2. Feel Invisible

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𝐴𝑚 𝐼 𝑖𝑛𝑣𝑖𝑠𝑖𝑏𝑙𝑒?
𝑇𝑎𝑛𝑔𝑙𝑒𝑑 𝑢𝑝 𝑎𝑛𝑑 𝑡𝑜𝑛𝑔𝑢𝑒-𝑡𝑖𝑒𝑑, 𝑤𝘩𝑎𝑡 𝘩𝑎𝑣𝑒 𝐼 𝑏𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒?
𝐴𝑙𝑤𝑎𝑦𝑠 𝑔𝑜𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑜𝑛 𝑚𝑦 𝑚𝑖𝑛𝑑, 𝑦𝑜𝑢 𝑔𝑜𝑡 𝑚𝑒 𝑓𝑒𝑒𝑙𝑖𝑛𝑔 𝑑𝑢𝑚𝑏

Hazel Black

Eu não sabia como agir. De que maneira existir como alguém normal ou sem nada em mente para o dia. Graças a minha aparência sem graça e minha incrível capacidade de parecer invisível no meio das pessoas, ficava mais fácil de não ter crises de ansiedade a cada passo que eu dava até o restaurante La Belle que ficava escondido em um lugar especialmente reservado para gente com bastante dinheiro no bolso.

Felizmente hoje eu sou uma dessas pessoas, por mais que a minha vestimenta desleixada não mostre a quantidade de dinheiro que tenho no banco. Nunca me vi como um potencial alvo de amor romântico para alguém durante os meus vinte e seis anos, até eu encontrar os olhos dele me encarando do lado oeste do restaurante. Sebastian estreitou os olhos para mim, e imaginei que estivesse me julgando.

Sentei na primeira mesa vazia para duas pessoas que encontrei. O garçom veio até mim me entregando o cardápio ornamentado de um jeito chique e minimalista. Poucas opções com valores exagerados ao lado.

Ainda podia sentir o olhar dele sobre mim. Mantive a cabeça baixa, deixando a minha vontade de espiar por cima do cardápio de lado, tentando me acostumar com a ansiedade esquisita que ele me fez sentir pela segunda vez.

Atração.

Optei por pedir a opção mais confiável do cardápio: Massas. Entreguei o cardápio de volta para o rapaz que também parecia julgar a minha presença naquele lugar. Eu poderia pedir Almas Caviar se eu quisesse, mas mesmo com o suicídio batendo na porta, eu não me odeio o suficiente para colocar ovas de peixe na minha boca. Puxei o convite para a apresentação de Ópera que aconteceria a noite da bolsa e coloquei na mesa lendo algumas informações.

A alguns metros de distância, Sebastian riu de algum comentário feito por um dos homens de cabelo branco e terno caro exatamente como o dele na madrugada de hoje. Meu corpo ficou frio como o gelo quando ele pediu licença e deu passos decisivos em direção a minha mesa. Prendi a respiração por um momento e soltei quando ele parou perto da recepção e cochichou algo no ouvido da recepcionista. A onda de alívio não durou muito quando ele se virou e continuou dando passos até a mim.

Meu rosto estava imóvel, ainda o encarando quando ele tomou a cadeira livre à minha frente. Ele me deu um pequeno sorriso com a minha recusa em cumprimentá-lo.

Meus cílios tremeram e o meu coração faltou pular pela boca. Meu deus, controle-se.

Sebastian suspirou e revirou os olhos, resignado.

— Você gosta de Ópera? — Perguntou.

— Olá, Sebastian.

Ele sorriu e pegou o meu convite, avaliando-o. Pareceu refletir antes de fazer a pergunta.

— Vai me dizer seu nome?

Sorri com mais tranquilidade. O mesmo rapaz com o traje formal preto de garçom veio segurando uma garrafa de vinho e duas taças. O mais velho fez um gesto com a mão com um sorriso gentil que eu entendi como um 'Pode deixar que eu sirvo'.

— Não sei se gosto de Ópera, vai ser a minha primeira vez — respondi.

Ele sorriu com malícia e terminou de servir a minha taça.

— Quantos anos você tem?

Grunhi. Ele parecia ser do tipo que não se contentaria em não receber resposta por mais fútil que fosse. Olhei para a mão esquerda dele, o anelar com uma marca branca na pele de quem tirou a aliança recentemente. Apenas anos de casamento deixaria uma marca tão forte dessa forma.

The Midnight HazeWhere stories live. Discover now