04.

143 22 4
                                    


[...]

Amanheceu e o chileno mal tinha conseguido dormir, assim que seu despertador tocou, ele tomou um longo banho e encontrou S/N conversando no telefone, a mesma parecia ter tomado banho e trocado de roupa, agora vestindo como o habitual.

— Bom dia! — Pedro a cumprimentou indo em direção da cafeteira que estava com café pronto.

Seus olhos castanhos correram pela figura, sentindo-se estranhamente infeliz por não vê-la usar um jeans que lhe caia tão bem, agora usando uma calça preta parecia ser feita sob medida e camisa preta de gola alta e mangas compridas, dando um ar mais sofisticado. Pascal secretamente adorava o estilo sem igual que somente S/N apresentava.

— Bom dia. — S/N respondeu desligando o telefone — Conseguiu dormir?

— Não muito.

A mesma tomava café igual ele, com um notebook a sua frente na ilha da cozinha, Pedro a observou em silêncio, sua mente ainda pensava nas coisas da noite anterior.

— Você nunca me disse que tinha uma filha! — Pedro quebrou o silêncio — Como ela se chama?

— Bucetildes.

Os olhos do chileno se arregalaram e ele precisou olhar para a face da mulher, não acreditava no que tinha acabado de escutar.

— Sério? — Ele viu um pequeno sorriso sacana crescer nos lábios da brasileira — Você definitivamente não presta!

— Deveria ter visto sua cara!

S/N se desculpou pela baixaria e baixou a tela do notebook em tanto mexia.

— Então, você é casada? — Pedro pergunta.

Aquelas palavras eram tão estranhas para ele, saindo de sua boca, nunca se acostumaria com aquela ideia de que S/N fosse o amor de outra pessoa. Nem mesmo ele conseguia entender a razão de pensar e se sentir assim. Afinal, era sua guarda-costas quem ele pensava diariamente.

— Com o trabalho que tenho, acho muito difícil arranjar um tempo para alguém! — S/N responde calmamente, sem o olhar ou esboçar alguma negatividade diante da pergunta um tanto invasiva.

— Eu não teria tanta certeza! — Pedro resmunga consigo mesmo.

— Como?

— Ah, nada! Então, descobriu algo sobre os fanáticos? — O chileno mudou de assunto rapidamente.

S/N umedeceu seus lábios, era uma mania que tinha antes de tomar alguma iniciativa, e resolveu explicar a situação atual em que se encontravam, sem rodeios.

O nome de Pedro ainda estava em alta, os stalkers o encontraram novamente. Pelas câmeras de segurança, S/N o mostrou que a mulher da noite anterior quebrou uma das janelas do andar de baixo.

— Não acredito que terei que me mudar novamente!

— Não será preciso! Já pegamos essa mulher e estamos avançando cada vez mais nas investigações.

Foi preciso apenas algumas ligações e uma imagem do rosto da invasora para que a stalker fosse encontrada e presa por invasão domiciliar.

A polícia teve acesso a tudo que a mulher fazia na internet, descobrindo os tais grupos que perseguiam o ator.
S/N tinha os contatos certos para que acabasse de vez com a vida na qual ela considera miserável. Era questão de tempo para que todos fossem pegos.

E as palavras de S/N fizeram Pedro pensar seriamente em seus amigos e família, ele não saberia o que fazer se algo acontecesse com algum deles.

— Obrigado por cuidar de mim, S/N! — Pedro agradeceu a olhando nos olhos.

Ele sabia que ela não precisava ficar ali, afinal era domingo, o único dia de folga dela durante a semana inteira.

— Só faço o meu trabalho! — S/N respondeu desviando o olhar, sem perceber que suas palavras tinham efeito no homem.

Bodyguard - Pedro PascalOnde histórias criam vida. Descubra agora