02.

169 20 1
                                    


[...]

O lugar escolhido pela mulher foi um restaurante novo para Pedro, já fazia muito tempo que não frequentava um lugar tão reservado e calmo, sem alvoroço.

— Não sei se estou mais impressionado com a escolha do local ou de te ver usando jeans! — O chileno viu a mulher sentada a sua frente sorrir levemente.

— Você também está muito bem, principalmente com este moletom cinza! — Ela foi gentil, assistindo Pascal ruborizar levemente.

Ambos desviaram o olhar para o cardápio que fez seus estômagos roncarem, rapidamente pediram os pratos para a garçonete que estava de mau-humor.
S/N nunca tinha parado para observá-lo, linhas de expressões, barba falhada, olhos estranhamente expressivos e escuros. Cada vez mais uma característica nova ela percebia nele a cada segundo, e vice-versa.

— É bem calmo aqui! — Pedro inicia tentando quebrar o gelo quando a viu desviar o olhar — Costuma vir bastante?

— Um pouco! — S/N responde relaxando seus ombros — É um lugar que me faz lembrar de casa!

Os olhos de Pedro correram rapidamente para os lados, estavam em uma mesa próxima à parede, dando uma visão mais aberta do ambiente.

— É, parece bastante... — o local também o faz sentir-se em casa — Nem parece que somos quase vizinhos! — Pascal viu a confusão estampada na face de S/S, logo tratou de explicar melhor — Sabe, o Brasil e o Chile, vizinhos separados pela Argentina e o...

— Paraguai! — S/N completa com bom humor — Também tem a Bolívia, o Uruguai e uns aí, mas vou deixar você dizer que somos vizinhos!

— Então... — Pedro buscava na sua cabeça alguma coisa para puxar um assunto, ele tinha tantas perguntas — É verdade que você já foi do serviço secreto? Já esteve na casa branca?

— Se eu contasse... — Ela inclinou-se em direção do homem que a olhava — Teria que lhe matar!

— Nossa, como você é cruel, S/N!

Passaram do ponto de início do diálogo, indo a pequenas descobertas e risadas, nem parecia que Pedro há poucas horas estava pálido e enfraquecido.

— Está ouvindo isso? — e se fez o silêncio na mesa, Pedro olhava S/N com um sorriso divertido — Meu Deus, o que esta acontecendo comigo? — seus ombros começaram a se movimentar, com seu corpo indo ao ritmo da música que aumentava.

— Por Deus, não! — S/N tem uma mão na lateral do rosto, querendo esconder sua face diante do alto homem que se levantava.

— Ah, sim! — Pedro estendeu a mão, a mulher olhou, perguntando internamente se estava fazendo o certo — Isso! — S/N apertou sua mão e o acompanhou.

O restaurante tinha um espaço que era especialmente dedicado para momentos em que tocavam músicas justamente para os clientes latinos matassem a saudade das músicas e danças.

Uma das mãos de S/N foi até o ombro largo do chileno enquanto a outra se entrelaçava com a dele, com Pedro era o mesmo.
Seguiam o ritmo da música, a brasileira sorriu ao perceber que ainda se lembrava de como era os passos e percebeu o quanto seu cliente era desenrolado na pista.

— Você deveria sorrir mais, sabe, você tem um belo sorriso! — Pedro mal percebeu que tinha falado em voz alta.

— Guarde seus flertes para outra pessoa, Pedro! — S/N piscou para ele e sentiu seu telefone começar a vibrar no bolso traseiro de seu jeans — Desculpa, mas...

— Tudo bem. — Pedro parou junto a ela, a viu dar um pequeno sorriso e seguir adiante enquanto atendia o telefonema.

Pascal pagou a conta e foi até o lado de fora, encontrando S/N ainda falando no telefone, pelo seu tom de voz, percebeu que algo sério estava acontecendo.

Bodyguard - Pedro PascalDove le storie prendono vita. Scoprilo ora