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Pedro andava pelas ruas de Los Angeles a pé, ocasionalmente levando um suco ou café consigo, mesmo com a carreira e nome crescendo na boca do povo, o mesmo vivia como qualquer outra pessoa normal.

Pascal não imaginava que perderia este simples privilégio de andar na rua.
Não era levado a sério, pessoas criavam grupos para passar as informações do ator, que iam de lugares onde ele frequentava a pessoas de seu ciclo pessoal.

O estopim foi a invasão em sua residência, onde objetos simples foram roubados como cuecas, meias e até mesmo lençóis.

O chileno já não se sentia a vontade com toda essa situação, vivia sentindo estar sendo observado em todos os lugares que fosse, no entanto, não demostrava, mostrava-se sempre pronto para atender as pessoas na rua que lhe abordavam, mas, no fundo, ele estava ficando desconfortável.

— Pronto? — S/N, a guarda-costas do ator perguntou vendo o homem se virando, dando as costas para o balcão onde recebia seu café.

— Sim. — Pedro respondeu baixo passando pelas pessoas, com a mulher no seu encosto.

S/N usava diariamente trajes formais, em cores neutras, raramente usava algum algo que não fosse branco, preto ou cinza. Jamais usava jeans, no seu dia-a-dia, sempre tailleurs.
Enquanto isso, Pedro usava uma blusa amarela larga de um time de basquete, onde parecia ser uma de suas peças favoritas, pois ele usava para ir a todos os lugares, junto de uma bermuda comum e tênis preto.

Andavam pela calçada percebendo que paparazzis os fotografavam, o ator bufou e viu a mulher abrir a porta do carro para que ele adentrasse. Era comum ver esta cena, S/N dirigia o carro do homem, mas não era todas às vezes.

O mesmo foi levado até a academia, onde frequentava, precisava estar em forma para um papel, já tinha aceitado a derrota de saber que voltaria acabado com dores por todo o corpo.

E assim foi-se, duas horas e meia depois, Pedro ofegava no passageiro, tudo doía, não conseguia nem ao menos falar por conta do cansaço. S/N o levou para a sua nova casa, onde era em um bairro mais calmo e familiar.

Ao estacionar o carro, a mulher virou para o homem que mantém com os olhos fechados. Ela levou sua mão até o ombro do homem, no qual abriu os olhos devagar, mirando ela.

— Chegamos. Precisa de ajuda? — sua voz era calma e levemente grave, o que fazia ser uma melodia para os ouvidos de Pedro.

— Não, estou bem! Obrigad... — O mesmo que abriu a porta e saiu, sentiu-se tonto e se apoiou no automóvel para que não caísse.

A mulher nada falou, imediatamente saiu e deu a volta, aparando o homem que sentia fraqueza nas pernas, ela o olhou procurando indícios de que ele estava passando mal.

— Você está pálido! — S/N o ajudou a adentrar na casa, o colocando no sofá com cuidado.

Já tinha ideia do que estava acontecendo por isso, S/N ficou na frente de Pedro com os braços cruzados e com o canto da boca torcido.

— Quando foi a última vez que se alimentou?

— Não me lembro, ontem, talvez... — Pedro respondeu fracamente, sentindo sua visão escurecer um pouco.

Há mais de seis meses, S/N estava trabalhando para Pascal, tempo suficiente para conhecer o bastante, sabendo que o mesmo estava em uma dieta rigorosa e que ele abusava muito dos remédios.

Sem muitas escolhas, ela precisou fazê-lo ficar em repouso em casa, Pedro dormiu durante algumas horas.

— Precisa ficar em repouso! — S/N vê o homem tentar se levantar, mas ainda estava grogue de sono.

Pedro tinha lugares para ir, coisas para resolver e ainda mais um encontro para ir a tarde, S/N sabia, mesmo não sendo a favor.

— Mas eu tenho que ir... — Pedro balbucia, desistindo e ficando deitado, enquanto olha para a figura feminina que está na porta.

— Você não está nas melhores condições. — A mesma viu o descontentamento do mais velho — Eu aposto que ela entenderá, mesmo eu dizendo que é uma péssima ideia sair com esta desconhecida!

Pedro olha para um ponto específico na parede, deu um sorriso de lado e virou um pouco a cabeça para olhá-la. Ele intendia que S/N estava apenas fazendo o seu trabalho de garantir sua segurança contra os stalkers, mas isso lhe dava um pequeno espaço para a provocar diante de toda a preocupação.

— Sendo assim, você está me devendo um jantar! — O mesmo gostava de aliviar a situação com seu charme, e sorriu quando viu que deu certo.

— Tá certo! — essa era uma das raras ocasiões onde S/N mostrava um pequeno sorriso e dava corda.

Pedro se alimentou um pouco, aos passar dos minutos foi sentindo a tontura e a fraqueza passar, alguns episódios iguais já haviam acontecido, mas nada que fosse tão intenso.

— Eu não estava brincando, você está me devendo um jantar! — Pedro indagou virando para encarar a figura que cortava a maçã com uma faca, o mesmo coloca as mãos no mármore atrás de si — Para onde vamos?

— Você mal se recuperou e já quer bater perna... — S/N negou com a cabeça.

Ela sabia que ele não esqueceria tão cedo, o sábado estava chegando ao fim, diante disso, a brasileira não viu tanto problemas em sair com ele.
Dia seguinte era seu dia de folga, S/N nunca trabalha nos domingos, claro, exceto se estiver acompanhando ele em alguma viagem.

— Okay, mas não iremos beber!

— Você é quem manda, chefia! — Pedro levantou as mãos com um sorriso adorável — Vamos às sete?

— Às sete, então! — S/N assentiu dando um sorriso de lado.

Bodyguard - Pedro PascalWhere stories live. Discover now