Chamada recebida

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Oi! Voltei! Antes de ir ao capítulo, preciso dizer: não seria possível passar por todo o desenrolar sem este capítulo de ligação. Espero que você goste dele e esteja aberta a comentar seus desejos e teorias. Sugiro ouvir a playlist "Hora do hot" no Spotify. Verifique a classificação indicativa da história e boa leitura!

 Verifique a classificação indicativa da história e boa leitura!

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Regina Mills

Quando eu acordei naquele dia, tinha todos os planos traçados na cabeça, mas tudo pareceu não querer colaborar. O despertador não tocou no horário que deveria, a calça que eu queria vestir não entrou, meu leite estava azedo na geladeira e o trânsito parecia estar de brincadeira.

Fora tudo o que eu estava sentindo há dias por causa da viagem de São Paulo.

Até o horário de ir pra livraria eu achei que o Celso Portiolli ia aparecer com câmeras e me dizer que eu estava participando de algum quadro de comédia.

Eu não deveria ter comemorado quando encontrei com a Caroline no evento e suspirei, aliviada. Finalmente tinha chegado no nosso compromisso, sem muitos acidentes. Nem sonhei com o que estava por vir.

Minha relação com a Caroline era engraçada. Vendo de fora, muitas pessoas achavam que eu era mãe dela — o que faz bastante sentido considerando nossa cor de pele e cabelo parecidos. Porém, neste ponto eu poderia dizer que éramos boas amigas (com a limitação das nossas idades, é claro).

Caroline me pedia indicações de livros, eu pesquisava alguns melhores para a sua faixa etária, líamos juntas e depois discutíamos por mensagem. Mesmo sem ter filhos próprios, eu sabia que se um dia tivesse, queria que eles fossem exatamente como a Carol é. Por isso, a tratava como uma.

Ainda sabendo que era uma relação de cumplicidade criada pelo destino, como se nos conhecêssemos de outras vidas, como se fossemos realmente mãe e filha, não tinha como eu ficar sem falar com a mãe dela.

Eu me sentia como uma mãe, mas ela não era a minha filha. Na prática eu sou uma adulta e, se fosse o contrário, eu gostaria de conhecer a mulher que fala por mensagens com a minha filha (só para ter certeza que não é um homem psicopata se fingindo de gente boa). Por isso sugeri que eu a levasse para casa depois do evento.

O plano era conhecer a mãe dela, me aproximar e deixar essa relação mais respeitosa. Eu só não imaginava que a mãe da Caroline era a mulher que assombrava meus dias — e as minhas noites, dormindo ou não.

Um dia antes

Decidi tomar um banho gelado antes de me deitar para ver se o que eu senti o dia todo era amenizado. Hoje, sem querer, acabei vendo aquela mulher que me deixava louca em vários sentidos, mesmo que de longe.

Eu fugi da Emma por dias dentro daquele prédio da faculdade. Consegui ignorar os meus sentimentos e as minhas lembranças como pude e troquei de caminho toda vez que sabia que ela podia passar por algum lugar.

ponto sem nóWhere stories live. Discover now