêncio. Os garotos trabalhavam sem parar e ficaram tão focados que nem viram o tempo passar.
A escuridão da noite já adornava o campus onde tinham alguns estudantes, entre eles Han, Minho e Seungmin, que, neste momento, se dirigiam ao refeitório da faculdade para se alimentarem, estavam famintos.
Minho andava próximo de Seungmin, este que estava no meio com Han andando à sua direita. Os garotos pegaram as suas bandejas e se sentaram em uma das mesas vazias, o local se encontrava menos cheio do que o habitual, tendo em vista que já eram oito da noite e haviam poucos estudantes por ali.
— Vocês acham que a gente consegue terminar o trabalho antes do fim do mês? — Seungmin tentou puxar assunto para cortar o clima estranho que começava a se instalar.
— Eu acho que se trabalharmos em conjunto e sem brigas a gente consegue, não é, gracinha? — Han respondeu, não deixando, claro, de provocar o acastanhado que até agora comia seu lanche em silêncio.
— Concordo, Han, se você parar de agir igual uma criança de cinco anos e ser maduro o suficiente, acho que podemos fazer um trabalho bem feito. — Minho devolveu para o azulado com um olhar debochado.
— Vocês não vão começar de novo, vão? — Seungmin interrompeu a discussão já sentindo o seu bom humor ir para o além.
Os outros dois garotos na mesa se entreolharam enquanto se lembravam da bronca do Kim de mais cedo, engolindo em seco e pigarreando.
— Não, não vamos, pode ficar tranquilo. — Minho respondeu a pergunta enquanto desviava o olhar do Han, este que lhe encarava de cima a baixo.
— Ótimo! Eu acho que o princípio fundamental de um bom trabalho em grupo é conhecer os integrantes. Eu não faço ideia do porque vocês se bicam tanto, e podem acreditar, eu não dou a mínima pra isso, mas que tal vocês deixarem isso de lado por um momento e tentarem pelo menos se conhecerem melhor, hm?
— Eu não vejo problemas. — Jisung concordou com o Kim ao mesmo tempo que direcionava um sorriso de canto ao Lee.
"Não se deixe cair nas provocações desse cretino, Minho, serão apenas alguns minutos, tudo vai ficar bem."
— Também não vejo problemas. — Minho respondeu, ainda meio relutante, porém confiante, fazendo com que o sorriso de Han murchasse devido a sua quebra de expectativas.
— Excelente! Então, podemos começar com algumas perguntas, certo? — Os dois garotos responderam que sim com a cabeça, fazendo com que o Kim suspirasse minimamente satisfeito, ele estava muito feliz que finalmente estavam conseguindo chegar a algum lugar sem brigas. — Ok, Minho, você pode começar fazendo uma pergunta para o Han.
O Lee não sabia o que perguntar ao de cabelos azuis, sendo bem franco, ele não tinha o mínimo de interesse no "rebeldezinho número 1", mas o garoto não queria causar mais intrigas e deixar Seungmin estressado novamente, então o mais velho dali só direcionou o olhar para os braços tatuados e pensou em uma pergunta.
— As tatuagens no braço, por que você tem tantas?
Minho ficou sem resposta por longos segundos, o que fez com que ele desviasse seus olhos dos braços do azulado para ver o que tinha acontecido. Jisung estava paralisado. O garoto parecia perdido em seus pensamentos enquanto seus olhos tremiam. Han Jisung estava querendo chorar?
— Eu vou fumar, já volto. — O de cabelos azuis falou ainda meio estático e com a voz tremendo, tentando a todo custo não cruzar os olhos com o de Minho, logo pegando a caixinha de cigarros em sua mochila e se levantando.
— Então tá né, cada um com seus vícios. — Seungmin resmungou enquanto via Han se afastar, nem percebendo a repentina alteração de humor de Jisung.
Aquilo era estranho.
Minho se sentiu estranho quando um sentimento ruim lhe veio no peito. Minho estava preocupado com Han?
"Não, claro que não, eu nem ligo pra ele." Era tudo o que se passava na cabeça do acastanhado, mas, se ele não se importava com Han, por que estava tão atordoado?
Aquilo era minimamente estranho. Que sensação era aquela?
Minho não sabia, porém em breve descobriria.
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